Opinião
- 05 de junho de 2024
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Como comer a carne de Jesus e não ser canibal
Os manuscritos da Bíblia são os mesmos desde sua escrita. As versões variam no tempo e no espaço. E tem que ser assim
Por Israel Belo de Azevedo
Aquela pergunta que o evangelista Filipe fez ao ministro das finanças da dinastia da rainha Candace permanece:
- Olá! Você está entendendo o que está lendo?
(Atos 8.30 — Bíblia Prazer da Palavra)
De fato, a leitura da Bíblia é estimulada. Muitos atendem. Entre os que atendem, nem todos continuam.
Entre os que não continuam, muitos param por não entenderem o que leem.
Para facilitar a compreensão, temos diferentes versões, o que é muito positivo.
Assim mesmo, o fato de existirem muitas versões nem sempre é bem visto, como se não fossem fiéis.
O som da Palavra
Os que nascemos em famílias evangélicas dedicadas sabemos de cor (parcial ou integralmente) muitos versículos da Bíblia. Quando os lemos numa versão diferente, a experiência pode ser de estranhamento.
Isso acontece por uma questão estética: os versículos que memorizamos servem como uma melodia que cantamos. Uma outra versão não terá as mesmas palavras e nem a mesma métrica.
O uso de palavras diferentes memorizadas por nós soa como uma adulteração do original. Podemos achar que a nova versão não é fiel porque não usa as mesmas palavras que gravamos.
Salmo 23
É comum quem faz um esforço de produzir uma nova versão ouvir que lhe está reservada uma praga no Julgamento Final (Ap 22.19).
Por isso, é sempre bom nos lembrarmos que os manuscritos primitivos que temos são os mesmos desde sua escrita. Contudo, as versões que temos variam no tempo e no espaço. E tem que ser assim.
Se, por exemplo, hoje lêssemos a primeira versão da Bíblia preparada pelo genial João Ferreira de Almeida (1628-1691), teríamos que nos esforçar para entender o querido Salmo 23 como está na edição de 1860 da Sociedade Americana da Bíblia:
“1 JEHOVAH he meu Pastor, nada me faltará.
2 Em pastos ervosos me faz deitar: mansamente me leva a aguas mui quietas.
3 Refrigéra minha alma: guia-me por veredas de justiça, por seu nome”.
As revisões que surgiram nos permitem uma leitura mais fluida, porque o texto nos é comunicado num vocabulário que compreendemos e numa grafia dos dias em que vivemos.
Essas magníficas versões que utilizamos, como a Almeida Corrigida (ARC), a Nova Almeida Atualizada (NAA), a Almeida Corrigida Fiel (ACF) ou a Nova Versão Internacional (NVI) ainda exigem que alguém nos explique o sentido.
Um exemplo é o conjunto das maravilhosas palavras de Jesus em João 6.53-58:
“Jesus lhes disse: ‘Eu digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre’”.
- Nova Versão Internacional
Comentarei essa perícope no próximo artigo.
Saiba mais:
» A Bíblia: Um livro como nenhum outro, John Stott e Tim Chester
» A superlativa Bíblia, por Klênia Fassoni
» A Bíblia não erra. Os leitores, nem tanto. edição 399 de Ultimato
Por Israel Belo de Azevedo
Aquela pergunta que o evangelista Filipe fez ao ministro das finanças da dinastia da rainha Candace permanece:
- Olá! Você está entendendo o que está lendo?
(Atos 8.30 — Bíblia Prazer da Palavra)
De fato, a leitura da Bíblia é estimulada. Muitos atendem. Entre os que atendem, nem todos continuam.
Entre os que não continuam, muitos param por não entenderem o que leem.
Para facilitar a compreensão, temos diferentes versões, o que é muito positivo.
Assim mesmo, o fato de existirem muitas versões nem sempre é bem visto, como se não fossem fiéis.
O som da Palavra
Os que nascemos em famílias evangélicas dedicadas sabemos de cor (parcial ou integralmente) muitos versículos da Bíblia. Quando os lemos numa versão diferente, a experiência pode ser de estranhamento.
Isso acontece por uma questão estética: os versículos que memorizamos servem como uma melodia que cantamos. Uma outra versão não terá as mesmas palavras e nem a mesma métrica.
O uso de palavras diferentes memorizadas por nós soa como uma adulteração do original. Podemos achar que a nova versão não é fiel porque não usa as mesmas palavras que gravamos.
Salmo 23
É comum quem faz um esforço de produzir uma nova versão ouvir que lhe está reservada uma praga no Julgamento Final (Ap 22.19).
Por isso, é sempre bom nos lembrarmos que os manuscritos primitivos que temos são os mesmos desde sua escrita. Contudo, as versões que temos variam no tempo e no espaço. E tem que ser assim.
Se, por exemplo, hoje lêssemos a primeira versão da Bíblia preparada pelo genial João Ferreira de Almeida (1628-1691), teríamos que nos esforçar para entender o querido Salmo 23 como está na edição de 1860 da Sociedade Americana da Bíblia:
“1 JEHOVAH he meu Pastor, nada me faltará.
2 Em pastos ervosos me faz deitar: mansamente me leva a aguas mui quietas.
3 Refrigéra minha alma: guia-me por veredas de justiça, por seu nome”.
As revisões que surgiram nos permitem uma leitura mais fluida, porque o texto nos é comunicado num vocabulário que compreendemos e numa grafia dos dias em que vivemos.
Essas magníficas versões que utilizamos, como a Almeida Corrigida (ARC), a Nova Almeida Atualizada (NAA), a Almeida Corrigida Fiel (ACF) ou a Nova Versão Internacional (NVI) ainda exigem que alguém nos explique o sentido.
Um exemplo é o conjunto das maravilhosas palavras de Jesus em João 6.53-58:
“Jesus lhes disse: ‘Eu digo a verdade: Se vocês não comerem a carne do Filho do homem e não beberem o seu sangue, não terão vida em si mesmos. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida. Todo aquele que come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Da mesma forma como o Pai que vive me enviou e eu vivo por causa do Pai, assim aquele que se alimenta de mim viverá por minha causa. Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre’”.
- Nova Versão Internacional
Comentarei essa perícope no próximo artigo.
- Israel Belo de Azevedo é doutor em filosofia, mestre em teologia, pós-graduado em história e graduado em comunicação. Publicou mais de 100 livros sobre Bíblia, teologia, história e comunicação. Pastor da Igreja Batista Itacuruçá, na cidade do Rio de Janeiro, está empenhado em oferecer ao público brasileiro a versão Bíblia Prazer da Palavra, pensada e preparada em português. Para conhecer mais, acesse: bibliaprazerdapalavra.com.br.
REVISTA ULTIMATO | OS DESAFIOS ÉTICOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
O avanço da tecnologia nas últimas décadas é maior do que em qualquer outra época da história. Tal aumento se dá em muitas frentes e, mais significativo, confere um caráter tecnológico à vida contemporânea.
Quais são os desafios trazidos por esse avanço? A ética cristã é suficiente para responder aos aspectos relacionados às novas tecnologias? Como a igreja pode atuar nesse cenário tão desafiador?
É disso que trata a matéria de capa da edição 407 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Bíblia: Um livro como nenhum outro, John Stott e Tim Chester
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