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- 09 de outubro de 2020
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Pressões econômicas desafiam o sistema educacional evangélico nos EUA
Em meio a incertezas, faculdades e universidades cristãs evangélicas norte-americanas lutam para sobreviver e continuar sua missão.
Por Reinaldo Percinoto Jr.
Há cerca de uma década, as faculades e universidades cristãs evangélicas dos EUA vêm enfrentando uma situação bastante desafiadora para a manutenção de suas atividades. Situação esta que, muito provavelmente, também tem atingido ou atingirá as escolas similares aqui no Brasil, especialmente aquelas que se especializaram em capacitação teológica.
A pandemia da Covid-19 certamente tem aprofundado o problema, mas a verdade é que desde a crise econômica de 2008 o número de matrículas nas instituições norte-americanas têm caído ano após ano. Parte da explicação deste fenômeno é que a incerteza econômica provocou uma mudança de prioridades, levando os estudantes a procurarem formações que poderiam “garantir” um bom emprego, em detrimento de uma educação que possibilitasse uma integração de fé e aprendizado. O problema é que, em sua grande maioria, estas instituições dependem das mensalidades para sua sobrevivência econômica, uma vez que sua base de doadores é muito pequena. Segundo dados do Conselho de Faculdades e Universidades Cristãs dos EUA (CCCU, em inglês), as mensalidades representam cerca de 80% da receita das escolas cristãs evangélicas que compõem sua membresia plena.
As instituições, então, têm se deparado com uma difícil “encruzilhada”: aumentar consistentemente o número de matrículas, ou promover significativos cortes orçamentários. Na primeira opção, a maioria das escolas tem buscado a criação de novos programas que consigam atrair novos alunos, incluindo programas esportivos, novos cursos de graduação e, principalmente, especializações. Porém, nem sempre essas ações são suficientes, e a opção restante é o corte de programas e, consequentemente, o corte de pessoal (professores e funcionários).
No caso das instuições norte-americanas, o que tem gerado maior preocupação, além dos impactos na vida dos trabalhadores, obviamente, é o fato de que as “eliminações” de cursos e programas tem atingido mais comumente os departamentos da área de ciências humanas. Isso, na opinião de alguns analistas, poderá impactar negativamente a qualidade da formação teológica e ministerial dos alunos, uma vez que os programas perderiam as “ferramentas” fundamentais das ciências humanas.
Mas a crise econômica de 2008 poderá acarretar um novo e complexo problema para as novas matrículas nas faculdades e universidades evangélicas nos EUA. Desde aquela crise, as taxas de natalidade têm caído sucessivamente, provocando o que estudiosos têm classificado como um “precipício demográfico”. Isso, segundo eles, já em 2025 ou 2026, provocará uma diminuição de novos alunos indo para as faculdades. Mesmo levando em consideração as variações por região e instituições, são previstas perdas em torno de 10 a 15% no número de matrículas.
Este desafio de formação enfrentado pela igreja cristã evangélica norte-americana (pois, ao final, é disto que se trata) poderá ser enfrentado também em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. E, dependendo da forma como o miramos, poderá se transformar num “desafio-oportunidade”, ao ser enfrentado com sabedoria e discernimento que “vêm do alto” (Tiago 1. 5,17).
Fonte: Artigo “Christian Colleges Are Changing to Survive. Is it Working?”, por Liam Adams, Christianity Today.
Por Reinaldo Percinoto Jr.
Há cerca de uma década, as faculades e universidades cristãs evangélicas dos EUA vêm enfrentando uma situação bastante desafiadora para a manutenção de suas atividades. Situação esta que, muito provavelmente, também tem atingido ou atingirá as escolas similares aqui no Brasil, especialmente aquelas que se especializaram em capacitação teológica.
A pandemia da Covid-19 certamente tem aprofundado o problema, mas a verdade é que desde a crise econômica de 2008 o número de matrículas nas instituições norte-americanas têm caído ano após ano. Parte da explicação deste fenômeno é que a incerteza econômica provocou uma mudança de prioridades, levando os estudantes a procurarem formações que poderiam “garantir” um bom emprego, em detrimento de uma educação que possibilitasse uma integração de fé e aprendizado. O problema é que, em sua grande maioria, estas instituições dependem das mensalidades para sua sobrevivência econômica, uma vez que sua base de doadores é muito pequena. Segundo dados do Conselho de Faculdades e Universidades Cristãs dos EUA (CCCU, em inglês), as mensalidades representam cerca de 80% da receita das escolas cristãs evangélicas que compõem sua membresia plena.
As instituições, então, têm se deparado com uma difícil “encruzilhada”: aumentar consistentemente o número de matrículas, ou promover significativos cortes orçamentários. Na primeira opção, a maioria das escolas tem buscado a criação de novos programas que consigam atrair novos alunos, incluindo programas esportivos, novos cursos de graduação e, principalmente, especializações. Porém, nem sempre essas ações são suficientes, e a opção restante é o corte de programas e, consequentemente, o corte de pessoal (professores e funcionários).
No caso das instuições norte-americanas, o que tem gerado maior preocupação, além dos impactos na vida dos trabalhadores, obviamente, é o fato de que as “eliminações” de cursos e programas tem atingido mais comumente os departamentos da área de ciências humanas. Isso, na opinião de alguns analistas, poderá impactar negativamente a qualidade da formação teológica e ministerial dos alunos, uma vez que os programas perderiam as “ferramentas” fundamentais das ciências humanas.
Mas a crise econômica de 2008 poderá acarretar um novo e complexo problema para as novas matrículas nas faculdades e universidades evangélicas nos EUA. Desde aquela crise, as taxas de natalidade têm caído sucessivamente, provocando o que estudiosos têm classificado como um “precipício demográfico”. Isso, segundo eles, já em 2025 ou 2026, provocará uma diminuição de novos alunos indo para as faculdades. Mesmo levando em consideração as variações por região e instituições, são previstas perdas em torno de 10 a 15% no número de matrículas.
Este desafio de formação enfrentado pela igreja cristã evangélica norte-americana (pois, ao final, é disto que se trata) poderá ser enfrentado também em outras partes do mundo, inclusive no Brasil. E, dependendo da forma como o miramos, poderá se transformar num “desafio-oportunidade”, ao ser enfrentado com sabedoria e discernimento que “vêm do alto” (Tiago 1. 5,17).
Fonte: Artigo “Christian Colleges Are Changing to Survive. Is it Working?”, por Liam Adams, Christianity Today.
Reinaldo Percinoto Jr. mora em Viçosa, MG, com sua esposa Maira e seus dois filhos, João Marcos e Daniel.
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