Opinião
- 24 de julho de 2018
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Realidades que desafiam a família
Por Luiz Fernando dos Santos
“Assim vocês se lembrarão de obedecer a todos os meus mandamentos, e para o seu Deus vocês serão um povo consagrado” (Nm 15.40).
A família cristã vive a sua vocação no plano de Deus em contextos e realidades culturais muito adversos. Essas realidades desafiam a identidade, a missão e a perseverança da família como uma agente da proclamação, testemunho, serviço e adoração ao Senhor.
A primeira realidade cultural que desafia a família cristã é o mundanismo, isto é, a infiltração de uma mentalidade ‘anti-Deus’ que passa a moldar o estilo de vida dos membros do lar. Essa mentalidade mundana é um ataque frontal à moral e aos costumes ‘judaico-cristãos’ que formam a base dos valores da família cristã. Esses ataques começam quase sempre no campo da moralidade sexual.
Primeiro, vem a ideia da liberdade – o direito de fazer o que quero com o meu corpo, e quando eu quiser. Essa ideia propõe libertar o sexo do contexto do casamento heterossexual e monogâmico, retirando-o do foro íntimo e privado do lar e ‘socializando-o’ e ‘publicizando-o’ o máximo possível. Assim, um assunto que não era um tabu, mas tratado com seriedade, pudor e a santidade que merece, de repente foi esvaziado de seus significados mais profundos e coisificado até se tornar um assunto vulgar, no sentido de comum. Aqui, Hollywood e as novelas brasileiras foram os vetores mais poderosos e mais acriticamente absorvidos pela família.
Em seguida, ainda no campo da sexualidade, as facilidades para o divórcio e as questões que envolvem a homossexualidade. Nos dois casos, fortes movimentos filosóficos, políticos e judiciários concorreram para fazer das duas realidades não apenas socialmente aceitas, mas até desejáveis. Assim, em nome de forças misteriosas e de programas educacionais bizarros, querem fazer-nos crer que identidade sexual não é uma condição “criatural”, mas uma construção social. A serviço dessa aberração, além de grandes corporações da indústria da beleza, da moda e das comunicações, a esses juntam-se ‘pseudo celebridades’ e intelectuais com discursos bem arranjados e glamourizados, arrastando muitos a experiências traumáticas, dolorosas e vergonhosas, não raras vezes.
Outra realidade cultural é a do relativismo. O relativismo é a filosofia por trás do mundanismo. Entre outros, a missão da família é a vivência e a transmissão de valores e princípios que formam de maneira indelével o caráter da pessoa humana. Contudo, no relativismo, a única coisa absoluta é a falta de princípios e valores absolutos. Não há verdade ou erro, mas, sim, a escolha subjetiva do que é um ou outro. A “egorreferência”, isto é, o ‘eu’ se torna a única referência para o que deve ser verdade ou erro. O padrão tem a ver com satisfação, conveniência, oportunidade, circunstância e não com uma norma exterior estabelecida e universal. No relativismo não há homem ou mulher, certo ou errado, tudo é uma questão de opinião e preferência.
Na esteira do relativismo, outra realidade cultural perturbadora e preocupante é o consumismo. Na verdade, dessas é a mais perigosa. Além da escravidão dos bens e sua insaciabilidade que gera frustração e, algumas vezes, dificuldades financeiras com endividamentos irracionais, a mentalidade do consumismo chegou também aos relacionamentos humanos. Muitos casamentos se desfazem devido à lógica do consumismo. A insatisfação por não receber o produto ou os ‘serviços’ contratados leva muitos a tomar a decisão de trocar seu companheiro por outro com mais ‘vantagens’. Todavia, o mesmo se pode dizer dos relacionamentos dos pais e filhos com base na permuta, na barganha com presentes e consentimentos indevidos, na esperança de receber um pouco de afeto e respeito que não puderam dar ou ensinar. Essa mentalidade é tão poderosa e perigosa que ela se estabelece até mesmo na relação do homem com Deus, na grosseira forma da teologia de prosperidade ou naquelas expressões religiosas que fazem promessas e ofertas em troca de um benefício desejado, ainda que moralmente duvidoso.
Por último, para não alongar essa pastoral, há o real perigo da bruxaria global. Nossos filhos são as presas mais fáceis e suscetíveis de influência nesse caso. Existem influenciadores digitais, jogos online, jogos com cartas, grupos e sociedades seduzindo nossos filhos para o caminho das trevas. Ensinam o satanismo, como ser um anticristo, incentivam a violência gratuita ou o suicídio por meio de pressão, chantagem e desafios ‘nonsense’. Claro, que muito dessa realidade da bruxaria global tem as portas abertas nos lares cristãos pela aparente inofensiva leitura do horóscopo ou jogos na loteria.
A família para sobreviver e viver a sua missão nessas realidades precisa, entre outros, entronizar as Escrituras no coração do lar. Realizar com disciplina e piedade o culto doméstico. Buscar a harmonia e a santidade do lar expulsando tudo o que traz o mundo e as suas mazelas para o seio familiar. Usando os meios de comunicação e as redes sociais com discernimento, ponderação e sobriedade. Frequentar com assiduidade o ajuntamento solene e colocar-se a disposição para servir e fazer-se útil no Reino.
Leia mais
» Como a Bíblia lida com os novos arranjos familiares
“Assim vocês se lembrarão de obedecer a todos os meus mandamentos, e para o seu Deus vocês serão um povo consagrado” (Nm 15.40).
A família cristã vive a sua vocação no plano de Deus em contextos e realidades culturais muito adversos. Essas realidades desafiam a identidade, a missão e a perseverança da família como uma agente da proclamação, testemunho, serviço e adoração ao Senhor.
A primeira realidade cultural que desafia a família cristã é o mundanismo, isto é, a infiltração de uma mentalidade ‘anti-Deus’ que passa a moldar o estilo de vida dos membros do lar. Essa mentalidade mundana é um ataque frontal à moral e aos costumes ‘judaico-cristãos’ que formam a base dos valores da família cristã. Esses ataques começam quase sempre no campo da moralidade sexual.
Primeiro, vem a ideia da liberdade – o direito de fazer o que quero com o meu corpo, e quando eu quiser. Essa ideia propõe libertar o sexo do contexto do casamento heterossexual e monogâmico, retirando-o do foro íntimo e privado do lar e ‘socializando-o’ e ‘publicizando-o’ o máximo possível. Assim, um assunto que não era um tabu, mas tratado com seriedade, pudor e a santidade que merece, de repente foi esvaziado de seus significados mais profundos e coisificado até se tornar um assunto vulgar, no sentido de comum. Aqui, Hollywood e as novelas brasileiras foram os vetores mais poderosos e mais acriticamente absorvidos pela família.
Em seguida, ainda no campo da sexualidade, as facilidades para o divórcio e as questões que envolvem a homossexualidade. Nos dois casos, fortes movimentos filosóficos, políticos e judiciários concorreram para fazer das duas realidades não apenas socialmente aceitas, mas até desejáveis. Assim, em nome de forças misteriosas e de programas educacionais bizarros, querem fazer-nos crer que identidade sexual não é uma condição “criatural”, mas uma construção social. A serviço dessa aberração, além de grandes corporações da indústria da beleza, da moda e das comunicações, a esses juntam-se ‘pseudo celebridades’ e intelectuais com discursos bem arranjados e glamourizados, arrastando muitos a experiências traumáticas, dolorosas e vergonhosas, não raras vezes.
Outra realidade cultural é a do relativismo. O relativismo é a filosofia por trás do mundanismo. Entre outros, a missão da família é a vivência e a transmissão de valores e princípios que formam de maneira indelével o caráter da pessoa humana. Contudo, no relativismo, a única coisa absoluta é a falta de princípios e valores absolutos. Não há verdade ou erro, mas, sim, a escolha subjetiva do que é um ou outro. A “egorreferência”, isto é, o ‘eu’ se torna a única referência para o que deve ser verdade ou erro. O padrão tem a ver com satisfação, conveniência, oportunidade, circunstância e não com uma norma exterior estabelecida e universal. No relativismo não há homem ou mulher, certo ou errado, tudo é uma questão de opinião e preferência.
Na esteira do relativismo, outra realidade cultural perturbadora e preocupante é o consumismo. Na verdade, dessas é a mais perigosa. Além da escravidão dos bens e sua insaciabilidade que gera frustração e, algumas vezes, dificuldades financeiras com endividamentos irracionais, a mentalidade do consumismo chegou também aos relacionamentos humanos. Muitos casamentos se desfazem devido à lógica do consumismo. A insatisfação por não receber o produto ou os ‘serviços’ contratados leva muitos a tomar a decisão de trocar seu companheiro por outro com mais ‘vantagens’. Todavia, o mesmo se pode dizer dos relacionamentos dos pais e filhos com base na permuta, na barganha com presentes e consentimentos indevidos, na esperança de receber um pouco de afeto e respeito que não puderam dar ou ensinar. Essa mentalidade é tão poderosa e perigosa que ela se estabelece até mesmo na relação do homem com Deus, na grosseira forma da teologia de prosperidade ou naquelas expressões religiosas que fazem promessas e ofertas em troca de um benefício desejado, ainda que moralmente duvidoso.
Por último, para não alongar essa pastoral, há o real perigo da bruxaria global. Nossos filhos são as presas mais fáceis e suscetíveis de influência nesse caso. Existem influenciadores digitais, jogos online, jogos com cartas, grupos e sociedades seduzindo nossos filhos para o caminho das trevas. Ensinam o satanismo, como ser um anticristo, incentivam a violência gratuita ou o suicídio por meio de pressão, chantagem e desafios ‘nonsense’. Claro, que muito dessa realidade da bruxaria global tem as portas abertas nos lares cristãos pela aparente inofensiva leitura do horóscopo ou jogos na loteria.
A família para sobreviver e viver a sua missão nessas realidades precisa, entre outros, entronizar as Escrituras no coração do lar. Realizar com disciplina e piedade o culto doméstico. Buscar a harmonia e a santidade do lar expulsando tudo o que traz o mundo e as suas mazelas para o seio familiar. Usando os meios de comunicação e as redes sociais com discernimento, ponderação e sobriedade. Frequentar com assiduidade o ajuntamento solene e colocar-se a disposição para servir e fazer-se útil no Reino.
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Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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