Prateleira
- 21 de maio de 2008
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Só existem dois tipos de pessoas
A frase que dá título a essa prateleira é conhecida. Está no velho e bom C.S. Lewis. Para ser exato, trata-se da leitura do dia 8 de dezembro em Um Ano com C. S. Lewis. A lembrança dessa frase me veio a propósito da demissão da senadora Marina Silva, do Ministério do Meio Ambiente. Na verdade, a ex-ministra demitiu o governo.
A fritura ou o banho-maria da ex-ministra começou faz tempo. Em dezembro de 2006, ao final do primeiro mandato do presidente Lula, a frase da então ministra resumia o impasse: "Só existem dois tipos de pessoas: as que perdem o pescoço e as que perdem o juízo". À época, publicamos aqui uma prateleira cujo título era a transcrição da frase, quase um epitáfio do mandato presidencial que se encerrava. Claro, Marina perdeu o pescoço.
Agora, recorro à "Prateleira" publicada aqui naquele dezembro. As frases, de Lewis e da senadora, têm algo em comum. Definem de maneira crua e acabada a natureza humana. No primeiro grupo de pessoas, apontado por Lewis, atrevo-me a colocar Marina. Não exatamente pelo que ela fez, mas por aquilo de que abriu mão. Não pelo que ela disse de si mesma, mas pelo que outros disseram a seu respeito.
Desnecessário acrescentar loas ao caráter ou ao trabalho da ex-ministra. Editoriais, artigos e pronunciamentos daqui e d’além-mar são suficientes. No entanto, mais uma vez, a senadora disse a que veio e por que foi. Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira, dia 15 de maio, ao falar de sua saída do ministério, ela disse bem de onde aprendeu a lidar com a coisa pública: "É melhor o filho vivo no colo de outro, do que jazendo no seu próprio colo".
Num tempo em que os evangélicos freqüentam as páginas policiais e os testemunhos, entre rocambolescos e inverossímeis, são vendidos a granel, a declaração da ministra é um alento para os muitos cristãos anônimos que insistem em "não se contaminar com as iguarias do rei". Melhor ainda é ouvir e fazer a escolha correta, sobre a qual falou C. S. Lewis: "Seja feita a tua vontade".
Leia o livro
• Religião e Política, Sim; Igreja e Estado, Não, Paul Freston
A fritura ou o banho-maria da ex-ministra começou faz tempo. Em dezembro de 2006, ao final do primeiro mandato do presidente Lula, a frase da então ministra resumia o impasse: "Só existem dois tipos de pessoas: as que perdem o pescoço e as que perdem o juízo". À época, publicamos aqui uma prateleira cujo título era a transcrição da frase, quase um epitáfio do mandato presidencial que se encerrava. Claro, Marina perdeu o pescoço.
Agora, recorro à "Prateleira" publicada aqui naquele dezembro. As frases, de Lewis e da senadora, têm algo em comum. Definem de maneira crua e acabada a natureza humana. No primeiro grupo de pessoas, apontado por Lewis, atrevo-me a colocar Marina. Não exatamente pelo que ela fez, mas por aquilo de que abriu mão. Não pelo que ela disse de si mesma, mas pelo que outros disseram a seu respeito.
Desnecessário acrescentar loas ao caráter ou ao trabalho da ex-ministra. Editoriais, artigos e pronunciamentos daqui e d’além-mar são suficientes. No entanto, mais uma vez, a senadora disse a que veio e por que foi. Em entrevista coletiva na manhã de quinta-feira, dia 15 de maio, ao falar de sua saída do ministério, ela disse bem de onde aprendeu a lidar com a coisa pública: "É melhor o filho vivo no colo de outro, do que jazendo no seu próprio colo".
Num tempo em que os evangélicos freqüentam as páginas policiais e os testemunhos, entre rocambolescos e inverossímeis, são vendidos a granel, a declaração da ministra é um alento para os muitos cristãos anônimos que insistem em "não se contaminar com as iguarias do rei". Melhor ainda é ouvir e fazer a escolha correta, sobre a qual falou C. S. Lewis: "Seja feita a tua vontade".
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