Prateleira
- 14 de dezembro de 2006
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Só existem dois tipos de pessoas:
Só existem dois tipos de pessoas: as que "perdem o pescoço e as que perdem o juízo"
Para C. S. Lewis, só existem dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus: “Seja feita a tua vontade”, e aquelas a quem Deus diz: “A sua vontade seja feita”. Tal definição, crua e acabada, da natureza humana, está em uma de suas deliciosas Leituras Diárias. No primeiro grupo de pessoas, atrevo-me a colocar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Não exatamente pelo que ela fez, nos últimos anos, mas por aquilo de que abriu mão. Não pelo que ela disse de si mesma, mas pelo que outros disseram a seu respeito.
A iminente troca de guarda nos ministérios antecipa a fritura da ministra pelos “chefes dos oficiais”. Aliás, algo que lembra o primeiro capítulo do livro de Daniel, leitura recomendável nesses dias, em que, caso escape da fogueira, a ministra, no mínimo, terá subido no telhado.
Nestes tempos em que os evangélicos freqüentam as páginas policiais e os testemunhos, entre rocambolescos e inverossímeis, são vendidos a granel, a declaração da ministra é um alento para os muitos cristãos anônimos que insistem em “não se contaminar com as iguarias do rei”.
Pode-se concordar ou não com o atual governo e com este ou aquele analista sobre o quadro político, mas é preciso repetir o que Marcelo Leite, colunista da Folha de S. Paulo, afirmou no último sábado, sobre aquela que, ao contrário das “celebridades evangélicas”, é conhecida não pela alcunha religiosa, mas pelo que é: “Marina representa o caso raro em que popularidade se funda no reconhecimento pela dedicação da vida a uma causa. Apanha há décadas de gente mais rica, poderosa e influente, no Acre e em Brasília”. Para ele, a “fritura” da ministra é um exemplo da “inversão — para não dizer corrupção — de valores” do atual momento político no país.
No último domingo, Elio Gaspari, também na Folha de S. Paulo, afirmava: “Quando o repórter Gerson Camarotti perguntou-lhe se afrouxaria os seus critérios, respondeu: ‘Eu perco o pescoço, mas não perco o juízo’. [...] Marina Silva é uma das mulheres mais elegantes do Brasil. É uma instalação de minimalismo pessoal, administrativo e político. Suas falas são gentis, curtas e claras. Num governo velho, ainda é o que há de novo”.
Melhor do que colocar as barbas de molho, é ouvir e fazer a escolha correta, sobre a qual falou C. S. Lewis: “Seja feita a tua vontade”...
Leia o livro
Um Ano com C. S. Lewis – leituras diárias de suas obras clássicas
Leia também
Religião e Política, Sim; Igreja e Estado, Não, de Paul Freston
A Igreja, o País e o Mundo, de Robinson Cavalcanti
Para C. S. Lewis, só existem dois tipos de pessoas: as que dizem a Deus: “Seja feita a tua vontade”, e aquelas a quem Deus diz: “A sua vontade seja feita”. Tal definição, crua e acabada, da natureza humana, está em uma de suas deliciosas Leituras Diárias. No primeiro grupo de pessoas, atrevo-me a colocar a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Não exatamente pelo que ela fez, nos últimos anos, mas por aquilo de que abriu mão. Não pelo que ela disse de si mesma, mas pelo que outros disseram a seu respeito.
A iminente troca de guarda nos ministérios antecipa a fritura da ministra pelos “chefes dos oficiais”. Aliás, algo que lembra o primeiro capítulo do livro de Daniel, leitura recomendável nesses dias, em que, caso escape da fogueira, a ministra, no mínimo, terá subido no telhado.
Nestes tempos em que os evangélicos freqüentam as páginas policiais e os testemunhos, entre rocambolescos e inverossímeis, são vendidos a granel, a declaração da ministra é um alento para os muitos cristãos anônimos que insistem em “não se contaminar com as iguarias do rei”.
Pode-se concordar ou não com o atual governo e com este ou aquele analista sobre o quadro político, mas é preciso repetir o que Marcelo Leite, colunista da Folha de S. Paulo, afirmou no último sábado, sobre aquela que, ao contrário das “celebridades evangélicas”, é conhecida não pela alcunha religiosa, mas pelo que é: “Marina representa o caso raro em que popularidade se funda no reconhecimento pela dedicação da vida a uma causa. Apanha há décadas de gente mais rica, poderosa e influente, no Acre e em Brasília”. Para ele, a “fritura” da ministra é um exemplo da “inversão — para não dizer corrupção — de valores” do atual momento político no país.
No último domingo, Elio Gaspari, também na Folha de S. Paulo, afirmava: “Quando o repórter Gerson Camarotti perguntou-lhe se afrouxaria os seus critérios, respondeu: ‘Eu perco o pescoço, mas não perco o juízo’. [...] Marina Silva é uma das mulheres mais elegantes do Brasil. É uma instalação de minimalismo pessoal, administrativo e político. Suas falas são gentis, curtas e claras. Num governo velho, ainda é o que há de novo”.
Melhor do que colocar as barbas de molho, é ouvir e fazer a escolha correta, sobre a qual falou C. S. Lewis: “Seja feita a tua vontade”...
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Um Ano com C. S. Lewis – leituras diárias de suas obras clássicas
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