Porém tenho uma coisa contra vocês: é que agora vocês não me amam como me amavam no princípio. (Ap 2.4)

Não há despertamento – ou avivamento espiritual – se o amor permanece ausente nas relações humanas. O amor é a base de tudo, da redenção do homem, da encarnação do Verbo. O egoísmo é a base do pecado. A aparência externa de amor não substitui o amor: “Ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres, e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará” (1Co 13.3). O amor real leva a atitudes concretas de serviço aos de dentro e aos de fora da comunidade de fé.

As qualidades de zelo, ortodoxia e fidelidade não podem estar desacompanhadas de amor. A quebra do amor degenera o cuidado pela pureza doutrinária em rancor contra os que divergem, a tal ponto que a igreja de Éfeso é exortada a descobrir onde, como e quando começou a cair, arrepender-se e voltar atrás, à prática do primeiro amor, do qual Paulo, anos antes, se admirara (Ef 1.15). A falta de amor na Igreja de Deus deixa os homens livres para a vaidade, a vingança, a prepotência, a suspeita, a amargura, e abre as portas para o revide, a luta, a revolta, o escândalo.

Uma visitação especial de Deus nos aproximaria da conclusão de que “toda fraqueza e decadência na Igreja têm por motivo inicial a falta que se exprime nas palavras: ‘Abandonaste o teu primeiro amor’” (James Ingleby). Afinal, toda a lei e os profetas dependem dos dois mandamentos do amor: amar a Deus de todo o coração e o próximo como a si mesmo (Mt 22.34-40).

Texto originalmente publicado no devocionário Cuide das Raízes, Espere pelos Frutos, p. 298.

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