Será que em breve precisaremos nos esconder?

Recentemente a impressa divulgou que o Min. Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, havia proferido um comentário sobre os evangélicos no Fórum Social Temático, realizado no final de janeiro em Porto Alegre (RS). Segundo a imprensa, Carvalho disse que “a oposição virou pó e que a próxima batalha ideológica será com os evangélicos conservadores, que têm uma visão do mundo controlada por pastores de televisão”.

Para se justificar, Carvalho declarou que sua fala foi distorcida: “O que eu fiz lá foi uma constatação política que, de fato, quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E são as igrejas evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser reconhecida, é real e efetiva.”

Distorcida ou não, Carvalho tem razão, ao menos em parte. Ele está correto ao entender que a igreja tem penetração mais abrangente nas classes pobres. Contudo, nos dias atuais, o número de evangélicos tem crescido nas classes A e B, talvez porque a verdadeira doutrina bíblica consiga dar boas respostas aos anseios produzidos pela pós-modernidade – e essa é apenas uma razão.

O Ministro acerta, também, que estamos diante de uma “batalha ideológica”. Embora a distinção entre conservadores e progressistas não seja a melhor, o fato é que os evangélicos, por prezarem pelos valores bíblicos, vão de encontro à perspectiva proposta atualmente, por exemplo, quanto à legalização do aborto e das drogas e ao “kit gay”.

Ele erra, porém, em uma questão: as pessoas já não são, hoje, tão suscetíveis à “visão de mundo” dos pastores. O próprio protestantismo nasceu de um movimento contestatório, e essa realidade está sendo transplantada para dentro das igrejas. A adesão à conclamação dos pastores midiáticos se dá, na imensa maioria dos casos, por questões além do mero “controle”.

A declaração de Carvalho, por isso, não nos causa tanta perplexidade, a não ser pelo tratamento dispensado aos pastores que usam da televisão em seus ministérios. No mais, o Ministro apenas torna explícito algo que já ocorre: estamos num embate. Esse embate, além de espiritual, se manifesta “fisicamente” pela perseguição que os evangélicos têm enfrentado.

Mas isso não nos deveria ser surpreendente, mas motivo de júbilo: “Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” (Mateus 5:11-12)

 

Soli Deo Gloria!

__________

Antonio Carlos da Rosa, 27 anos, é mestrando em Ciência da Religião e membro do Juristas de Cristo.
acarlos_juridico@yahoo.com.br

  1. Eis aí uma explicação mais esdrúxula do que as próprias palavras do Ministro.

    Gilberto Carvalho, atenção leitores, falou naque Fórum Social no RS equivalente a Davos na Suíça, mas no sentido inverso: imagina entre os ricos de Davos alguém pregar sobre a teoria econômica Cubana ou Norte Coreana como de grande valor democrático. Esse o contexto do Fórum no RS: imagina alguém como o Serra como preletor principal no Fórum Social! Pois bem, esse foi o contexto físico do Ministro: uma audiência coalhada de esquerdistas, do baixo ao alto clero.

    Agora as palavras do Ministro.

    Gilberto Carvalho representa um partido que deseja acabar com tudo que venha a chamar oposição no Brasil. Sem exceção. É para arrebentar mesmo. E não me refiro a partidos políticos apenas. Veja a última sobre a reforma do Código Penal sobre a questão do aborto. (Cadê a Marina???).

    Pois bem, o Ministro sabe que os evangélicos hoje representam uma força política enorme, mas ‘incontrolável’. Como assim? Dilma deveria ganhar no primeiro turno, mas falou besteira (sobre aborto) e os evangélicos e os católicos com Marina fizeram a vida dela difícil e 44 milhões de eleitores disseram NÃO à Dilma. Ela engoliu o que disse e pronto, desdizendo. Eleita, agora tem uma ministra abortista!

    Assim, os evangélicos são hoje uma força respeitável, e Gilberto sabe disso, por isso veio a pública pedir desculpas pelo que disse.

    Acontece que o delírio do Ministro fez com que ele metesse o pé na jaca com a sua fala, e a chiadeira evangélica foi tal que até para acalmar o ‘partido dos evangélicos’ Crivella foi alçado a Ministro da Pesca. Não acalmou nada e o PT está começando a tomar pauladas dos… evangélicos! Posso não gostar do Malafaia, mas ela está lá no Congresso cabalando votos contra…. Gilberto!

    O que o mestrando fez aqui? Ora, tentou salvar alguma coisa da fala do Ministro.

    “O que eu fiz lá foi uma constatação política que, de fato, quem tem presença na periferia do Brasil, quem fala para as classes sobretudo C, D e E são as igrejas evangélicas e, portanto, essa presença tem que ser reconhecida, é real e efetiva.” (Papo! Por que não disse isso no Fórum?).

    E o que isso tem a ver com “… a oposição virou pó e que a próxima batalha ideológica será com os evangélicos conservadores, que têm uma VISÃO DO MUNDO CONTROLADA POR pastores de televisão”?

    Como o mestrando tentou salvar alguma coisa do Ministro? Ora, ‘melando’ a fala : “Ele está correto ao entender que a igreja tem penetração mais abrangente nas classes pobres…”. Correto nada! Ele não disse nada disso e nem vem a pública sair-se com um ‘passar-a-mão-na-cabeça’ como essa!

    Diga aí, mestrando, se vc lendo a FOLHA, o GLOBO, a VEJA e o ESTADÃO conseguiu detectar isso na fala do Ministro? Ah! sim, talvez com o GI, o Zé Dirceu, o Amorim (Conversa Afiada). Mas nem estes aprovariam a sua ‘leitura enviesada’.

    Acho que vc errou aqui em dois pontos cruciais:

    1. Tentou tirar alguma coisa boa de um Ministro notoriamente esquerdista, um verdadeiro representante do Lulo-Petismo dentro do Palácio do Planalto a serviço de figuras que estão hoje sendo julgadas pelo STF.

    2. Aborto e kit gay e outros quejandos não tem rigorosamente nada a ver com Gilberto Carvalho, exceto que ele aprova o que os evangélicos são contra. Quem declarou, de público, que carregava mala de dinheiro e entregava tudo ao ex-Ministro José Dirceu não merece crédito algum de evangélicos. Nem quando ele, o Ministro, abre a boca para dizer qualquer coisa sobre aborto. Evangélico que se presa não precisa de defesa de algozes como tais. Velhas raposas tomando conta do galinheiro!

    • Caro Eduardo,

      Perdoe-me por, só agora, me tomar conta de que o artigo aqui postado tinha sido comentado por você.

      À época em que o texto foi escrito, ao que me recordo, não havia, no noticiáro, uma alusão específica a todo o discurso do então Ministro. Por isso fui “cauteloso” e indiquei, inclusive, o que, segundo ele, declarou.

      Não considero que tenha sido uma “melada” na fala dele. Pontuei apenas que o que ele disse, ou quis dizer, com sua nova declaração, tinha certa parcela de razão.

      Acredito que ele “acertou” em entabular uma “batalha ideológica”, mas “errou” ao proclamar um controle maciço sobre o povo evangélico; pelo menos é isso que percebo onde resido – Juiz de Fora / MG.

      Penso ser isso!

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *