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- 16 de abril de 2015
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Informação e intoxicação: existe vacina?
Como sobreviver neste mundo da hiperinformação? Como manter a fé cristã numa sociedade descartável? Conversamos com Marcos Botelho e Victor Fontana, os autores do lançamento da Ultimato Ontem Esponja, Amanhã Peneira. O livro discute este que é um dos assuntos mais atuais.
1. Do que exatamente o livro Ontem Esponja, Amanhã Peneira [lançamento da Ultimato] fala?
Victor Fontana: Excesso de informação.
Marcos Botelho: Mais precisamente de como a quantidade absurda de informação que recebemos faz com que fiquemos desinformados, principalmente, sobre aquilo que é mais importante.
2. Por que escrever um livro sobre este assunto?
Marcos Botelho: Poderia ser um vídeo, seria mais curto. Mas o livro fica na prateleira e na cabeça das pessoas, solidifica a informação.
Victor Fontana: Acho que o problema está muito claro. Por onde você anda tem alguma propaganda. Ao abrir o laptop as notícias saltam em cima de você. O livro exige uma pausa. Ele exige que você pare e pense sobre o assunto. É possível reter o que interessa e pular páginas quando a informação não presta.
3. Vocês são líderes criados nesta era da “hiperinformação”, impulsionada principalmente na internet. Vocês acham que a juventude evangélica está preparada para enfrentar esta era, esta avalanche de conteúdo? E o restante da igreja está?
Victor Fontana: Ninguém está preparado.
Marcos Botelho: Nem nós estamos preparados. Mas pelo menos, sabendo do problema, dá para tentar arriscar algumas soluções.
Victor Fontana: Nesse contexto, nenhuma solução é definitiva. O que apresentamos são tentativas. Acho que dá para viver um pouco melhor depois de ler o livro.
4. Se vivemos o tempo do acúmulo de informações que logo ficam descartáveis, escrever um livro (impresso ou digital) não seria “nadar contra a maré”?
Victor Fontana: Totalmente contra a maré. É só olhar as demissões no Estadão e na Folha. Mas nem toda informação fica descartável da noite para o dia. Nossa aposta é que pelo menos uma parte das informações que está no livro seja aproveitável por um bom tempo.
Marcos Botelho: Informar é nadar contra a maré. Seja qual for a plataforma. A gente quer achar um jeito de lidar com a informação de modo saudável. O livro é uma mídia que parece permitir isso. Queremos também investir em e-books.
5. Muito se critica a dimensão descartável das relações com o advento das redes sociais. Vocês concordam com esta crítica?
Victor Fontana: Eu, particularmente, não concordo. Acho que relações são descartáveis desde que o pecado entrou no mundo. "Foi a mulher que tu me deste". Olha aí Adão descartando o relacionamento dele com Deus e com a esposa numa tacada só. As redes sociais aceleram processos de aproximação e de distanciamento.
6. Vocês são líderes cristãos criados no contexto urbano da maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo (São Paulo). Quais as vantagens e as desvantagens em ser cristão numa metrópole?
Victor Fontana: Quero uma casa no campo (risos). A metrópole cosmopolita permite vivenciar a pluralidade étnica e cultural que o apóstolo Paulo experimentou no contexto do Primeiro Século. Acredito ser um privilégio. Acho que o cristianismo é uma resposta incrível aos conflitos que essa diversidade traz.
Marcos Botelho: Cresci no campo, como falo no livro, sofri bastante quando vim morar na cidade grande, grande não, gigantesca. Mas nada desse sofrimento compara a quando eu comprei um smartphone com banda larga pela primeira vez.
7. Quando falamos em informação na internet, inevitavelmente falaremos de debates. Surge a preocupação das polarizações, intolerâncias e brigas pela internet. O que vocês acham disso?
Victor Fontana: Acho que isso merece um livro. Outro.
Marcos Botelho: Me lembrei da cena do filme “Eu, Robô” quando o detetive tinha que fazer a pergunta certa para chegar ao que causou o crime do Dr. Alfred Lanning. Ultimato, você acabou de fazer a pergunta certa e levou para o nosso próximo projeto um livro sobre polarização e intolerância.
8. Por favor, falem um pouco mais sobre o estilo do livro. Como ele foi gerado? Como nasceu a ideia? Como vocês conseguiram escrevê-lo, juntos?
Victor Fontana: A gente não escreveu tão junto assim. O Marcos já vinha com esse tema martelando na cabeça e acho que eu dei umas luzes teóricas para ele nesse sentido, para que ele pudesse dar aulas e palestras. A partir daí veio o livro, mas nem tudo foi escrito junto. Tínhamos um monte de ideias jogadas e levamos um tempão para editar tudo e dar coesão.
Marcos Botelho: Tínhamos "sacadas" em torno dessa "sacada maior" que é a crise provocada pelo excesso de informação. Então, escrevemos um pouco juntos, mas muita coisa cada um em seu escritório e depois nos reuníamos para juntar as ideias. Foi um trabalho de três anos com um casamento entre eles, o do meu amigo Victor Fontana.
***
Vídeo
Marcos Botelho e Victor Fontana conversam sobre Ontem Esponja, Amanhã Peneira
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1. Do que exatamente o livro Ontem Esponja, Amanhã Peneira [lançamento da Ultimato] fala?
Victor Fontana: Excesso de informação.
Marcos Botelho: Mais precisamente de como a quantidade absurda de informação que recebemos faz com que fiquemos desinformados, principalmente, sobre aquilo que é mais importante.
2. Por que escrever um livro sobre este assunto?
Marcos Botelho: Poderia ser um vídeo, seria mais curto. Mas o livro fica na prateleira e na cabeça das pessoas, solidifica a informação.
Victor Fontana: Acho que o problema está muito claro. Por onde você anda tem alguma propaganda. Ao abrir o laptop as notícias saltam em cima de você. O livro exige uma pausa. Ele exige que você pare e pense sobre o assunto. É possível reter o que interessa e pular páginas quando a informação não presta.
3. Vocês são líderes criados nesta era da “hiperinformação”, impulsionada principalmente na internet. Vocês acham que a juventude evangélica está preparada para enfrentar esta era, esta avalanche de conteúdo? E o restante da igreja está?
Victor Fontana: Ninguém está preparado.
Marcos Botelho: Nem nós estamos preparados. Mas pelo menos, sabendo do problema, dá para tentar arriscar algumas soluções.
Victor Fontana: Nesse contexto, nenhuma solução é definitiva. O que apresentamos são tentativas. Acho que dá para viver um pouco melhor depois de ler o livro.
4. Se vivemos o tempo do acúmulo de informações que logo ficam descartáveis, escrever um livro (impresso ou digital) não seria “nadar contra a maré”?
Victor Fontana: Totalmente contra a maré. É só olhar as demissões no Estadão e na Folha. Mas nem toda informação fica descartável da noite para o dia. Nossa aposta é que pelo menos uma parte das informações que está no livro seja aproveitável por um bom tempo.
Marcos Botelho: Informar é nadar contra a maré. Seja qual for a plataforma. A gente quer achar um jeito de lidar com a informação de modo saudável. O livro é uma mídia que parece permitir isso. Queremos também investir em e-books.
5. Muito se critica a dimensão descartável das relações com o advento das redes sociais. Vocês concordam com esta crítica?
Victor Fontana: Eu, particularmente, não concordo. Acho que relações são descartáveis desde que o pecado entrou no mundo. "Foi a mulher que tu me deste". Olha aí Adão descartando o relacionamento dele com Deus e com a esposa numa tacada só. As redes sociais aceleram processos de aproximação e de distanciamento.
6. Vocês são líderes cristãos criados no contexto urbano da maior cidade do Brasil e uma das maiores do mundo (São Paulo). Quais as vantagens e as desvantagens em ser cristão numa metrópole?
Victor Fontana: Quero uma casa no campo (risos). A metrópole cosmopolita permite vivenciar a pluralidade étnica e cultural que o apóstolo Paulo experimentou no contexto do Primeiro Século. Acredito ser um privilégio. Acho que o cristianismo é uma resposta incrível aos conflitos que essa diversidade traz.
Marcos Botelho: Cresci no campo, como falo no livro, sofri bastante quando vim morar na cidade grande, grande não, gigantesca. Mas nada desse sofrimento compara a quando eu comprei um smartphone com banda larga pela primeira vez.
7. Quando falamos em informação na internet, inevitavelmente falaremos de debates. Surge a preocupação das polarizações, intolerâncias e brigas pela internet. O que vocês acham disso?
Victor Fontana: Acho que isso merece um livro. Outro.
Marcos Botelho: Me lembrei da cena do filme “Eu, Robô” quando o detetive tinha que fazer a pergunta certa para chegar ao que causou o crime do Dr. Alfred Lanning. Ultimato, você acabou de fazer a pergunta certa e levou para o nosso próximo projeto um livro sobre polarização e intolerância.
8. Por favor, falem um pouco mais sobre o estilo do livro. Como ele foi gerado? Como nasceu a ideia? Como vocês conseguiram escrevê-lo, juntos?
Victor Fontana: A gente não escreveu tão junto assim. O Marcos já vinha com esse tema martelando na cabeça e acho que eu dei umas luzes teóricas para ele nesse sentido, para que ele pudesse dar aulas e palestras. A partir daí veio o livro, mas nem tudo foi escrito junto. Tínhamos um monte de ideias jogadas e levamos um tempão para editar tudo e dar coesão.
Marcos Botelho: Tínhamos "sacadas" em torno dessa "sacada maior" que é a crise provocada pelo excesso de informação. Então, escrevemos um pouco juntos, mas muita coisa cada um em seu escritório e depois nos reuníamos para juntar as ideias. Foi um trabalho de três anos com um casamento entre eles, o do meu amigo Victor Fontana.
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