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- 14 de abril de 2023
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Os desastres causados pelas chuvas no Brasil - Carta aberta da Aliança Cristã Evangélica Brasileira
Por Aliança Cristã Evangélica Brasileira
A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, que reúne representantes de diferentes igrejas e organizações cristãs evangélicas, manifesta profunda preocupação diante dos desastres cada vez mais frequentes causados por fortes chuvas nos últimos anos no Brasil. A intensificação de eventos climáticos extremos tem impactado com prejuízos significativos, especialmente, as populações mais necessitadas, em diferentes regiões do país. A situação impõe que o poder público, em todas as esferas, implemente e amplie com urgência políticas públicas eficazes para prevenir essas tragédias e assegurar ajuda às populações mais vulneráveis.
Desastres causados pelas chuvas têm ocorrido num ciclo previsível a cada ano, provocando destruições, grandes perdas e dezenas de mortes, colocando as populações mais necessitadas em situação de maior vulnerabilidade, sofrimento e desesperança. Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que, nos últimos dez anos, desastres naturais causaram 1.997 mortes, prejuízos de mais de 400 bilhões em todo o Brasil e obrigaram 3,4 milhões de pessoas a abandonarem temporária ou definitivamente sua habitação.1
Observando o cenário com atenção, a situação se mostra ainda mais grave e preocupante, uma vez que a realidade nacional, marcada historicamente pela desigualdade socioeconômica, coloca milhões de brasileiros em situação de risco iminente. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), cruzados com o censo de 2010 do IBGE, estima-se que pelo menos 10 milhões de pessoas morem em áreas de riscos associados às chuvas, como deslizamentos de terra, enchentes e alagamentos.2
É importante destacar que fenômenos climáticos e meteorológicos extremos – aqueles que ocorrem em volume intenso e fora dos níveis considerados normais – tem se tornado cada vez mais frequentes e intensos. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a crise climática alterou essa dinâmica e multiplicou por cinco a ocorrência de eventos climáticos extremos em todo mundo, nos últimos 50 anos.3
Embora episódios como estes estejam cada vez mais comuns, é impossível nos acostumarmos ou ficarmos indiferentes ao assistirmos cenas de casas sendo destruídas por inundações, moradias e famílias inteiras sendo soterradas, pessoas perdendo tudo da noite para o dia. As Escrituras Sagradas orientam o povo de Deus a chorar com os que choram (Romanos 12.15) e a amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22.36). Por isso, motivados pelo amor e em espírito de unidade, obediência e serviço, a Aliança Evangélica Brasileira busca ser uma resposta ao clamor dos que sofrem nessas tragédias, com ações de ajuda prática, para que essas pessoas possam voltar a ter esperança, dignidade e a possibilidade de sonhar com um futuro melhor.
Neste sentido, a Aliança Evangélica tem sensibilizado igrejas e organizações cristãs, mobilizado recursos e mão de obra voluntária, para levar socorro emergencial em episódios como o que atingiu o sul da Bahia, em dezembro de 2021, Petrópolis, em fevereiro de 2022 e o mais recente no litoral norte de São Paulo, em fevereiro de 2023.
Sabemos que o problema é complexo, contudo, diante das tristes cenas de destruição que temos observado, dos dados e previsões feitos por cientistas e órgãos de monitoramento, a Aliança Evangélica acredita que é responsabilidade do Poder Público, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, a implementação urgente de políticas públicas mais eficazes, não apenas para assegurar ajuda às populações atingidas, mas, sobretudo, para prevenir essas tragédias, com a devida aplicação dos recursos públicos e ampliação de investimentos em programas e projetos, como de contenção de encostas nas áreas urbanas, no sistema de drenagem e manejo de águas pluviais. Ao mesmo tempo, é fundamental uma mudança radical nas estruturas das cidades, com uma reforma urbana que garanta moradia digna e segura a toda população e retire das áreas de risco as pessoas que vivem ali, de maneira que tenhamos cidades menos desiguais, mais acessíveis e sustentáveis.
Nós evangélicos, denominações, igrejas e organizações representados pela Aliança Evangélica Brasileira, nos solidarizamos com os brasileiros e brasileiras vítimas dessas tragédias; oramos a Deus pedindo consolo aos enlutados e esperança aos sobreviventes; e nos colocamos à disposição da sociedade para buscarmos juntos por soluções, enquanto continuamos servindo incansavelmente no socorro e cuidado aos mais vulneráveis, vítimas de desastres e emergências em todo o nosso país. Serviço este, fruto do exercício da unidade evangélica.
São Paulo, São Paulo, 13 de abril de 2023.
Conselho da Aliança Cristã Evangélica Brasileira
Notícia originalmente publicada no site da Aliança Cristã Evangélica Brasileira.
________________________________________
Notas:
1. https://desastres.cnm.org.br/noticias/ler_noticia/65261
2. Brasil tem 10 mihões de pessoas vivendo em áreas de risco, mostra pesquisa.
3. Efeito da crise climática: 2023 inicia com fortes chuvas
Saiba mais:
» Raízes de Um Evangelho Integral, Missão em Perspectiva Histórica, C. René Padilla e Valdir Steuernagel
» Jesus e a Terra - A ética ambiental nos Evangelhos, James Jones
» Crise no planeta – encruzilhada na missão
» Mudanças climáticas: a natureza geme?, live de Diálogos de Esperança
» A reconciliação, em Cristo, da Criação
A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, que reúne representantes de diferentes igrejas e organizações cristãs evangélicas, manifesta profunda preocupação diante dos desastres cada vez mais frequentes causados por fortes chuvas nos últimos anos no Brasil. A intensificação de eventos climáticos extremos tem impactado com prejuízos significativos, especialmente, as populações mais necessitadas, em diferentes regiões do país. A situação impõe que o poder público, em todas as esferas, implemente e amplie com urgência políticas públicas eficazes para prevenir essas tragédias e assegurar ajuda às populações mais vulneráveis.
Desastres causados pelas chuvas têm ocorrido num ciclo previsível a cada ano, provocando destruições, grandes perdas e dezenas de mortes, colocando as populações mais necessitadas em situação de maior vulnerabilidade, sofrimento e desesperança. Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) apontou que, nos últimos dez anos, desastres naturais causaram 1.997 mortes, prejuízos de mais de 400 bilhões em todo o Brasil e obrigaram 3,4 milhões de pessoas a abandonarem temporária ou definitivamente sua habitação.1
Observando o cenário com atenção, a situação se mostra ainda mais grave e preocupante, uma vez que a realidade nacional, marcada historicamente pela desigualdade socioeconômica, coloca milhões de brasileiros em situação de risco iminente. De acordo com dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), cruzados com o censo de 2010 do IBGE, estima-se que pelo menos 10 milhões de pessoas morem em áreas de riscos associados às chuvas, como deslizamentos de terra, enchentes e alagamentos.2
É importante destacar que fenômenos climáticos e meteorológicos extremos – aqueles que ocorrem em volume intenso e fora dos níveis considerados normais – tem se tornado cada vez mais frequentes e intensos. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a crise climática alterou essa dinâmica e multiplicou por cinco a ocorrência de eventos climáticos extremos em todo mundo, nos últimos 50 anos.3
Embora episódios como estes estejam cada vez mais comuns, é impossível nos acostumarmos ou ficarmos indiferentes ao assistirmos cenas de casas sendo destruídas por inundações, moradias e famílias inteiras sendo soterradas, pessoas perdendo tudo da noite para o dia. As Escrituras Sagradas orientam o povo de Deus a chorar com os que choram (Romanos 12.15) e a amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22.36). Por isso, motivados pelo amor e em espírito de unidade, obediência e serviço, a Aliança Evangélica Brasileira busca ser uma resposta ao clamor dos que sofrem nessas tragédias, com ações de ajuda prática, para que essas pessoas possam voltar a ter esperança, dignidade e a possibilidade de sonhar com um futuro melhor.
Neste sentido, a Aliança Evangélica tem sensibilizado igrejas e organizações cristãs, mobilizado recursos e mão de obra voluntária, para levar socorro emergencial em episódios como o que atingiu o sul da Bahia, em dezembro de 2021, Petrópolis, em fevereiro de 2022 e o mais recente no litoral norte de São Paulo, em fevereiro de 2023.
Sabemos que o problema é complexo, contudo, diante das tristes cenas de destruição que temos observado, dos dados e previsões feitos por cientistas e órgãos de monitoramento, a Aliança Evangélica acredita que é responsabilidade do Poder Público, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, a implementação urgente de políticas públicas mais eficazes, não apenas para assegurar ajuda às populações atingidas, mas, sobretudo, para prevenir essas tragédias, com a devida aplicação dos recursos públicos e ampliação de investimentos em programas e projetos, como de contenção de encostas nas áreas urbanas, no sistema de drenagem e manejo de águas pluviais. Ao mesmo tempo, é fundamental uma mudança radical nas estruturas das cidades, com uma reforma urbana que garanta moradia digna e segura a toda população e retire das áreas de risco as pessoas que vivem ali, de maneira que tenhamos cidades menos desiguais, mais acessíveis e sustentáveis.
Nós evangélicos, denominações, igrejas e organizações representados pela Aliança Evangélica Brasileira, nos solidarizamos com os brasileiros e brasileiras vítimas dessas tragédias; oramos a Deus pedindo consolo aos enlutados e esperança aos sobreviventes; e nos colocamos à disposição da sociedade para buscarmos juntos por soluções, enquanto continuamos servindo incansavelmente no socorro e cuidado aos mais vulneráveis, vítimas de desastres e emergências em todo o nosso país. Serviço este, fruto do exercício da unidade evangélica.
São Paulo, São Paulo, 13 de abril de 2023.
Conselho da Aliança Cristã Evangélica Brasileira
Notícia originalmente publicada no site da Aliança Cristã Evangélica Brasileira.
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Notas:
1. https://desastres.cnm.org.br/noticias/ler_noticia/65261
2. Brasil tem 10 mihões de pessoas vivendo em áreas de risco, mostra pesquisa.
3. Efeito da crise climática: 2023 inicia com fortes chuvas
Saiba mais:
» Raízes de Um Evangelho Integral, Missão em Perspectiva Histórica, C. René Padilla e Valdir Steuernagel
» Jesus e a Terra - A ética ambiental nos Evangelhos, James Jones
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