Opinião
- 02 de julho de 2009
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Um raio-x da juventude evangélica brasileira
Francisco Helder Sousa Cardoso
Há algumas semanas acompanhei um fórum num grupo batista de debates no qual se questionava se os jovens fazem ou não diferença na vida da nossa denominação. Não escondi minha empolgação por saber que, naquela ocasião, os olhos de muitos se voltavam especialmente para a juventude. Porém, a empolgação foi logo substituída por outro sentimento: preocupação. Sim, pois naquele debate vi a realidade de nossa juventude ser exposta diante de uma acurada análise. E os resultados não foram os mais satisfatórios.
Embora existam boas e louváveis exceções, uma das principais marcas da geração atual é a pouca resistência aos efeitos da pós-modernidade. Vemos, de norte a sul do país, juventudes inteiras desmotivadas e pouco comprometidas com Deus, sua Palavra e sua Igreja. Numa espécie de raio-x constatamos que a maioria dos jovens dá pouco ou nenhum valor a questões como vocação e espiritualidade. Sonham e vivem hoje exclusivamente em prol da profissionalização e de inesgotáveis graduações. Estas são as “bolas da vez”. Uma espécie de segunda “descoberta da pólvora”. Já o reino de Deus cai sempre pra escanteio e vira, inevitavelmente, segundo plano.
E a espiritualidade deles, onde fica? Boa notícia: ela não acabou nem morreu. Está apenas num estado de “hibernação”. Quando o inverno das buscas profissionais e intelectuais passar, eles planejam despertar. Sejamos francos: há sim um desejo múltiplo de “adoração”, só que quase sempre (e apenas) por meio de “louvorzões”, congressos, festivais, gincanas etc. Contudo o cultivo de valores cristãos na vida pessoal é algo cada vez mais raro. Há pouco ou quase nenhum interesse pela genuína Palavra de Deus.
Lamentamos ainda por saber que, embora tendo um número razoável de jovens como membros de nossas igrejas, eles não representam ainda sólida e significativa expressão nem para a vida denominacional nem para o país. Nossa relevância para o Brasil varia entre discreta, despercebida e inexistente...
Mas nem tudo está perdido. O lado bom da análise nos faz vislumbrar uma juventude que, embora não sendo 100% ativa, traz sobre si altíssimo potencial. Nossas igrejas são verdadeiros celeiros de jovens que têm em si muita capacidade e desejo de servir ao nosso Deus, e que apenas precisam saber quais os principais meios para fazê-lo. E os principais responsáveis para que estes potenciais sejam transformados em ação concreta são nossos líderes denominacionais (locais, estaduais e nacionais).
Com vistas a essa realidade, propomos a cada líder, em qualquer esfera em que esteja servindo, a se empenhar (ou continuar se empenhando) para mudarmos esse quadro.
Que a nossa geração possa deixar bons frutos. E que esses frutos gerem outros. Que marquemos a nossa geração não apenas sendo contados junto àqueles que são, diariamente, consumidos pelos efeitos da pós-modernidade. Que a nossa maior glória não seja apenas ser conhecidos como jovens de destaque na medicina, engenharia, docência e tantas outras ciências. Mas que sejamos conhecidos, principalmente pelas gerações que nos sucederão, como verdadeiros adoradores do Deus vivo; como servos fiéis do Senhor da seara. Porque, no final das contas, descobriremos que isso é o que realmente vale a pena.
Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe neste propósito. Jovens, lutemos juntos pela salvação do nosso povo. Eles não podem mais esperar. É tempo de avançar por amor aos brasileiros!
• Francisco Helder Sousa Cardoso é presidente da Juventude Batista do Pará. fheldersc@yahoo.com.br
Há algumas semanas acompanhei um fórum num grupo batista de debates no qual se questionava se os jovens fazem ou não diferença na vida da nossa denominação. Não escondi minha empolgação por saber que, naquela ocasião, os olhos de muitos se voltavam especialmente para a juventude. Porém, a empolgação foi logo substituída por outro sentimento: preocupação. Sim, pois naquele debate vi a realidade de nossa juventude ser exposta diante de uma acurada análise. E os resultados não foram os mais satisfatórios.
Embora existam boas e louváveis exceções, uma das principais marcas da geração atual é a pouca resistência aos efeitos da pós-modernidade. Vemos, de norte a sul do país, juventudes inteiras desmotivadas e pouco comprometidas com Deus, sua Palavra e sua Igreja. Numa espécie de raio-x constatamos que a maioria dos jovens dá pouco ou nenhum valor a questões como vocação e espiritualidade. Sonham e vivem hoje exclusivamente em prol da profissionalização e de inesgotáveis graduações. Estas são as “bolas da vez”. Uma espécie de segunda “descoberta da pólvora”. Já o reino de Deus cai sempre pra escanteio e vira, inevitavelmente, segundo plano.
E a espiritualidade deles, onde fica? Boa notícia: ela não acabou nem morreu. Está apenas num estado de “hibernação”. Quando o inverno das buscas profissionais e intelectuais passar, eles planejam despertar. Sejamos francos: há sim um desejo múltiplo de “adoração”, só que quase sempre (e apenas) por meio de “louvorzões”, congressos, festivais, gincanas etc. Contudo o cultivo de valores cristãos na vida pessoal é algo cada vez mais raro. Há pouco ou quase nenhum interesse pela genuína Palavra de Deus.
Lamentamos ainda por saber que, embora tendo um número razoável de jovens como membros de nossas igrejas, eles não representam ainda sólida e significativa expressão nem para a vida denominacional nem para o país. Nossa relevância para o Brasil varia entre discreta, despercebida e inexistente...
Mas nem tudo está perdido. O lado bom da análise nos faz vislumbrar uma juventude que, embora não sendo 100% ativa, traz sobre si altíssimo potencial. Nossas igrejas são verdadeiros celeiros de jovens que têm em si muita capacidade e desejo de servir ao nosso Deus, e que apenas precisam saber quais os principais meios para fazê-lo. E os principais responsáveis para que estes potenciais sejam transformados em ação concreta são nossos líderes denominacionais (locais, estaduais e nacionais).
Com vistas a essa realidade, propomos a cada líder, em qualquer esfera em que esteja servindo, a se empenhar (ou continuar se empenhando) para mudarmos esse quadro.
Que a nossa geração possa deixar bons frutos. E que esses frutos gerem outros. Que marquemos a nossa geração não apenas sendo contados junto àqueles que são, diariamente, consumidos pelos efeitos da pós-modernidade. Que a nossa maior glória não seja apenas ser conhecidos como jovens de destaque na medicina, engenharia, docência e tantas outras ciências. Mas que sejamos conhecidos, principalmente pelas gerações que nos sucederão, como verdadeiros adoradores do Deus vivo; como servos fiéis do Senhor da seara. Porque, no final das contas, descobriremos que isso é o que realmente vale a pena.
Deus tenha misericórdia de nós e nos abençoe neste propósito. Jovens, lutemos juntos pela salvação do nosso povo. Eles não podem mais esperar. É tempo de avançar por amor aos brasileiros!
• Francisco Helder Sousa Cardoso é presidente da Juventude Batista do Pará. fheldersc@yahoo.com.br
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