Neste ano a ABS – Aliança Bíblica Secundarista – está completando 40 anos! O ministério de evangelização e formação de lideranças entre estudantes de ensino médio é um dos braços (ou seria melhor mais uma cabeça?) da ABUB e começou a ser desenvolvido no Brasil em 1972. Publicamos abaixo um apanhado histórico do movimento, que está mais vivo do que nunca! No informativo Entre Nós você pode ter contato com mais relatos a respeito da ABS. Não deixe de ler!

 

ABS, ontem e hoje!
A história de ontem – O ministério com estudantes de ensino médio (na história da ABUB) surgiu “naturalmente”. Não vieram ao nosso país missionários pioneiros, não houve uma estratégia “predeterminada” de evangelização destes estudantes. Foi simples assim: estudantes universitários e outros assessores começaram espontaneamente a olhar para as escolas, amá-las, identificando nelas um vasto campo missionário. Esta iniciativa era nova até mesmo para a Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos na América Latina.

“Os secundaristas por muito tempo vinham acompanhando o movimento da ABU, como apenas um apêndice. Os grupos de secundaristas apareceram porém, em diversas cidades, a ponto de o Movimento ser forçado a oficializar este novo campo de ministério”.

“(…) Como a área secundarista  era  nova e pioneira na América Latina, sem nenhum modelo a ser seguido, os conselheiros lutavam para abrir seus próprios caminhos para este ministério especial”.

(trecho de Encarnando a Palavra Libertadora, de Neuza Itioka)

O registro dos primeiros grupos de ABS é de 1972, quando a “ABU Recife contava com um grande número de secundaristas, todos querendo testemunhar em suas escolas”. A introdução do Manual da ABS (sem data e autor definidos) relata que Robinson Cavalcanti, então secretário regional para o NE, encorajou estudantes a formarem a Aliança Bíblica de Secundaristas. Em 1973 ocorre uma grande “onda” de novos grupos: é formada a ABS em Curitiba, São Luís, São Paulo, João Pessoa, Maceió, Niterói e Salvador. Em 1974 ocorrem os primeiros cursos de férias e em 1976 a ABS ganha uma assessora nacional. É neste ano que se considera a “formação de uma unidade nacional da ABS”.

Alguns anos depois, acontece o I Encontro Nacional de ABS (83), “o que foi o grande momento da ABS no país. Olhamos para o futuro buscando maior integração e crescimento ao lado dos nossos irmãos universitários e professores” (Informativo “Fruto da Terra” da Aliança Bíblica Secundarista Região Leste – Ano 1/número – 1986).

A história de hoje – Olhando para nossa geração e já adentrando a década iniciada em 2010, podemos dizer que houve um novo ‘reaquecimento’ do ministério com estudantes – agora,  do ‘ensino médio’.  Após anos sem ocorrer um evento nacional de ABS, no Congresso Nacional 2010 foi realizado o Encontro Brasileiro de ABS. Há alguns materiais que foram produzidos e que relatam este momento!

“Nele tive uma dimensão maior do movimento e pude conhecer gente da ABS do Brasil todo, pessoas que têm uma realidade diferente da minha em suas escolas”, compartilha a estudante da ABS Aracaju (SE), Rita Romão. Na ocasião os ABSenses redigiram um documento, com intenções para seus próximos anos. Um sonho é o retorno do assessor nacional.

Em 2012 comemora-se os 40 anos da ABS. A ABS Salvador inicia o ano com o Acampamento de Verão. Nacionalmente, está previsto o Encontro Brasileiro de ABS (provavelmente setembro, em São Paulo). Acompanha as comemorações o logo de 40 anos, apresentado oficialmente no primeiro Conselho Diretor de 2012! Pelo grupo no Facebook (ABS Brasil) estudantes articulam diferentes modos de celebrar!

As histórias de estudantes do ensino médio – Em  Aracaju (SE), a estudante Rita Romão (17 anos) participou do nascimento da ABS local. Já havia o grupo em sua escola, mas foi com a participação de dois de seus colegas em um Curso de Férias, que eles se tornaram “ABS”.

“Decidi participar da ABS pelo fato de que nunca tinha percebido a importância de se fazer missão na minha escola. Nunca havia me imaginado como missionária, ainda mais missionária no campo estudantil. Acho que nem sabia o que era isso e com a ABS percebi a importância de se fazer missão na escola; algo tão simples, afinal passamos a maior parte do tempo nesta instituição, sendo ela nosso campo missionário mais próximo”.

Em Aracaju há grupos em quatro escolas, e duas pessoas são acompanhadas com o projeto Lucas (evangelismo pessoal). O grupo base normalmente se reúne duas vezes por mês e, muitas vezes, junto às atividades da ABU e ABP.

Rita compartilha um pouco mais sobre o projeto Lucas: “Uma experiência bem interessante que vivi na escola foi quando ajudava uma amiga na aplicação do projeto Lucas, com um rapaz. Estávamos conversando, aparentemente sozinhos, e foi quando uma colega se aproximou, ouviu a conversa, e entrou no diálogo. Logo, eram duas pessoas atentas a ouvir, e não apenas uma. Isso mexeu comigo, pois às vezes desistimos de falar de Cristo porque pensamos que seremos rejeitados ou ignorados, mas falar d’Ele é algo bem simples! Basta apenas aproveitar as oportunidades que surgem”.

Em Salvador, Anichele Oliveira (16 anos) conheceu a ABS por meio da divulgação do Encontro Regional de ABS (ERA) em sua igreja. “A ABS é muito importante pra mim, nela eu estou aprendendo a cuidar de vidas, a cumprir o ‘ide e fazer discípulos’! Os adolescentes enfrentam problemas com os pais, com a escola, conflitos pessoais, brigas com namorados, sexualidade… O evangelho nos ajuda, pois, só Jesus pode nos dar uma Paz que excede todo entendimento, só Ele é o nosso socorro bem presente no momento da angústia, é Ele que, mesmo que os nossos pais nos deixem, nunca vai nos deixar!”.

Já a estudante Iara de Araújo Sousa (17) de Imperatriz (MA), conheceu a ABS em sua própria escola, enquanto “matava o tempo” no recreio: “Como não conhecia ninguém na escola, comecei a participar das reuniões no intervalo pra matar um pouco do tempo e ver se conseguia me enturmar. E acabei conseguindo mais que isso! Conheci pessoas maravilhosas e o contato com o grupo me ajudou muito a desenvolver espiritualmente. Passei a frequentar mais a Igreja, a ler mais a Bíblia e decidi me batizar. Depois de um treinamento comecei a pesquisar sobre a ABS/ABU e entendi mais sobre o movimento. Então, como isso ajudou em minha vida cristã, decidi também contribuir com o Reino”.

Em Imperatriz os estudantes se reúnem duas vezes por semana. Para Iara, a adolescência é um período de ‘desenvolvimento da personalidade’ e receber e viver o evangelho neste período é ser amparado por Cristo! “A adolescência é um momento muito complicado, ainda estamos desenvolvendo partes importantes da nossa personalidade, adquirindo uma visão crítica do mundo. Isso torna alguns um pouco mais rebeldes ou até mesmo inertes às situações que ocorrem ao redor. Através do evangelho podemos aproveitar e firmar nossa identidade em Cristo, completamente”!

Anderson Vieira do Carmo (16), decidiu participar do grupo em Juiz de Fora (MG) pois encontrou um ‘clima bem legal e jovens realmente interessados em conhecer a Bíblia’. “O grupo auxilia muito no nosso crescimento espiritual. Podemos desenvolver uma relação de amizade com todos e isso é realmente importante. Uma amizade que você pode compartilhar: ‘cara, estou precisando de uma oração por isso e isso’. Conselhos, amizade, ajuda, suporte … Isso tudo na ABS! O grande valor da ABS na minha vida foi descobrir que tinham pessoas que poderiam me ajudar. Não foi somente um grupo de estudo! Foi amizade, comunhão, e tudo de melhor que você pode imaginar”.

  1. Eu fui da ABS de 1978 a 1980, em Viçosa, MG, logo que foi fundada aqui. Lembro-me bem que até recebemos a visita da assessora nacional Erika Mellita Scherrer (alguma coisa assim…) para um encontro aqui. A gente se sentiu super-importante por receber uma assessora “só nossa” diretamente do Sul do Brasil! A ABS no COLUNI, em 1980, foi marcante. Muito atuante, unida e forte. Para aquela época, o grupo não era nem um pouco pequeno: 30-40 pessoas. Foi um tempo muito bom!

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