Por Marlon Teixeira

avatar_desconhecidoÉ possível conhecer Deus verdadeiramente na medida em que Ele permite ser conhecido? A resposta é positiva, mas a solução dessa questão não depende de instituições que se dizem “de Deus” ou às compreensões pífias da imaginação humana sobre ele. Em um cenário teórico, só Deus pode explicar a si mesmo, isto é, “Deus por Deus” é a única e absoluta maneira de conhecê-lo. Sua face, portanto, só poderá ser conhecida através de seu book.

Havia três opções: “não criar”, “criar” ou “criar e se revelar”. Simples assim. Deus poderia ter se mantido em segredo, no silêncio das estrelas, além das lonjuras do olhar e da reflexão humana. Mas Deus optou por uma autobiografia. Escolheu agricultores, pastores, pescadores, profetas, médicos, juízes, reis… Pessoas piedosas para que, através da escrita e durante 1600 anos, registrassem os caminhos, os atos e o relacionamento dele com o seu povo, o mundo e todas as coisas. A revelação, no entanto, era apenas o conhecimento de Deus e, portanto, não era o suficiente para torná-lo público da melhor forma. Ela precisaria estar acompanhada de um “como e o que escrever”. A isto se deu o nome “inspiração”.

Deus usou homens como canal para escrever sobre si mesmo, de forma orgânica e subjetiva, não mecânica e sistemática. Leia os quatro evangelhos, por exemplo, e observe as diferenças literárias. Todos narraram os mesmos fatos. Todavia, Mateus escreveu para os judeus [esfera religiosa], Marcos para os Romanos [esfera política], Lucas, o médico, para os Gregos [esfera intelectual] e João, o discípulo amado, para a Igreja que haveria de ser formada.

Estas peculiaridades confirmam o caráter divino da revelação. A Bíblia é como Jesus, ou seja, completamente divina em seu conteúdo, porém, inteiramente humana em sua escrita. Contudo, podemos concluir que nenhuma religião, seita, filosofia, literatura, ideologia ou cultura, têm a capacidade de nos revelar a face de Deus. Não creia em dogmas de homens. A Bíblia diz que Deus existe, é criador de tudo, governa e preserva [1 Sm 2.6-8; Jó 34.14-15], é soberano sobre tudo e todos e não há nada que fuja do seu controle. Em essência, Deus é espírito [Jo 4.24], é grande [Jó 36.26], é justiça [Hb 12.29], é amor [1 Jo 4.8], é bom [1 Cr 16.34], é luz [1 Jo 1.5] e eternamente perfeito em toda a sua composição. Deus é o autor e o conservador de toda a vida [Nm 16.22]. Não existe outro semelhante ou além dele [2 Sm 7.22].

Deus não possui origem, não está preso ao tempo e não depende de nada para existir. Tudo o que acontece, o que não acontece e o que poderia acontecer, está debaixo da sua vontade soberana e providente. Ele não erra, não se surpreende, não improvisa, não se arrepende, não fica em dúvida e nem age ansiosamente. A essência de todos os seus atributos harmônicos e independentes entre si é a plenitude de perfeição. Essa é a palavra fiel e digna de inteira aceitação.

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Marlon Teixeira, 20 anos, é de Ipatinga, MG.

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