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19 de agosto de 2020
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Cultura, adoração e arte: 15 anos de “Sons do Coração”, da RTM
Por Lucas Meloni
Especial para Ultimato

Como surgiu a ideia de fazer um programa que tratasse sobre adoração, cultura e arte?
O Programa Sons do Coração começou em 1998 quando eu estudava em Vancouver, Canadá, na Multicultural Radio. Era um programa semanal produzido por mim e o pastor Nelson Monteiro (pastor na Broadway Church), feito para comunidades de língua portuguesa. Era um programa de música brasileira com 8 músicas de nossa cultura, 2 músicas cristãs e uma reflexão. Tinha um viés evangelístico e missionário, divulgando nossa cultura. Quando voltei ao Brasil tive um contato com a direção da RTM na época e propus continuarmos o programa aqui no Brasil falando sobre adoração, arte, entrevistas, reflexões, mentoria, e divulgação da história da música cristã brasileira. Hoje o programa é um único acervo no Brasil que conta esta história, com mais de 700 programas de 29 minutos, registrados em podcasts. Mais de 450 autores, compositores, bandas e ministérios relevantes de adoração no Brasil nas últimas 5 décadas foram divulgados.
Como é o retorno do público em relação aos programas? Tem ouvintes de diversas partes do mundo? Se possível, fale um pouco sobre relatos e testemunhos que compartilham com você...
Gente de todas as partes do Brasil e do mundo todo. Suíça, Portugal, Alemanha, EUA, Canadá, Moçambique, Angola, Argentina, Chile, Paraguai, Colômbia, França, Guiné-Bissau, Filipinas etc. manda testemunho. Um dos que mais me marcou foi de um brasileiro, médico que se tornou cidadão americano e se tornou oficial, que servia no Afeganistão na guerra, e que ouvia nosso programa de lá. Encorajou-me a continuar, por ser o Sons do Coração um bálsamo e encorajamento para sua fé naquele contexto de guerra. O alcance da rádio é tremendo.
Na sua opinião, qual a principal contribuição do programa ao contexto cristão brasileiro?
Creio ser muito grande para os que seguem o programa por 15 anos. Ter um programa feito por alguém experiente, que faz parte desta história por 45 anos, conhecendo os bastidores, os personagens, a igreja brasileira (sou um missionário pastor e músico itinerante), e quem tem uma visão ministerial da adoração e da música. Trazer reflexões e mentoria para a igreja, pastores, ministros de adoração e músicos em entrevistas, é sempre necessário. Além disso, eu visito igrejas pelo Brasil o ano todo tocando com a Confraria das Artes, pregando e divulgando a RTM e o Sons do Coração. É uma contribuição pastoral e um registro histórico de nossa história da música cristã e da igreja em nosso país.
O que mais mudou no cenário da música e adoração cristã nos últimos 15 anos?
Sem dúvida foi constatar que a igreja de maneira geral, perdeu muito de seu foco bíblico da adoração e arte a serviço da edificação da igreja, divulgação do evangelho, implantação do reino de Deus, e da arte feita para manifestar a glória de Deus como Criador de tudo. A igreja foi sucumbindo e se moldando ao mercado que se instalou nela. O Deus do mercado é Mamon. Adoração é um estilo de vida semelhante a Jesus Cristo. É vida de entrega, consagração e serviço. Muita gente cantando barbaridades, ignorando a mensagem das Escrituras Sagradas e as possibilidades de arte. Por outro lado, muitos ministérios surgiram também positivamente para resgatar o que se perdeu, tentando dar direção e mentoria para esta nova geração de adoradores, artistas, líderes e pastores da igreja no Brasil.
Quais os desafios da igreja brasileira, pós-pandemia, na área da adoração e arte?
Primeiro, fortalecer aquilo que temos feito corretamente nesta área. Adoração individual precede a adoração comunitária. Não fazemos música e arte para o público primeiramente. Fazemos para o Senhor inicialmente. Claro, desejamos também que as pessoas apreciem também o que fazemos. Mas a enxurrada de novos cantores (as) e grupos não garantem qualidade no conteúdo, na estética sonora e no foco da adoração e missão. Segundo é voltar ao primeiro amor e ao conteúdo da Palavra de Deus. Líderes precisam discipular e mentorear músicos e artistas e lembrar que todos os seres humanos e da igreja devem ser adoradores fazendo isto com integridade e excelência.
Compositor, músico, escritor, pastor, missionário, apresentador e professor. Como é conciliar tantas atividades?
Tenho este ministério multifacetado nestes últimos 18 anos pelo Brasil e fora dele. Não faço nada sozinho. Na força e na graça do Senhor. Sempre com parceria de minha esposa, minha família, várias igrejas e ministérios em regiões do Brasil onde viajo, atuo e sirvo. O querido e saudoso Dr. Russell Shedd, mentor pastoral, disse que seria assim depois de meu último pastorado local por 12 anos. Ele tinha razão, sigo este conselho: compartilhar minha vida e experiência em tantos lugares, com humildade, discernimento e espírito de serviço.
• Lucas Meloni é jornalista e integra o Departamento de Comunicação da Rádio Trans Mundial (RTM).
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