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- 07 de abril de 2016
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Tecnologia: nossa esperança para o futuro?
A importância da tecnologia
A humanidade e a tecnologia sempre caminharam lado a lado. Isto é tão verdadeiro, que tendemos a descrever a história humana em termos do estado da tecnologia: a idade da pedra, a idade do bronze, a era do metal, a era atômica, a era da informática e por aí em diante.
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A tecnologia é muito importante para a existência e cultura humanas. Sem ela, a vida e a cultura seriam mais pobres. Há, portanto, bons motivos para se dedicar tanto ao necessário desenvolvimento tecnológico.
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A cultura ocidental é marcada pela tecnologia moderna, uma tecnologia que foi poderosamente influenciada pela ciência. A cultura ocidental distingue-se das demais pela enorme influência que exerce a tecnologia moderna.
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A tecnologia é capaz de satisfazer algumas das necessidades básicas dos seres humanos. Ela pode fornecer alimento, abrigo e tratamento médico, além de oferecer maiores possibilidades às pessoas e reduzir o esforço físico e o fardo de nossos trabalhos; ela é capaz de nos libertar de rotinas monótonas, e de nos conduzir a diversas formas de trabalho intelectual e criativo.
Despotismo da tecnologia
No mundo ao nosso redor, observamos uma supervalorização da tecnologia. A tecnologia é vista como a resposta a uma série de problemas e como a solução para todos os tipos de males. Neste contexto, a tecnologia adquire certa função idólatra. Isto é melhor ilustrado pela saga do rei Midas. A Midas é dado pedir um dom aos deuses. Sua resposta é pedir que tudo o que ele toque se torne ouro. A partir do momento em que este dom lhe é concedido, testemunhamos as consequências. Tudo o que ele toca – sua comida, sua esposa, e por aí em diante – se transforma em montes de ouro. O resultado de sua cobiça é que o ouro ameaça sua própria vida.
A moral da história é que, embora o ouro, como metal precioso, tenha um lugar especial entre todas as coisas que existem e são preciosas, quando tudo se torna ouro a vida em si é sufocada. O mesmo vale para a tecnologia! A tecnologia é importante, mas quando tudo é marcado pela tecnologia, ela se torna uma maldição para a vida e para a sociedade. Nesse caso, a tecnologia ameaça a qualidade da existência. O homem e a natureza se tornam vítimas do despotismo da tecnologia.
Consequências
Esse movimento de salvação pela tecnologia exige uma manipulação ilimitada do meio ambiente: ilimitado ad infinitum. As pessoas creem que, com nossa tecnologia, somos capazes de dominar tudo.
A promessa de um paraíso tecnológico agora parece estar a nosso alcance. Quando, no período após a Segunda Guerra Mundial, o aumento da prosperidade se tornou realmente impressionante, os consumidores também passaram a venerar a tecnologia moderna.
Por muito tempo, essa veneração cegou as pessoas dos aspectos negativos. Nesse ínterim, descobrimos que o mundo ao nosso redor – plantas, animais, mas também a humanidade – podem facilmente se tornar vítimas da tecnologia moderna. Os avanços tecnológicos atuais são, de muitas formas, bastante ameaçadores.
A própria base de nossa existência tem sido destruída. Quando penso nas perigosas manifestações do tecnicismo, não tenho em mente apenas a ameaça das armas nucleares ou do lixo radioativo gerado pelas usinas de energia nuclear, mas também certos fenômenos de nossa cultura tecnológica, como o desmatamento, a desertificação de partes da Terra, a destruição da camada de ozônio, a emissão de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas, a destruição e poluição da natureza, a supervalorização das técnicas de manipulação genética e das mais atuais tecnologias de informação e comunicação, que produzem informações cada vez menos genuínas entre as pessoas. Uma tecnologia supervalorizada resulta num afastamento das pessoas e na desintegração social.
À medida que a tecnologia dá às pessoas muito poder, elas parecem bastante impotentes diante dela. Em vez de ter o avanço tecnológico sob controle, elas parecem ser controladas por ele. Em outras palavras, o desenvolvimento técnico é claramente paradoxal. O homem se torna prisioneiro de sua própria tecnologia.
• Egbert Schuurman estudou engenharia civil na Universidade Técnica de Dekft e filosofia na Universidade Livre de Amsterdam. Em 1994, recebeu o título honorário de doutor pela Universidade de Potchefstroom na África do Sul. Em 1995, em Berkeley, na Califórnia, recebeu o Prêmio da Templeton para educador em religião, ciência e tecnologia. É o presidente, desde 1995, do Instituto de Ética Cultural.
Nota: trechos do capítulo 3 do livro Fé, Esperança e Tecnologia: Ciência e Fé em uma Cultura Tecnológica, da série Ciência e Fé Cristã. A série é uma parceria da Ultimato com a Associação Brasileira de Cristãos na Ciência.
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Despotismo da tecnologia
No mundo ao nosso redor, observamos uma supervalorização da tecnologia. A tecnologia é vista como a resposta a uma série de problemas e como a solução para todos os tipos de males. Neste contexto, a tecnologia adquire certa função idólatra. Isto é melhor ilustrado pela saga do rei Midas. A Midas é dado pedir um dom aos deuses. Sua resposta é pedir que tudo o que ele toque se torne ouro. A partir do momento em que este dom lhe é concedido, testemunhamos as consequências. Tudo o que ele toca – sua comida, sua esposa, e por aí em diante – se transforma em montes de ouro. O resultado de sua cobiça é que o ouro ameaça sua própria vida.
A moral da história é que, embora o ouro, como metal precioso, tenha um lugar especial entre todas as coisas que existem e são preciosas, quando tudo se torna ouro a vida em si é sufocada. O mesmo vale para a tecnologia! A tecnologia é importante, mas quando tudo é marcado pela tecnologia, ela se torna uma maldição para a vida e para a sociedade. Nesse caso, a tecnologia ameaça a qualidade da existência. O homem e a natureza se tornam vítimas do despotismo da tecnologia.
Consequências
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A promessa de um paraíso tecnológico agora parece estar a nosso alcance. Quando, no período após a Segunda Guerra Mundial, o aumento da prosperidade se tornou realmente impressionante, os consumidores também passaram a venerar a tecnologia moderna.
Por muito tempo, essa veneração cegou as pessoas dos aspectos negativos. Nesse ínterim, descobrimos que o mundo ao nosso redor – plantas, animais, mas também a humanidade – podem facilmente se tornar vítimas da tecnologia moderna. Os avanços tecnológicos atuais são, de muitas formas, bastante ameaçadores.
A própria base de nossa existência tem sido destruída. Quando penso nas perigosas manifestações do tecnicismo, não tenho em mente apenas a ameaça das armas nucleares ou do lixo radioativo gerado pelas usinas de energia nuclear, mas também certos fenômenos de nossa cultura tecnológica, como o desmatamento, a desertificação de partes da Terra, a destruição da camada de ozônio, a emissão de gases de efeito estufa e as mudanças climáticas, a destruição e poluição da natureza, a supervalorização das técnicas de manipulação genética e das mais atuais tecnologias de informação e comunicação, que produzem informações cada vez menos genuínas entre as pessoas. Uma tecnologia supervalorizada resulta num afastamento das pessoas e na desintegração social.
À medida que a tecnologia dá às pessoas muito poder, elas parecem bastante impotentes diante dela. Em vez de ter o avanço tecnológico sob controle, elas parecem ser controladas por ele. Em outras palavras, o desenvolvimento técnico é claramente paradoxal. O homem se torna prisioneiro de sua própria tecnologia.
• Egbert Schuurman estudou engenharia civil na Universidade Técnica de Dekft e filosofia na Universidade Livre de Amsterdam. Em 1994, recebeu o título honorário de doutor pela Universidade de Potchefstroom na África do Sul. Em 1995, em Berkeley, na Califórnia, recebeu o Prêmio da Templeton para educador em religião, ciência e tecnologia. É o presidente, desde 1995, do Instituto de Ética Cultural.
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