Opinião
- 30 de junho de 2015
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Fé, cultura e símbolos
Era de tardinha quando minha mãe nos chamou do quintal onde brincávamos e nos reuniu ajoelhados na frente do crucifixo da sala. Meus irmãos pequenos não entenderam muito. Eu, a mais velha de sete, tinha acompanhado os passos frenéticos de minha mãe durante a tarde, entrando e saindo do quarto onde meu pai estava prostrado. Não tínhamos telefone e o ponto de ônibus mais próximo ficava a uns 20 minutos de caminhada. Meu pai estava inconsciente em coma na cama. A única saída que minha mãe viu para a situação foi reunir os filhos e pedir a misericórdia do Senhor.
O crucifixo, corpo de prata numa cruz de mogno, herdado dos avós, nos olhava circunspecto, mas irradiava esperança. A firmeza da madeira escura, o brilho da prata, refletiam dois milênios de tradição. Refletiam a jornada de uma fé a prova de perseguições, guerras, fogueiras, fornos crematórios, gulags, decapitações em massa.
Rezamos ali reunidos o Pai Nosso, com a consciência de que nosso desespero seria ouvido pelo Pai. Passados alguns minutos minha mãe ouviu meu pai se mexendo na cama pedindo um copo d’água. Foi o primeiro milagre que presenciei na vida, e marcou a minha fé de maneira indelével.
Hoje não sou mais católica mas não posso desprezar os símbolos que comunicam a mim e a outros os elementos da minha fé. A torrezinha da igreja missionária, algumas vezes com sino dentro, católica ou protestante, é significativa. Aponta para o céu, significa a transcendência da vida, do destino, da sociedade. “Não somos daqui” – a torre diz. O dízimo, atacado por tantos, é um símbolo da generosidade cristã: meu dinheiro não é meu, é maior do que eu, pertence ao Rei e ao Reino.
-- Leia este artigo completo no blog da Bráulia Ribeiro.
Leia também
Os cristãos e os desafios contemporâneos
Conflito de símbolos e mandato cultural
Imagem: freeimages.com/photo/1402068
O crucifixo, corpo de prata numa cruz de mogno, herdado dos avós, nos olhava circunspecto, mas irradiava esperança. A firmeza da madeira escura, o brilho da prata, refletiam dois milênios de tradição. Refletiam a jornada de uma fé a prova de perseguições, guerras, fogueiras, fornos crematórios, gulags, decapitações em massa.
Rezamos ali reunidos o Pai Nosso, com a consciência de que nosso desespero seria ouvido pelo Pai. Passados alguns minutos minha mãe ouviu meu pai se mexendo na cama pedindo um copo d’água. Foi o primeiro milagre que presenciei na vida, e marcou a minha fé de maneira indelével.
Hoje não sou mais católica mas não posso desprezar os símbolos que comunicam a mim e a outros os elementos da minha fé. A torrezinha da igreja missionária, algumas vezes com sino dentro, católica ou protestante, é significativa. Aponta para o céu, significa a transcendência da vida, do destino, da sociedade. “Não somos daqui” – a torre diz. O dízimo, atacado por tantos, é um símbolo da generosidade cristã: meu dinheiro não é meu, é maior do que eu, pertence ao Rei e ao Reino.
-- Leia este artigo completo no blog da Bráulia Ribeiro.
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Conflito de símbolos e mandato cultural
Imagem: freeimages.com/photo/1402068
Trabalhou como missionária na Amazônia durante trinta anos e no Pacífico por seis anos. Hoje é aluna de teologia na Universidade de Yale, Estados Unidos, e candidata ao doutorado pela Universidade de Aberdeen, Escócia. Mora em New Haven, CT, com sua família. É autora de Chamado Radical e Tem Alguém Aí em Cima?
Para saber mais, acesse: braulia.com.br
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