Opinião
- 01 de fevereiro de 2016
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Sede de Deus
“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Sl 42.2).
Buscar mais a Deus, ter mais sede d’Ele e de seu poder. Deveria ser essa a decisão de todos nós, dentre todas as resoluções justas e possíveis, de todos os pedidos necessários e imprescindíveis para o ano de 2016.
O interesse ‘nas coisas de Deus’ é um dos aspectos mais surpreendentes dos dias de avivamento e despertamento espiritual. Interesse que não se resume à busca de experiências místicas ou sensoriais, mas tem a ver, sobretudo, com um renovado interesse em doutrina, em conhecimento dos atributos de Deus, de seu plano e de como Ele o realizou em Cristo. Interesse por conhecer mais e melhor a pessoa de Jesus, sua natureza, seus ofícios, sua obra consumada na Cruz. Um novo e santo interesse por saber quem é o Espírito Santo e sua relação com as outras duas pessoas divinas da Trindade, qual a sua missão e como Ele atua.
Deste interesse por doutrina, inevitavelmente, aparecem na alma aquela admiração, aquele desassombro, aquele encantamento por Deus que leva ao amor por sua santidade, ao ‘maravilhamento’ com a sua beleza e verdade e, por conseguinte, às mais variadas experiências sensoriais, afetivas, emocionais, psíquicas.
Sim, como cristãos reformados não temos porque temer, duvidar ou rechaçar tais experiências. Elas são bíblicas. Elas apareceram sempre em momentos de grande visitação do Espírito Santo. Sempre que a Palavra de Deus foi pregada com integridade e fidelidade estas manifestações ocorreram. Seja pelo quebrantamento que levou a muitos às lágrimas, ao temor do inferno em forma de desespero – como no ocorrido quando Jonathan Edward pregava seu sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado” –, ou êxtase e delírio santo, visões e sentimentos inefáveis de paz e doçura da alma ao contemplar da beleza, amor, santidade de Deus em Cristo. O que não pode e nem deve ocorrer é a busca da experiência como um fim em si mesma.
Experiência sem doutrina, sem sólido conhecimento, descamba em alienação. Conhecimento sem experiências espirituais se torna fundamentalismo estéril, ortodoxia morta. O conhecimento mais a experiência levam a uma conduta de vida que rejeita o mal e o pecado em si mesmo, os que se originam a partir de si e os presentes no mundo. Conhecimento reto e experiência saudável, atestada pelas Escrituras, produzem um viver agradável a Deus. Ou seja, uma conduta santa e generosa, que em tudo reputa glória a Deus e em tudo busca o bem dos irmãos e a salvação dos incrédulos. Estes elementos, quando encontrados de maneira simétrica no caráter do crente, o faz amar os santos, a sua companhia, as suas palavras e a vida compartilhada com eles.
Quando a igreja alcança este estágio da maturidade cristã ela não suporta pastores despreparados, cultos centrados na vaidade humana, oficiais que não consigam sequer conduzir o culto doméstico ou pastorear a própria família. A igreja produz homens com robustez ética suficiente para atuarem na política. Ilumina as mentes de seus filhos para ingressarem no mundo acadêmico, da educação, das ciências e das artes para reivindicarem ali o senhorio de Cristo. São capazes de reconhecer sem medo que uma verdade, ainda que vinda de um ateu, é sempre verdade de Deus, que não pode mentir.
Assim, a Igreja e os seus membros, com conhecimento sólido, experiência verdadeira do Espírito, vivendo segundo a vontade de Deus, poderão transformar este mundo tornando-o melhor habitável para todos até que volte o Senhor.
Por isso, meu conselho é que em 2016 nós desejemos mais de Deus. Supliquemos ao Espírito Santo que aumente nossa sede de conhecimento bíblico e doutrinário. Que aumente nosso desejo de novas e mais profundas experiências espirituais. Que nos faça mais resolutos em viver para a glória de Deus e a promoção do Reino de Deus no mundo.
Nota: Artigo escrito em 2015 e adaptado para 2016.
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Foto ilustrativa: Charlie Balch/Freeimages.com
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O interesse ‘nas coisas de Deus’ é um dos aspectos mais surpreendentes dos dias de avivamento e despertamento espiritual. Interesse que não se resume à busca de experiências místicas ou sensoriais, mas tem a ver, sobretudo, com um renovado interesse em doutrina, em conhecimento dos atributos de Deus, de seu plano e de como Ele o realizou em Cristo. Interesse por conhecer mais e melhor a pessoa de Jesus, sua natureza, seus ofícios, sua obra consumada na Cruz. Um novo e santo interesse por saber quem é o Espírito Santo e sua relação com as outras duas pessoas divinas da Trindade, qual a sua missão e como Ele atua.
Deste interesse por doutrina, inevitavelmente, aparecem na alma aquela admiração, aquele desassombro, aquele encantamento por Deus que leva ao amor por sua santidade, ao ‘maravilhamento’ com a sua beleza e verdade e, por conseguinte, às mais variadas experiências sensoriais, afetivas, emocionais, psíquicas.
Sim, como cristãos reformados não temos porque temer, duvidar ou rechaçar tais experiências. Elas são bíblicas. Elas apareceram sempre em momentos de grande visitação do Espírito Santo. Sempre que a Palavra de Deus foi pregada com integridade e fidelidade estas manifestações ocorreram. Seja pelo quebrantamento que levou a muitos às lágrimas, ao temor do inferno em forma de desespero – como no ocorrido quando Jonathan Edward pregava seu sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado” –, ou êxtase e delírio santo, visões e sentimentos inefáveis de paz e doçura da alma ao contemplar da beleza, amor, santidade de Deus em Cristo. O que não pode e nem deve ocorrer é a busca da experiência como um fim em si mesma.
Experiência sem doutrina, sem sólido conhecimento, descamba em alienação. Conhecimento sem experiências espirituais se torna fundamentalismo estéril, ortodoxia morta. O conhecimento mais a experiência levam a uma conduta de vida que rejeita o mal e o pecado em si mesmo, os que se originam a partir de si e os presentes no mundo. Conhecimento reto e experiência saudável, atestada pelas Escrituras, produzem um viver agradável a Deus. Ou seja, uma conduta santa e generosa, que em tudo reputa glória a Deus e em tudo busca o bem dos irmãos e a salvação dos incrédulos. Estes elementos, quando encontrados de maneira simétrica no caráter do crente, o faz amar os santos, a sua companhia, as suas palavras e a vida compartilhada com eles.
Quando a igreja alcança este estágio da maturidade cristã ela não suporta pastores despreparados, cultos centrados na vaidade humana, oficiais que não consigam sequer conduzir o culto doméstico ou pastorear a própria família. A igreja produz homens com robustez ética suficiente para atuarem na política. Ilumina as mentes de seus filhos para ingressarem no mundo acadêmico, da educação, das ciências e das artes para reivindicarem ali o senhorio de Cristo. São capazes de reconhecer sem medo que uma verdade, ainda que vinda de um ateu, é sempre verdade de Deus, que não pode mentir.
Assim, a Igreja e os seus membros, com conhecimento sólido, experiência verdadeira do Espírito, vivendo segundo a vontade de Deus, poderão transformar este mundo tornando-o melhor habitável para todos até que volte o Senhor.
Por isso, meu conselho é que em 2016 nós desejemos mais de Deus. Supliquemos ao Espírito Santo que aumente nossa sede de conhecimento bíblico e doutrinário. Que aumente nosso desejo de novas e mais profundas experiências espirituais. Que nos faça mais resolutos em viver para a glória de Deus e a promoção do Reino de Deus no mundo.
Nota: Artigo escrito em 2015 e adaptado para 2016.
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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