Em suas viagens à Ásia, várias vezes John Stott permanecia parado em atitude de respeito diante de uma estátua de Buda. Lá estava o fundador do budismo nascido há mais de 500 anos antes de Cristo, com “as pernas cruzadas, os braços dourados, os olhos fechados, o fantasma de um sorriso nos lábios, sereno e silencioso, com um olhar distante na face, desligado das agonias do mundo”.

Então, em sua imaginação, Stott voltava-se para outra pessoa, para “aquela figura solitária, retorcida, torturada sobre a cruz, com pregos lhe atravessando as mãos e os pés, com as costas dilaceradas, distorcidas, a testa sangrando nos pontos perfurados por espinhos, a boca seca, sedenta ao extremo, mergulhada na escuridão do esquecimento de Deus”.

A visão do Buda de pernas cruzadas e a do Jesus de braços abertos levou Stott a escrever:

“[Jesus] colocou de lado a sua imunidade para sentir a dor. Ele entrou em nosso mundo de carne e sangue, lágrimas e morte. Ele sofreu por nós, morrendo em nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados. Nossos sofrimentos tornaram-se mais suportáveis à luz do Cristo crucificado” (Por Que Sou Cristão, p. 68).

Trecho do artigo "Os dois Jesus", publicado na edição 293 de Ultimato.

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