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- 14 de fevereiro de 2022
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Robinson Cavalcanti: uma inegável influência para o CPPC
Por Uriel Heckert
O Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC) teve seu início durante o Congresso Missionário da Aliança Bíblica Universitária (ABU), realizado em Curitiba, PR, em janeiro de 1976. Ali foram realizadas oficinas por áreas do saber, ensejando que profissionais e estudantes de psicologia e psiquiatria se reunissem, começando a caminhada conjunta.
Naquele evento, Robinson Cavalcanti foi um dos principais conferencistas. Ainda jovem, ele despontava como liderança evangélica, destacando-se por sua fala clara e objetiva, sempre inteligente, bem humorada e desafiadora. O incentivo dele para com nosso grupo foi muito bem recebido.
No ano seguinte, alguns de nós estivemos com ele em evento da Fraternidade Teológica Latino Americana, realizado em Itaicí, SP. Na ocasião, ao lado de lideranças evangélicas expressivas, pudemos conhecer profissionais que nos influenciam até hoje: Jorge A. León, psicólogo e pastor metodista, radicado em Buenos Aires; Carlos José Hernández, psiquiatra argentino que se tornou cúmplice em nosso ministério; Jorge Maldonado, referência na área de família. Por meio do expressivo texto enviado para debate, intitulado Igreja, Comunidade Terapêutica, conhecemos Daniel Schipani, outra inspiração que temos.
Quanto a mim, conheci o Robinson na primeira vez que ele compareceu a um Instituto de Preparação de Líderes (IPL), promovido pela Aliança Bíblica Universitária - ABU. Foi em 1968, em São Bernardo do Campo, onde ele chegou em companhia de Dionísio Pape. Dali foi levado por Paul Little a conferência estudantil Urbana, nos EE.UU., já desenhando sua trajetória de alcance internacional. Encontramo-nos em outros tantos eventos da ABU, quando ele se destacava na função de Assessor.
Ageu Heringer Lisboa conheceu-o nessa função, em Niterói, onde Robinson morou com a esposa Miriam, durante o seu mestrado em Ciências Políticas, por volta dos anos 70. Em depoimento próprio, aquele irmão, que dividiu comigo o sonho de reunir estudantes e profissionais psi em torno da fé cristã, já falou da influência que tal encontro teve em sua vida.
Os livros escritos por Robinson foram surgindo e todos causaram grande impacto em nosso meio. Eles eram lidos e relidos, foram objeto de discussões e debates, sempre citados em nossos escritos. Eram entusiasticamente distribuídos aos colegas e amigos como exemplo de que “crer é também pensar”. Cito aqui alguns que mais manuseamos:
Cristo na universidade brasileira? São Paulo: ABU Editora, 1972.
Uma bênção chamada sexo. São Paulo: ABU Editora, 1977.
O cristão, esse chato. São Paulo: ABU Editora, 1978.
Cristianismo e política. Niterói: Ed. Vinde; São Paulo: CPPC, 1983 (com revisão de Ageu Heringer Lisboa e assim dedicado: “Ao meu filho Eduardo”). Atualmente publicado pela Editora Ultimato.
Libertação e sexualidade. São Paulo: Temática Publicações, 1990.
A bem da verdade, não posso dizer que Robinson era totalmente simpático à psicologia. Eu percebia que as tendências subjetivistas e relativistas, verificadas em algumas correntes e entre alguns profissionais, o incomodavam. Do mesmo modo, suspeito que não lhe agradava a opção do CPPC por uma declaração de fé sucinta e o acolhimento a diferentes inclinações doutrinárias.
Mas é inegável que tínhamos nele um amigo, disposto a ouvir e, por certo, opinar com a sua proverbial clareza. Ele sempre foi um referencial em temas de doutrina cristã e no entendimento da cultura brasileira. Continuará sendo inspiração nas condutas e posicionamentos políticos e sociais, pois sempre foram marcados pela coerência, destemor e compromisso com o único Senhor, Jesus Cristo.
Minha gratidão a Deus por sua vida e toda contribuição que nos deixou.
Texto originalmente escrito em março de 2012.
Leia mais:
Dez anos da morte de Robinson Cavalcanti (1944 - 2012)
Memorial Robinson Cavalcanti
O Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC) teve seu início durante o Congresso Missionário da Aliança Bíblica Universitária (ABU), realizado em Curitiba, PR, em janeiro de 1976. Ali foram realizadas oficinas por áreas do saber, ensejando que profissionais e estudantes de psicologia e psiquiatria se reunissem, começando a caminhada conjunta.
Naquele evento, Robinson Cavalcanti foi um dos principais conferencistas. Ainda jovem, ele despontava como liderança evangélica, destacando-se por sua fala clara e objetiva, sempre inteligente, bem humorada e desafiadora. O incentivo dele para com nosso grupo foi muito bem recebido.
No ano seguinte, alguns de nós estivemos com ele em evento da Fraternidade Teológica Latino Americana, realizado em Itaicí, SP. Na ocasião, ao lado de lideranças evangélicas expressivas, pudemos conhecer profissionais que nos influenciam até hoje: Jorge A. León, psicólogo e pastor metodista, radicado em Buenos Aires; Carlos José Hernández, psiquiatra argentino que se tornou cúmplice em nosso ministério; Jorge Maldonado, referência na área de família. Por meio do expressivo texto enviado para debate, intitulado Igreja, Comunidade Terapêutica, conhecemos Daniel Schipani, outra inspiração que temos.
Quanto a mim, conheci o Robinson na primeira vez que ele compareceu a um Instituto de Preparação de Líderes (IPL), promovido pela Aliança Bíblica Universitária - ABU. Foi em 1968, em São Bernardo do Campo, onde ele chegou em companhia de Dionísio Pape. Dali foi levado por Paul Little a conferência estudantil Urbana, nos EE.UU., já desenhando sua trajetória de alcance internacional. Encontramo-nos em outros tantos eventos da ABU, quando ele se destacava na função de Assessor.
Ageu Heringer Lisboa conheceu-o nessa função, em Niterói, onde Robinson morou com a esposa Miriam, durante o seu mestrado em Ciências Políticas, por volta dos anos 70. Em depoimento próprio, aquele irmão, que dividiu comigo o sonho de reunir estudantes e profissionais psi em torno da fé cristã, já falou da influência que tal encontro teve em sua vida.
Os livros escritos por Robinson foram surgindo e todos causaram grande impacto em nosso meio. Eles eram lidos e relidos, foram objeto de discussões e debates, sempre citados em nossos escritos. Eram entusiasticamente distribuídos aos colegas e amigos como exemplo de que “crer é também pensar”. Cito aqui alguns que mais manuseamos:
Cristo na universidade brasileira? São Paulo: ABU Editora, 1972.
Uma bênção chamada sexo. São Paulo: ABU Editora, 1977.
O cristão, esse chato. São Paulo: ABU Editora, 1978.
Cristianismo e política. Niterói: Ed. Vinde; São Paulo: CPPC, 1983 (com revisão de Ageu Heringer Lisboa e assim dedicado: “Ao meu filho Eduardo”). Atualmente publicado pela Editora Ultimato.
Libertação e sexualidade. São Paulo: Temática Publicações, 1990.
A bem da verdade, não posso dizer que Robinson era totalmente simpático à psicologia. Eu percebia que as tendências subjetivistas e relativistas, verificadas em algumas correntes e entre alguns profissionais, o incomodavam. Do mesmo modo, suspeito que não lhe agradava a opção do CPPC por uma declaração de fé sucinta e o acolhimento a diferentes inclinações doutrinárias.
Mas é inegável que tínhamos nele um amigo, disposto a ouvir e, por certo, opinar com a sua proverbial clareza. Ele sempre foi um referencial em temas de doutrina cristã e no entendimento da cultura brasileira. Continuará sendo inspiração nas condutas e posicionamentos políticos e sociais, pois sempre foram marcados pela coerência, destemor e compromisso com o único Senhor, Jesus Cristo.
Minha gratidão a Deus por sua vida e toda contribuição que nos deixou.
Texto originalmente escrito em março de 2012.
Leia mais:
Dez anos da morte de Robinson Cavalcanti (1944 - 2012)
Memorial Robinson Cavalcanti
Uriel Heckert, doutor em psiquiatria pela Universidade de São Paulo, professor aposentado da Universidade Federal de Juiz de Fora e um dos fundadores do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos.
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