Desculpas, explicações psicológicas, compensações, acusações, autoflagelação, a prática da caridade, obras e a cobertura de símbolos religiosos não salvam. A tão grande salvação é pela graça, mediante a fé em Jesus Cristo.

 

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Salvação significa a ação ou o resultado de algum desejado livramento. Quem está em perigo precisa de salvação. Pode ser perigo de vida, perigo de perseguição, perigo de perder os bens penosamente amealhados, perigo de se enveredar por caminhos escabrosos, perigo de ver desmoronado o casamento, perigo de cair em pane mental, perigo de adquirir uma doença qualquer, perigo de não ter paz de espírito, perigo de não sentir Deus, perigo de solidão e muitos outros. A necessidade e o desejo de salvação fazem parte do homem.

 

2

Deixando de lado os sinônimos, a palavra salvação aparece cerca de uma centena e meia de vezes nas Sagradas Escrituras. Especialmente nos Salmos, no profeta Isaías e na Epístola aos Hebreus. Deus é proclamado o Salvador por excelência. A ela sempre se apela, por seu poder e recursos, por seu amor e graça, por sua onipresença e sabedoria. Pelo menos em perigo, o homem gosta de declarar: “De Deus depende a minha salvação e a minha glória; estão em Deus a minha forte rocha e o meu refúgio” (Sl 62.7).

 

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Deus salva o teu povo da seca, da tempestade, das fauces de um leão, dos perigos de viagem, de homens sanguinários, da tentação, da queda, da opressão, da guerra e da morte. Salva-o do Egito, do Mar Vermelho, do deserto, do sol escaldante, das serpentes venenosas, do medo, da idolatria, da feitiçaria, da falta d’água e da fome. A salvação é de coisas, é de pessoas, é de circunstâncias. Deus salva o seu povo de Faraó, de Balaque e Balaão, de Golias, de Jezabel, de Senaqueribe, de Sambalá, de Hamã, dos Herodes, de Elimas e de Himeneu e Fileto.

 

4

Todavia a ênfase maior é dada à chamada “tão grande salvação” (Hb 2.3). Esta é a salvação especificamente da culpa, do poder e da presença do pecado. Vem ao homem por meio de Jesus Cristo, o Salvador do mundo. Pedro e João deixaram bem claro ao Sinédrio que não há salvação em nenhum outro, senão em Jesus Cristo. Porque “abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos” (At 4.12). Esta é a boa notícia que envolve a pessoa de Jesus desde o anúncio de seu nascimento.

 

5

Para assimilar a salvação neste aspecto maior e mais transcendental é necessário avaliar o pecado na perspectiva de Deus. Todos pecaram e todos igualmente carecem de perdão e purificação. Deus é absolutamente santo e não transige com o pecado. Ele ama o pecador, mas odeia o pecado. O pecador não será condenado: ele já está condenado. A menos que se interesse pela salvação e corra em direção a Jesus, o pecador continua sob a ira do Deus santo. Ninguém alcança a tão grande salvação enquanto estiver minimizando o pecado.

 

6

Desculpas, explicações psicológicas, compensações, acusações, autoflagelação, a prática da caridade, obras e a cobertura de símbolos religiosos não salvam. A tão grande salvação é pela graça, mediante a fé (Ef 2.8). É pela graça porque provém de Deus e foi realizada por Jesus Cristo. O homem se apropria individualmente da salvação quando desiste de qualquer outra providência e crê em Jesus. Se autêntica esta fé há de levá-lo à prática de boas obras, não mais para ser salvo, mas porque foi salvo. Não há salvação maior do que esta.

 

Artigo originalmente publicado na edição 155 de Ultimato.

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