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DIáRIO íNTIMO DE ULTIMATO

Outubro de 1954 (Rio de Janeiro) - Abro meu coração com a minha namorada. Digo-lhe que sinto uma grande necessidade de repartir com os outros as belezas que encontro na Palavra de Deus. 

Agosto de 1963
(Viçosa, MG) - Depois de várias tentativas, consigo um horário na Rádio Montanhesa de Viçosa, com a condição de apresentar um programa noticioso. Começo a preparar o Informativo Evangélico, com notícias internacionais, nacionais, regionais, históricas e... notícias da Bíblia. Sou obrigado a assinar jornais e revistas de várias denominações evangélicas para ficar bem informado. Aprendo a selecionar e condensar notícias. Escrevo tudo à mão. Neusa bate à máquina. Walace e Daison leem as notícias imitando o repórter Esso. 

Maio de 1966 (São Paulo) - O presbítero Paulo César pede-me para escrever a história de alguns de nossos jornais evangélicos para publicação no Brasil Presbiteriano. Faço um longo trabalho de pesquisa. Descubro que quase todos os jornais do passado vieram a lume para evangelizar o Brasil. A Imprensa Evangélica (1864), o primeiro jornal evangélico brasileiro, diz que "o anúncio do evangelho não pode depender só do púlpito". O Púlpito Evangélico (1874) foi lançado com o propósito de levar "as mesmas doutrinas que chamam ao arrependimento" a milhares de leitores, já que "o número de pregadores é ainda pequeno". O Salvação de Graça (1875) surgiu com o objetivo de "chamar os homens das trevas à luz de Deus, guiar os pecadores ao Salvador e edificar na verdade". A Sociedade de Tratados Evangélicos (1883) veio à luz para produzir folhetos de evangelização "da lavra de brasileiros, em língua escorreita, refletindo o nosso temperamento e feitio". O Evangelista (1885) tinha a ideia fixa de evangelizar. O Puritano (1898) foi lançado pela Associação de Propaganda da Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro para fazer propaganda do evangelho, numa época em que apenas 0,3% dos 700 mil habitantes da velha capital frequentavam os templos evangélicos. A revista Fé e Vida (1930), depois Unitas, apareceu para evangelizar a elite brasileira. Nenhum desses jornais e revistas existe hoje. Os periódicos atuais, muitos e de boa qualidade, em geral só visam os leitores crentes e servem suas próprias denominações. Fico muito surpreso com essa constatação, sobretudo porque hoje temos muito mais recursos humanos e materiais. 

Junho de 1966 (São Paulo) - Vem à minha cabeça a tímida ideia de suprir a lacuna existente e fundar um jornal que chame a atenção de não-crentes. Escrevo a pessoas competentes de quatro diferentes denominações e a meu pai - Henriqueta Rosa Fernandes Braga, Flamínio Fávero, Mário Barreto França, Augusto Gotardelo e Benjamim César -, expondo a ideia e pedindo opinião. Para espanto meu, todos respondem a carta e põem mais lenha na fogueira. Começo a orar sobre o assunto com a antiga namorada, agora esposa. 

Novembro de 1967
(Barbacena, MG) - Escrevo ao conselho da Igreja Presbiteriana de Viçosa, da qual fui um dos fundadores e o primeiro pastor, perguntando se eles podem dar o empurrão inicial, pagando as despesas gráficas do primeiro número do jornal que pretendemos lançar no início de 1968, cujo nome ainda não temos. A resposta é positiva. 

Dezembro de 1967
(Barbacena) - Eufórico por ter conseguido, com a bênção de Deus, o primeiro programa radiofônico evangélico na história de Barbacena, dirijo-me à Rádio Correio da Serra para dar início a esse programa. O Deputado Andradinha me chama à parte e diz que teria de voltar atrás na concessão do horário porque havia recebido um ultimato do padre Hilário: se os protestantes entrassem, ele deixaria de apresentar o programa católico. Impressionado com a força de um ultimato e lembrando-me das palavras que estão gravadas na parede externa de nosso templo - "Buscai o Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto" (Is 55.6) - entendo que o nome do jornal pode muito bem ser Ultimato. Perco o programa de rádio, mas ganho o nome do jornal.

Janeiro de 1968 (Barbacena) - Impresso na Gráfica Cidade de Barbacena, sai o primeiro número de Ultimato, um tabloide de oito páginas em papel jornal. São 10 mil exemplares. Djanira, as crianças e minha sogra dobram um por um. Solenemente colocamos nas mãos de Deus a trajetória que esse jornal deve descrever, para glória e louvor de seu Filho Jesus Cristo. 

Janeiro de 1971 - Nos três primeiros anos, Ultimato mudou de cidade três vezes. De Barbacena fomos para Porto Alegre, RS (1969) e Campinas, SP (1970). Agora nos fixamos definitivamente em Viçosa. 

Março de 1976 - Depois de 86 números (de janeiro de 1968 a dezembro de 1975), Ultimato deixa de ser jornal e se torna uma revista, inicialmente com vinte páginas. 

1985
- Organizamos a Editora Ultimato, com o propósito de dar continuidade à revista e publicar livros. 

Março de 1993 - Damos início à publicação de livros. O primeiro título é Deixem que Elas Mesmas Falem

Janeiro de 1996 - Acabamos de dar mais um pulo. A partir de agora, a revista Ultimato será impressa em cores. Estamos com 28 anos de circulação e já publicamos 232 edições. 

Agosto de 1998 - Inauguramos a sede própria da Editora Ultimato. 

Julho de 2002 - Até agora publicamos 277 edições da revista Ultimato e temos 53 títulos em catálogo.

Elben César
Diretor-redator
* Extraído e adaptado da edição de janeiro/fevereiro 1998 da revista Ultimato.