Por Phelipe Reis

Foto: Filipe Cabral

Gente valente me inspira. Gente talentosa mais ainda! E a Ana Heloysa – ou Aninha, como é conhecida por muitos – é desse tipo de gente. Formada em psicologia, dona um sorriso largo e cativante, dada a uma boa conversa, a jovem nordestina canta e compõe com uma sensibilidade peculiar, de quem não encara a arte e a música como um trampolim para a fama, mas como uma forma de expressar a bondade das coisas que Deus nos dá e a beleza do próprio Deus.

Conheci a Ana pessoalmente durante o Encontro Vocare 2018, em Maringá, Paraná. Era o meu quarto ano participando do evento e me surpreendi quando ouvi uma moça, até então desconhecida para mim, cantando a tal música tema do encontro. Logo me chamou atenção, porque a música dela não vinha embalada naquele rótulo da indústria musical gospel, superficialmente adornada com os clichês e repetições vazias de sempre. A música da Ana, O Caminho e o Guia, tem uma melodia ritmada, com uma letra simples, mas profunda, interpretada com uma voz suave, afinação ímpar, presença de palco humilde e segura, sem performances mirabolantes.

Além da autenticidade dela como artista, me chamou a atenção ver uma cantora do nordeste no palco de um evento cujo público é majoritariamente do sul e sudeste. Eu, sendo do interior do Amazonas, sempre buscava encontrar durante o Vocare os “vizinhos” do norte e nordeste, por isso, logo que tive uma oportunidade, puxei conversa para conhecer melhor a jovem potiguar e saber do trabalho dela. Falamos sobre o processo de composição de “O Caminho e o Guia”, o cenário da arte e da música cristã, livros sobre o assunto e ritmos regionais. Foi uma conversa descontraída e proveitosa.

Ao término do evento, fui ao stand da editora Ultimato, abri uma das caixas e peguei um livro “Ser Evangélico, Sem Deixar de Ser Brasileiro”, de Gerson Borges. Saí correndo em direção ao ônibus; muitas caravanas estavam retornando para suas cidades. Encontrei o ônibus no qual Ana estava e lhe entreguei o presente, carregado de dois significados: uma lembrança pelo prazer de tê-la conhecido e um incentivo para que ela continuasse fazendo música, desenvolvendo ainda mais o dom que Deus deu a ela.

O tempo passou, fui acompanhando a Ana pelas redes sociais, e eis que certo dia me deparo com um vídeo no Facebook anunciando o projeto de financiamento coletivo para a gravação do primeiro EP de Aninha. Uau! Que menina corajosa! Eu preciso participar disso, pensei. Nem todo mundo que tem, talento tem a coragem de “meter a cara” em um projeto que pode dar muito certo ou tudo errado. Mas Ana tem talento e coragem. E eu sei que a fonte disso tudo – da música, da inspiração, do talento e da coragem dela – é o profundo e verdadeiro relacionamento que ela tem com Jesus. Por isso, eu boto fé no primeiro EP de Aninha. E você, vai perder esse privilégio? Corre que falta pouco tempo para alcançar o alvo necessário para a gravação.

E para você, Aninha, aos 45 minutos do segundo tempo quando o medo do projeto não dar certo pode tentar bater à porta, deixo a música do Marcos: O medo se vai, quando ouço a voz do alto a me dizer: SÊ VALENTE!.

  • Phelipe Reis é amazonense, jornalista e missionário. Marido de Luíze e pai da Elis e do Joaquim.

 

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