Por Escrito
- 22 de março de 2018
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Ser um nerd me livrou de fazer muitas besteiras
Eu cresci sendo levado à igreja evangélica por minha mãe. Ela deu Bíblias a mim e a meu irmão quando éramos pequenos. Já meu pai, não se importava muito com religião e, raramente, ia à igreja conosco. Nossa família se mudava bastante, então cresci passando por várias denominações diferentes. Algumas eu gostava mais do que outras, isso dependia quase exclusivamente de quão bem eu me relacionava com as outras crianças da minha idade. Como qualquer criança, eu não me importava muito com o conteúdo. Sempre ouvia falar que Jesus era o Salvador, mas nunca me importei em perguntar: “Mas ele salva do quê?”.
Na adolescência, talvez por não ter uma base sólida, comecei a me enveredar pelos caminhos do ateísmo. Comecei a desenvolver um olhar crítico, e até um tanto cético, o que me levou a questionar a existência de Deus. Me lembro de ficar muito tempo refletindo sobre isso antes de dormir e muitas vezes eu concluía que Deus não existia. Isso me assustava, mas eu não seria movido pelo meu desejo de que Ele existisse se isso não fosse a verdade. Acho que isso se aliou às paixões da adolescência para fazer com que ir à igreja se tornasse um peso para mim, algo a que minha mãe me obrigava, mas que eu fazia de tudo para evitar. Eu queria muito ir a festas, me embriagar, “ficar” com quantas garotas pudesse. Se não havia Deus, também não havia problema. Pela graça de Deus, eu ser um “nerd” me livrou de muitas dessas coisas.
Essas paixões me motivaram a incentivar minha família a se mudar para Viçosa, interior de Minas Gerais. Meus pais haviam se divorciado, morávamos em São Paulo, capital. Lá, não havia nada que nos prendesse, pois o custo de vida era muito alto e minha mãe não tinha emprego. Quando eu tinha quinze anos, em uma viagem à casa dos meus tios, conversei com um primo, que estudava no Coluni, o colégio de aplicação da Universidade Federal de Viçosa. Ele contava suas histórias de bebedeira e farra, e eu fiquei louco para fazer parte disso. Me dediquei durante todo o período de férias a estudar para ingressar no colégio. Após fazer a prova e conferir o gabarito, estava confiante de que iria passar. Mas fiquei muito triste ao descobrir que não tinha sido aprovado, especialmente porque tinha nota suficiente, mas não podia entrar por haver zerado a redação. Não percebia que isso era parte do plano de Deus.
Minha família decidiu ir para Viçosa mesmo assim. No colégio onde comecei a estudar, conheci dois rapazes crentes, que se tornaram meus melhores amigos. Um deles era da presbiteriana que comecei a frequentar com minha família. Como quando era criança, gostei muito dessa igreja, pois havia um grupo muito legal de adolescentes. Parei de me questionar tanto sobre a existência de Deus. Mas toda essa convivência não faria nada, se eu não ouvisse a palavra de Deus e cresse no evangelho.
No ano seguinte fui eleito para a diretoria dos adolescentes, e percebi que eu precisava conhecer o que a igreja acreditava. Comecei a ler a bíblia, com um plano de um ano, mas gostei tanto que acabei tudo em quatro meses. A leitura foi desafiadora, tive muitas dúvidas, gastei muito tempo em conversas sobre a predestinação. Fiquei muito incomodado com alguns dos ensinos mais “pesados” de Jesus. A conversa com a mulher siro-fenícia (Mateus 15:21-28) foi um choque. Mas após todos esses momentos de dúvida e conflito, tive fé de que Deus de fato existe. Finalmente entendi que Jesus salva o ser humano do pecado e do inferno. Entendi que tudo era para Ele e pra glória dele, e fazer a vontade de Deus se tornou uma alegria, e não mais uma obrigação.
• Thiago Pereira Maia, 22 anos, nascido em Petrópolis, RJ, cursa engenharia de produção na Universidade Federal de Viçosa, estagiário do setor de Logística na editora Ultimato. Casado com Adassa Gama Tavares Maia. É fã de cinema, séries e quadrinhos.
Leia mais
>> Crer em Cristo é o que há de mais valioso
>> Quando me tornei descrente, minha esperança foi renovada
>> Um vazio do tamanho de Deus
Na adolescência, talvez por não ter uma base sólida, comecei a me enveredar pelos caminhos do ateísmo. Comecei a desenvolver um olhar crítico, e até um tanto cético, o que me levou a questionar a existência de Deus. Me lembro de ficar muito tempo refletindo sobre isso antes de dormir e muitas vezes eu concluía que Deus não existia. Isso me assustava, mas eu não seria movido pelo meu desejo de que Ele existisse se isso não fosse a verdade. Acho que isso se aliou às paixões da adolescência para fazer com que ir à igreja se tornasse um peso para mim, algo a que minha mãe me obrigava, mas que eu fazia de tudo para evitar. Eu queria muito ir a festas, me embriagar, “ficar” com quantas garotas pudesse. Se não havia Deus, também não havia problema. Pela graça de Deus, eu ser um “nerd” me livrou de muitas dessas coisas.
Essas paixões me motivaram a incentivar minha família a se mudar para Viçosa, interior de Minas Gerais. Meus pais haviam se divorciado, morávamos em São Paulo, capital. Lá, não havia nada que nos prendesse, pois o custo de vida era muito alto e minha mãe não tinha emprego. Quando eu tinha quinze anos, em uma viagem à casa dos meus tios, conversei com um primo, que estudava no Coluni, o colégio de aplicação da Universidade Federal de Viçosa. Ele contava suas histórias de bebedeira e farra, e eu fiquei louco para fazer parte disso. Me dediquei durante todo o período de férias a estudar para ingressar no colégio. Após fazer a prova e conferir o gabarito, estava confiante de que iria passar. Mas fiquei muito triste ao descobrir que não tinha sido aprovado, especialmente porque tinha nota suficiente, mas não podia entrar por haver zerado a redação. Não percebia que isso era parte do plano de Deus.
Minha família decidiu ir para Viçosa mesmo assim. No colégio onde comecei a estudar, conheci dois rapazes crentes, que se tornaram meus melhores amigos. Um deles era da presbiteriana que comecei a frequentar com minha família. Como quando era criança, gostei muito dessa igreja, pois havia um grupo muito legal de adolescentes. Parei de me questionar tanto sobre a existência de Deus. Mas toda essa convivência não faria nada, se eu não ouvisse a palavra de Deus e cresse no evangelho.
No ano seguinte fui eleito para a diretoria dos adolescentes, e percebi que eu precisava conhecer o que a igreja acreditava. Comecei a ler a bíblia, com um plano de um ano, mas gostei tanto que acabei tudo em quatro meses. A leitura foi desafiadora, tive muitas dúvidas, gastei muito tempo em conversas sobre a predestinação. Fiquei muito incomodado com alguns dos ensinos mais “pesados” de Jesus. A conversa com a mulher siro-fenícia (Mateus 15:21-28) foi um choque. Mas após todos esses momentos de dúvida e conflito, tive fé de que Deus de fato existe. Finalmente entendi que Jesus salva o ser humano do pecado e do inferno. Entendi que tudo era para Ele e pra glória dele, e fazer a vontade de Deus se tornou uma alegria, e não mais uma obrigação.
• Thiago Pereira Maia, 22 anos, nascido em Petrópolis, RJ, cursa engenharia de produção na Universidade Federal de Viçosa, estagiário do setor de Logística na editora Ultimato. Casado com Adassa Gama Tavares Maia. É fã de cinema, séries e quadrinhos.
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