Por Vinícius Vargas

Quando desequilibram o jogo em campo, alguns dos maiores jogadores de futebol do mundo costumam virar para a torcida e para as câmeras e dizer: “Eu estou aqui!”. Esse é um jeito de reafirmarem sua importância para o time. Afinal, eles fazem aquilo que outros não fariam. E o time consegue feitos que sem eles não seriam possíveis. Parece prepotente. E é. Apesar disso, é uma verdade. Grandes jogadores fazem diferença quando estão em campo, e quando ausentes deixam o time com maiores dificuldades.

Há tempos tenho pensado nessa frase, sobretudo porque é polissêmica, isto é, pode ser vista a partir de diversos enfoques. Se a observarmos não mais sob a perspectiva do futebol e a lermos no contexto de nossa vida cristã, podemos percebê-la sob três pontos de vista: a nossa disponibilidade em dizer ‘Eu estou aqui’ para o Senhor e para aquilo que Ele nos vocaciona; a nossa prontidão em dizer ‘Eu estou aqui’ para o próximo, naquilo que ele precisa; e a segurança em saber que Deus não nos abandona e em meio às nossas dificuldades, sempre podemos ouvir Sua voz dizendo: “não se preocupe, Eu estou aqui!”.

É o que percebo nos três últimos versos do Evangelho de Mateus, onde lemos: “Toda autoridade me foi dada no céu e na Terra. Portanto Ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado, e eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Cada um dos versos nesse trecho traz em si a afirmação: “Eu estou aqui!”.

O verso 18 precisa ser lido à luz de Filipenses 2:5-11. No texto de Paulo, o Cristo é exaltado soberanamente e recebe autoridade total sobre as realidades físicas e espirituais. Nas palavras de Mateus, o Cristo recebe toda autoridade no céu e na Terra. No entanto, o texto do Evangelho trata apenas da exaltação de Cristo, enquanto Paulo diz que o Cristo foi exaltado por que abriu mão de Sua glória, esvaziando-se, assumindo a forma de servo obediente, levando sua humildade e obediência a Deus até as últimas consequências.

Jesus entregou-se a Deus para servir. Não havia outro para cumprir essa tarefa. Ele não quis invocar suas prerrogativas divinas para escapar da tarefa, antes, Jesus disse “Eu estou aqui”. E o que isso implica a nós? Paulo nos lembra em Filipenses 2:5: “Tenham em vocês, o mesmo sentimento”! Quando Deus nos desafiar a uma missão, nossa única resposta deve ser a mesma de Cristo: “Eu estou aqui!”.

No verso seguinte (Mateus 28:19), temos o nosso comissionamento pessoal a irmos em direção aos outros. Ir aos perdidos, discipular os que não conhecem Jesus, integrá-los ao Corpo de Cristo através do batismo e ensinar a essa sociedade, tão carente de valores, os princípios do Reino de Deus. Nossa resposta a Deus precisa ser vista na nossa ação em direção aos outros. Quando fazemos pelos pequeninos, o Senhor assume a dívida para si e nos recompensa (Mateus 25:35-45). As pessoas andam desgarradas e errantes. Precisam de alguém que delas se compadeça e diga: “Eu estou aqui!”.

Por fim, temos uma certeza que nos conforta e encoraja: Deus não nos deixa sós. Ele garante: “Estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos”. Todo dia, no cumprimento da missão, desde quando aceitamos o desafio, temos o Senhor ao nosso lado. Ele nos orienta, fortalece nossos passos e nos diz todos os dias, para sempre: “Eu estou aqui!”. Que Deus nos abençoe.

  • Vinicius Vargas é pastor de jovens da IB Fonte Carioca e vice-presidente da Juventude Batista Meritiense. É marido da Izabela e pai do Eduardo e da Eliza.
  1. Ebenezer Teixeira Garcia

    Muito bom e de fácil entendimento. O pastor Vinicius conseguiu passar uma mensagem contida na palavra de Deus, com uma clareza e bem contextualizada. Que possamos dizer ao Mestre: Eu estou aqui.

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