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Exposição fotográfica evidencia nosso “dever público” para com a criança

Foto: James GilbertPara o pastor, missionário e fotógrafo, James Gilbert, liturgia é bem mais do que uma ordem de culto eclesiástico. Segundo ele, “liturgia” no grego original (“leitourgia”) significa: dever, serviço público à cidade, feito pelo cidadão. Por isso, James escolheu a frase “Uma liturgia para nossas crianças” como título da exposição fotográfica que montou durante o 8º Encontro Nacional da RENAS (Rede Evangélica Nacional de Ação Social), de 12 a 14 de setembro em Fortaleza, CE.

A exposição foi estruturada de tal forma que ao lado das imagens havia também uma rede esburacada. Cada participante foi desafiado a ajudar a consertar a rede assinando seu nome numa fita de cetim colorida e amarrando-a de forma a fechar um buraco de cada vez. A rede colorida resultante se tornou um símbolo do compromisso coletivo de todos ali presentes em unir suas forças na defesa e promoção da criança e adolescente brasileiros.

A exposição une imagens de crianças em ação em vários pontos do mapa brasileiro com a leitura devocional do profeta Isaías (Is 1.10-17). Veja aqui o conteúdo da exposição. James explica a seguir a proposta que dá base bíblica à “Uma liturgia para nossas crianças”:

“Vimos que Deus não aceitou os orações, sacrifícios e celebrações que Ele mesmo tinha autorizado na Lei, porque as liturgias do povo eram vazias de significado. A corrupção reinava. Como Deus pode aceitar nossas liturgias dentro da igreja quando lá fora nossas crianças estão com fome, são abusadas, exploradas, esquecidas e indesejadas? Tiago reforça “A religião que Deus aceita como pura e imaculada é esta: cuidar dos órfãos e das viúvas em suas dificuldades e não se deixar corromper pelo mundo” (Tiago 1.27).

O Senhor não quis mais orações, nem igrejas maiores e mais bonitas, muito menos mais estudos bíblicos! O interesse do Senhor é que seu povo acabe com a injustiça, a opressão, que ele lute e defensa os mais fracos da sociedade.

Durante toda a nossa história, sempre tivemos cristãos envolvidos na proteção, cuidado e resgate dos oprimidos na sociedade. Aqui também no Brasil temos organizações cristãs caminhando pelas ruas, becos e até trilhas nas matas e sertões, tentando salvar nossas crianças!

Essa exposição representa, em primeiro lugar, o meu esforço de desafiar a Igreja da qual eu também faço parte, a realizar uma liturgia que agrade a Deus. Para tanto, a Igreja precisa cumprir seu dever público para com as crianças brasileiras. Ela precisa buscar justiça e livrar as crianças daqueles que as querem sacrificar aos deuses falsos.

Essa exposição é também um esforço pessoal de reconhecer os servos e servas que já praticam uma liturgia para nossas crianças, mesmo que se sintam por vezes cansados, sobrecarregados e sozinhos.

As crianças retratadas aqui caminham bem. Isto porque elas foram alvo do cuidado e bons tratos de alguém, e por isto avançam num mundo difícil e cheio de perigos, mas confiantes porque alguém as amou e se importou primeiro.”


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