Por Jeverton Ledo [Magrão]

pesosRelações sociais, relações de trabalho, a boa e velha peladinha de final de semana, festas familiares, encontros casuais. Afinal, sou eu ou “eus”?

Tenho me relacionado com tantas pessoas que, com frequência, vem a minha mente a tal pergunta: esse sou eu mesmo? Parece-me que o rosto é o mesmo, mas o olhar e as expressões mostram que por trás de tudo está alguém que eu ainda não conheço. O exercício de ser único e verdadeiro vai ter um fim?

Se tudo acabar sem um conhecimento profundo de “quem sou eu”, ficará uma pergunta e não terei encontrado sentido para esse presente chamado vida.

Jesus, em um dos encontros mais significativos em toda história, o Sermão do Monte, confronta seus discípulos com o eu interior de cada um deles. Teria isso algo a ver com entender o significado desse breve tempo caminhando em terras “estranhas”?

Sinto-me como um dos discípulos, só que sem uma multidão sentada atrás de mim, com seus milhares de pensamentos capazes de inundar o mundo com um som perturbador. Encontro-me sozinho, tendo que enfrentar esse rosto agora marcado pela caminhada, com esse sentimento de um aparente amadurecimento, mas que, por vezes, mostra o quanto ainda preciso equilibrar minhas emoções, sentimentos e reações diante dos embates da jornada.

Ah, discípulos, quanto ainda teremos que caminhar, nos retirar para momentos a sós para escutar a voz do Pai e, com humildade, reconhecer nossas fragilidades, cientes de que multidões de rostos desfigurados para si mesmos estão esperando o encontro, encontro com o real, encontro que revelará o “eu” que está pronto para florescer. Seja você. Viva a realidade de um breve momento de lucidez e traga lucidez ao mundo.

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Jeverton “Magrão” Ledo é missionário e capelão escolar.

  1. Magrão, nós cristãos muitas vezes ficamos inertes diante do mundo e deixamos de viver o “eu”. Depois de uma grande caminhada cristã eu percebi que ser eu mesmo e trabalhar com os talentos que Deus me deu me faz uma pessoa única neste mundo. Afinal, cada um de nós temos um identidade diferente mas participantes do mesmo corpo.

    Afinal quem é você? Desenvolva… 🙂

    Ótimo artigo.

  2. Meu amigo, suas palavras edificaram o meu coração! A busca pela identidade é uma jornada que traçamos aparentemente sozinhos, mas que aos poucos, percebemos a companhia dos irmãos nos relacionamentos espirituais que temos o privilégio de experimentar.
    Acredito que um dia nossa identidade será revelada pelo Cordeiro. Numa pedrinha branca (Ap.2.17), num nome que é só nosso, na identidade que o Criador nos comunicou…

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