Socorro, sou mãe de adolescente

 

Nesses últimos meses que se passaram eu escutei a frase “Tá mãe, mas eu vou” e a porta fechando logo em seguida. Nesse mesmo minuto meu coração se afundou, as frases que me vinham à mente não eram nada boas; muitas incertezas a respeito do que eu, com tanto carinho e diligência, plantei ali esses anos todos. Sei que ensinei os caminhos de Jesus, sei que vivo esse caminho eu mesma e carrego minha intimidade com Jesus como o que eu tenho de mais precioso e poderoso para passar para os meus filhos. Porém, estou nessa difícil jornada da adolescência... transição para jovens adultos e muitas escolhas não estão mais no meu controle. Posso influenciar e explicar, mas as escolhas vão ser deles.

 

Estão procurando saber quem são, completamente sem a minha ajuda ou minha opinião; e às vezes querendo colo, precisando da minha ajuda e pedindo a minha opinião. Que fase mais surreal! Às vezes pego me perguntando se estou ficando doida! Como pode um mesmo dia trazer tantas alegrias e tantos medos, imprudências, incoerências, raivas e tristezas ao mesmo tempo?

 

Em meio a tudo isso, muitas vezes eu me sento e choro. Tenho aprendido a correr para o Senhor com as minhas emoções bem expostas, sem “clean up”, e deixar ele me encontrar ali e assim mesmo – suja, triste, chateada, com medo, com raiva, com vontade de sumir ou de gritar. Isso tudo, de uma maneira miraculosa, tem me permitido crescer muito; sinceramente eu acho que tenho crescido mais que os meus teens e mudado muito de dentro para fora. Sentada no meu silêncio, na minha dor ou na minha alegria do dia, eu percebo Jesus ali comigo. Será mesmo que esse Jesus que senta comigo na minha dor, na minha rotina de mãe de adolescentes e jovens, me suporta e me carrega quando eu não sei bem mais o que fazer, quando não tenho mais fôlego, ou quando não sei o próximo passo a dar? Sei que meus filhos ainda vão mudar muito, e vão escolher e trilhar seus próprios caminhos. Sei que cada uma vai escolher o “Deus do seu coração”, não o Deus da mãe deles, sei bem que Deus não tem netos, só filhos; mas confesso que queria eu muitas vezes poder passar a minha salvação e o que eu escolhi ter com Jesus para eles, mesmo que fosse para eu trocar de lugar com eles. Eu fico sem, e eles herdam a minha salvação. Eu fico sem e eles pegam o meu lugar. Não só de uma eternidade no céu, mas de serem catalisadores do céu na terra, hoje e agora! Daria qualquer coisa para ver e viver isso. E é bem quando me pego nesse pensamento que nosso Abba gruda em mim, chega bem pertinho e me diz: “Minha filha amada, foi isso que eu fiz. Entendo bem esse amor. Amor de mãe vem direto do meu Santo Espírito, e ah! Como eu te entendo. Shaila, saiba que eu amo os teus filhos mais do que você os ama”. Ali ele me encontra, sinto-me cuidada e abraçada, mesmo sem ter tudo resolvido. Tem sido um tempo da minha vida no qual eu tenho muitas coisas ainda não resolvidas, muitas coisas que vão fazendo sentido e desembrulhando no passar dos anos. Muitas promessas do amor de Deus para comigo, para com o meu legado e as alianças de Deus para com a minha geração que ainda estão em processo, que ainda estão se cumprindo, que ainda estão sendo escritas e estabelecidas. Eu seguro firme nisso e aprendo ali a esperar mais, a esperar no Amor, amor que tem nome: meu Jesus.

 

 

Deus se preocupa com detalhes da minha vida, alguns deles pelos quais eu até esqueci de orar. Ele trabalha até nas coisas mais bizarras, fazendo tudo ser transformado para o meu bem. O que o inimigo planejou contra mim e a minha família Deus vai restaurando, sua graça vai mudando a minha história.

 

 

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