Opinião
- 29 de janeiro de 2018
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Os melhores filmes de 2017
Por Carlos Caldas
2018 começou há pouco. Como é natural, todos fazemos planos e temos expectativas e perspectivas para o novo ano. Os cinéfilos vibram com os anúncios dos novos filmes programados para o recentemente iniciado ano. Mas como ainda estamos no primeiro mês, é interessante relembrarmos alguns dos grandes filmes de 2017, e uma série televisiva (divulgada pelo canal de streaming Netflix). Evidentemente, a lista que segue não pretende ser exaustiva e é absolutamente pessoal, regida por critérios subjetivos, que poderá coincidir ou não com a dos leitores e leitoras deste portal. Alguns dos filmes aqui mencionados já foram comentados com mais vagar nesta coluna ao longo do ano. Mas enfim, ressalvas necessárias devidamente feitas, prossigamos:
A Chegada
O filme de Denis Villeneuve, baseado no conto “História de sua vida”, do jovem e genial escritor sino-americano Ted Chiang, reinventou a ficção científica: não é futurista, não é blockbuster, não é “space opera” (como Star Wars), não é distópico (como “Mad Max”) nem utópico (como “Star Trek”), e não é baseado nas ciências exatas, mas nas humanas, no caso, especificamente, a lingüística. Em outras palavras: “A chegada” é diferente de qualquer ficção científica produzida até o momento. Um filme de beleza e sensibilidade, provocante, complexo, denso e, por isso mesmo, faz pensar. Simplesmente sensacional. [Leia a resenha]
Logan
Logan é o nome do Wolverine, o mais icônico dos X-Men, o grupo de mutantes liderado pelo não menos icônico professor Charles Xavier. Os X-Men constituem-se em uma das mais amadas equipes de super seres da história da cultura nerd, rivalizando em popularidade com os Vingadores e com a Liga da Justiça da DC. O diretor James Mangold fez uma obra de arte em “Logan”, quando desconstruiu clichês tradicionais de narrativas de super-heróis: neste filme, o professor Xavier já passa dos 90 e, por ironia, está sofrendo com uma esclerose ou alguma forma de demência. Nada poderia ser pior para o mais poderoso telapata do mundo. O filme nos mostra um Logan que também sofre as limitações impostas pelo envelhecimento: seu famoso fator cura já não é tão bom como era antes. O enredo do filme é muito inteligente, e as interpretações de Hugh Jackman (Logan) e Patrick Stewart (professor Xavier) são de uma competência impressionante. Quem conhece a mitologia dos X-Men nos quadrinhos sabe que o relacionamento entre Charles Xavier e Logan sempre foi de pai e filho. O filme mostra isso com sensibilidade rara, tocante e emocionante. O filme ainda traz a grata surpresa da atriz mirim Dafne Keen, que com apenas 11 anos não se intimidou diante de atores veteranos, e também deu um show de interpretação no papel de Laura, ou X-23, um clone do Wolverine. O trailer do filme ainda tem o Johnny Cash com aquele vozeirão inconfundível cantando “Hurt”, o que combinou maravilhosamente bem com a história. “Logan” tem cenas de ação e violência, claro, como obrigatoriamente tem que ser em qualquer história do Wolverine. Mas é um drama, brilhantemente bem conduzido, da primeira à última cena. Talvez seja o melhor filme de super-heróis de todos os tempos.
Silêncio
Silêncio, do aclamado diretor Martin Scorcese, é a adaptação do romance homônimo do escritor japonês Shuzako Endo, que se baseou em eventos históricos para construir uma das peças literárias mais contundentes do século passado. A narrativa conta a história das perseguições inacreditavelmente cruéis perpetradas contra missionários jesuítas portugueses no Japão do século XVI. O filme é perturbador, porque trata de um tema perturbador: o silêncio de Deus diante do sofrimento dos seus filhos. Com atuações soberbas de Liam Neeson e Andrew Garfield, o filme, inexplicavelmente, foi desdenhado, pela crítica e pelo público. O que é lamentável, pois Scorcese produziu uma obra de arte com rara densidade teológica. O filme faz pensar, e trata de uma temática cristã. Talvez por conta destes dois motivos não tenha feito sucesso. [Leia a resenha]
Blade Runner 2049
Mais um do competente diretor franco-canadense Denis Villeneuve, que assumiu a não pequena responsabilidade de dar sequência ao clássico da ficção científica dirigido por Ridley Scott no início dos anos de 1980. Os mesmos temas de Blade Runner estão presentes nesta continuação. Curiosamente, o primeiro Blade Runner não fez sucesso. Todavia, alguns anos depois se tornou um clássico, um “cult movie”. Tudo indica que com sua sequência vai pelo mesmo caminho. O filme é longo, lento, arrastado em alguns momentos, mas profundamente complexo. Não é uma ficção científica leve, rasa, estilo “pipoca”, como Star Wars. Muito pelo contrário: Blade Runner 2049 é pesado e profundo. E como costuma acontecer com a ficção científica, antecipa tendências tecnológicas que talvez estejam em uso muito antes do que pensamos. [Leia a resenha]
Thor: Ragnarok
Depois de quatro dramas, um filme leve, divertido e super bem humorado – Thor: Ragnarok, do diretor neozelandês Taika Waititi. Na antiga mitologia nórdica o ragnarok é a crença no fim de todas as coisas, que seria seguido por um recomeço. O ragnarok é obra do destino, e por isso, nem os deuses podem evitá-lo. O tema em si é pesado, depressivo, sombrio, triste. Mas a genialidade de Taika Waititi se manifestou ao transformar este tema em uma quase comédia! A paleta de cores e a música “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, se encaixaram perfeitamente bem ao clima bem humorado do filme. O filme é “dois em um”, porque acrescentou o conhecido arco da “Planeta Hulk”. O Hulk do filme de Waititi se comporta como um menino mimado e luxento: outro ponto para o neozelandês! Com filmes como Thor: Ragnarok a Marvel continua dando um show de qualidade na rival DC.
Justiceiro (primeira temporada)
Por fim, uma série televisiva: a primeira temporada (treze episódios) de The Punisher – no Brasil, O Justiceiro –, com Jon Bernthal no papel principal. O Justiceiro foi criado no início da década de 1970. De um início absolutamente despretensioso, pois apareceu como um vilão nas histórias do Homem Aranha, o personagem cresceu, e se tornou sucesso absoluto. O Justiceiro é um personagem complexo: é um herói? É um anti-herói? É um herói trágico? Não é nem um pouco fácil enquadrá-lo em qualquer categoria consagrada pelo uso. A série da Netflix é a quarta live action com o personagem. Jon Bernthal, a atual encarnação de Frank Castle, não é bonito como os que o antecederam no papel (em ordem cronológica, Dolf Lundgren, Thomas Jane e Ray Stevenson), mas supera a todos em talento. Mas há que se fazer uma crítica à série: o tema propriamente não é nem o Justiceiro nem Frank Castle (quem é o alter ego de quem?). Na verdade, a série é sobre problemas sérios que os Estados Unidos enfrentam, como o drama dos veteranos de guerra que retornam ao país com estresse pós-traumático e ficam completamente deslocados na sociedade (deslocados e desprezados pelo governo), a questão da posse de armas e a corrupção e a sujeira em níveis inimaginavelmente grandes em altos setores da segurança do governo daquele país. Por isso, mexeram muito no conceito do personagem, fazendo com que o Justiceiro da Netflix seja bastante diferente do Justiceiro dos quadrinhos. Mas em todo caso, a série é muito boa.
>>> Cinco séries que vale a pena conhecer <<<
2018 começou há pouco. Como é natural, todos fazemos planos e temos expectativas e perspectivas para o novo ano. Os cinéfilos vibram com os anúncios dos novos filmes programados para o recentemente iniciado ano. Mas como ainda estamos no primeiro mês, é interessante relembrarmos alguns dos grandes filmes de 2017, e uma série televisiva (divulgada pelo canal de streaming Netflix). Evidentemente, a lista que segue não pretende ser exaustiva e é absolutamente pessoal, regida por critérios subjetivos, que poderá coincidir ou não com a dos leitores e leitoras deste portal. Alguns dos filmes aqui mencionados já foram comentados com mais vagar nesta coluna ao longo do ano. Mas enfim, ressalvas necessárias devidamente feitas, prossigamos:
A Chegada
O filme de Denis Villeneuve, baseado no conto “História de sua vida”, do jovem e genial escritor sino-americano Ted Chiang, reinventou a ficção científica: não é futurista, não é blockbuster, não é “space opera” (como Star Wars), não é distópico (como “Mad Max”) nem utópico (como “Star Trek”), e não é baseado nas ciências exatas, mas nas humanas, no caso, especificamente, a lingüística. Em outras palavras: “A chegada” é diferente de qualquer ficção científica produzida até o momento. Um filme de beleza e sensibilidade, provocante, complexo, denso e, por isso mesmo, faz pensar. Simplesmente sensacional. [Leia a resenha]
Logan
Logan é o nome do Wolverine, o mais icônico dos X-Men, o grupo de mutantes liderado pelo não menos icônico professor Charles Xavier. Os X-Men constituem-se em uma das mais amadas equipes de super seres da história da cultura nerd, rivalizando em popularidade com os Vingadores e com a Liga da Justiça da DC. O diretor James Mangold fez uma obra de arte em “Logan”, quando desconstruiu clichês tradicionais de narrativas de super-heróis: neste filme, o professor Xavier já passa dos 90 e, por ironia, está sofrendo com uma esclerose ou alguma forma de demência. Nada poderia ser pior para o mais poderoso telapata do mundo. O filme nos mostra um Logan que também sofre as limitações impostas pelo envelhecimento: seu famoso fator cura já não é tão bom como era antes. O enredo do filme é muito inteligente, e as interpretações de Hugh Jackman (Logan) e Patrick Stewart (professor Xavier) são de uma competência impressionante. Quem conhece a mitologia dos X-Men nos quadrinhos sabe que o relacionamento entre Charles Xavier e Logan sempre foi de pai e filho. O filme mostra isso com sensibilidade rara, tocante e emocionante. O filme ainda traz a grata surpresa da atriz mirim Dafne Keen, que com apenas 11 anos não se intimidou diante de atores veteranos, e também deu um show de interpretação no papel de Laura, ou X-23, um clone do Wolverine. O trailer do filme ainda tem o Johnny Cash com aquele vozeirão inconfundível cantando “Hurt”, o que combinou maravilhosamente bem com a história. “Logan” tem cenas de ação e violência, claro, como obrigatoriamente tem que ser em qualquer história do Wolverine. Mas é um drama, brilhantemente bem conduzido, da primeira à última cena. Talvez seja o melhor filme de super-heróis de todos os tempos.
Silêncio
Silêncio, do aclamado diretor Martin Scorcese, é a adaptação do romance homônimo do escritor japonês Shuzako Endo, que se baseou em eventos históricos para construir uma das peças literárias mais contundentes do século passado. A narrativa conta a história das perseguições inacreditavelmente cruéis perpetradas contra missionários jesuítas portugueses no Japão do século XVI. O filme é perturbador, porque trata de um tema perturbador: o silêncio de Deus diante do sofrimento dos seus filhos. Com atuações soberbas de Liam Neeson e Andrew Garfield, o filme, inexplicavelmente, foi desdenhado, pela crítica e pelo público. O que é lamentável, pois Scorcese produziu uma obra de arte com rara densidade teológica. O filme faz pensar, e trata de uma temática cristã. Talvez por conta destes dois motivos não tenha feito sucesso. [Leia a resenha]
Blade Runner 2049
Mais um do competente diretor franco-canadense Denis Villeneuve, que assumiu a não pequena responsabilidade de dar sequência ao clássico da ficção científica dirigido por Ridley Scott no início dos anos de 1980. Os mesmos temas de Blade Runner estão presentes nesta continuação. Curiosamente, o primeiro Blade Runner não fez sucesso. Todavia, alguns anos depois se tornou um clássico, um “cult movie”. Tudo indica que com sua sequência vai pelo mesmo caminho. O filme é longo, lento, arrastado em alguns momentos, mas profundamente complexo. Não é uma ficção científica leve, rasa, estilo “pipoca”, como Star Wars. Muito pelo contrário: Blade Runner 2049 é pesado e profundo. E como costuma acontecer com a ficção científica, antecipa tendências tecnológicas que talvez estejam em uso muito antes do que pensamos. [Leia a resenha]
Thor: Ragnarok
Depois de quatro dramas, um filme leve, divertido e super bem humorado – Thor: Ragnarok, do diretor neozelandês Taika Waititi. Na antiga mitologia nórdica o ragnarok é a crença no fim de todas as coisas, que seria seguido por um recomeço. O ragnarok é obra do destino, e por isso, nem os deuses podem evitá-lo. O tema em si é pesado, depressivo, sombrio, triste. Mas a genialidade de Taika Waititi se manifestou ao transformar este tema em uma quase comédia! A paleta de cores e a música “Immigrant Song”, do Led Zeppelin, se encaixaram perfeitamente bem ao clima bem humorado do filme. O filme é “dois em um”, porque acrescentou o conhecido arco da “Planeta Hulk”. O Hulk do filme de Waititi se comporta como um menino mimado e luxento: outro ponto para o neozelandês! Com filmes como Thor: Ragnarok a Marvel continua dando um show de qualidade na rival DC.
Justiceiro (primeira temporada)
Por fim, uma série televisiva: a primeira temporada (treze episódios) de The Punisher – no Brasil, O Justiceiro –, com Jon Bernthal no papel principal. O Justiceiro foi criado no início da década de 1970. De um início absolutamente despretensioso, pois apareceu como um vilão nas histórias do Homem Aranha, o personagem cresceu, e se tornou sucesso absoluto. O Justiceiro é um personagem complexo: é um herói? É um anti-herói? É um herói trágico? Não é nem um pouco fácil enquadrá-lo em qualquer categoria consagrada pelo uso. A série da Netflix é a quarta live action com o personagem. Jon Bernthal, a atual encarnação de Frank Castle, não é bonito como os que o antecederam no papel (em ordem cronológica, Dolf Lundgren, Thomas Jane e Ray Stevenson), mas supera a todos em talento. Mas há que se fazer uma crítica à série: o tema propriamente não é nem o Justiceiro nem Frank Castle (quem é o alter ego de quem?). Na verdade, a série é sobre problemas sérios que os Estados Unidos enfrentam, como o drama dos veteranos de guerra que retornam ao país com estresse pós-traumático e ficam completamente deslocados na sociedade (deslocados e desprezados pelo governo), a questão da posse de armas e a corrupção e a sujeira em níveis inimaginavelmente grandes em altos setores da segurança do governo daquele país. Por isso, mexeram muito no conceito do personagem, fazendo com que o Justiceiro da Netflix seja bastante diferente do Justiceiro dos quadrinhos. Mas em todo caso, a série é muito boa.
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