Opinião
- 26 de junho de 2024
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Orgulho e ciúme na academia. E em outros lugares
Por Paulo F. Ribeiro
Orgulho e ciúme são emoções complexas, mas diferem em suas motivações e manifestações. O orgulho normalmente surge de um sentimento de satisfação ou realização pelas próprias realizações. Muitas vezes envolve sentimentos de convicção, autoestima e respeito próprio baseados em realizações pessoais.
O orgulho pode ser uma emoção positiva quando reflete uma autoestima saudável. Motiva o indivíduo a lutar pela excelência e a se orgulhar de seu trabalho. No entanto, o orgulho pode tornar-se negativo quando desemboca na arrogância ou na autossuficiência, levando ao desrespeito pela visão dos outros. O orgulho é competitivo por sua própria natureza. E não sente prazer em ter algo, mas apenas em ter mais do que outra pessoa.
Por outro lado, o ciúme deriva do medo da perda ou de uma sensação de insegurança em reação às ameaças percebidas nos relacionamentos, posses ou realizações de alguém. Muitas vezes envolve sentimentos de inveja, ressentimento ou insegurança desencadeados pelo sucesso ou pelas vantagens dos outros. O ciúme pode ser uma emoção destrutiva, levando a comportamentos negativos como competitividade e até sabotagem. Eu experimentei isso algumas vezes no local de trabalho.
O orgulho e o ciúme podem se manifestar na academia de diversas maneiras, muitas vezes interligados com a busca por conhecimento, reconhecimento e sucesso. A arrogância acadêmica, o status, o elitismo e a resistência à crítica estão entre as principais causas do orgulho.
O orgulho e o ciúme na academia não são surpreendentes. A competição pelo maior reconhecimento pode fomentar sentimentos de inveja entre os colegas. A redução de recursos, a luta por oportunidades, a propriedade intelectual, a política institucional ou apenas relações tensas estão entre as fontes destes maus comportamentos.
Além disso, o favoritismo, as panelinhas e as lutas pelo poder podem agravar as reações de ciúme quando os indivíduos percebem que os outros recebem tratamento privilegiado ou avançam nas suas carreiras por meios não baseados na excelência.
Lembro-me de quando voltei ao Brasil, um de meus amigos, que já havia trabalhado no Canadá por vários anos, me deu o seguinte conselho: “mantenha-se discreto, para não atrair atenção desnecessária e, consequentemente, problemas na forma de ciúmes desnecessários dos outros em seu departamento.”
C. S. Lewis, que trabalhou em Oxford por 30 anos, nunca foi promovido a professor titular devido à inveja de seus colegas de departamento (ele ficou famoso demais com a publicação de muitos livros). A familiaridade produz desprezo. Cambridge, no entanto, viu suas fantásticas contribuições acadêmicas criarem uma cátedra e torná-lo professor de inglês medieval e renascentista.
Numa carta privada a um estudioso iniciante, ele (que também lutava contra o orgulho) escreveu: “Sim, eu sei que ninguém quer nem mesmo ser curado do orgulho porque dá prazer. Mas o prazer do orgulho é como o prazer de coçar. Se há coceira, a pessoa quer coçar: mas é muito melhor não ter nem coceira nem arranhão. Enquanto tivermos a coceira da autoestima, desejaremos o prazer da auto-aprovação: mas os momentos mais felizes são aqueles em que esquecemos o nosso precioso eu e não temos nenhum dos dois, mas em vez disso temos todo o resto.
Reconhecer as diferenças entre orgulho e ciúme pode nos ajudar a navegar de forma mais eficaz pelas nossas emoções e relações interpessoais.
A colaboração na academia serve como um poderoso antídoto, tanto para o orgulho quanto para o ciúme, promovendo uma cultura de respeito comunitário, aprendizagem compartilhada e realização coletiva, para alcançar o ideal de que quando podemos desfrutar do nosso trabalho como se fosse o de outra pessoa: sem orgulho ou modéstia. E se for de outra pessoa, devemos aproveitá-lo como se fosse nosso.
A Bíblia nos diz que o ciúme é fruto da carne (Gálatas 5.21), um antônimo de amor (1 Coríntios 13.4), um sintoma de orgulho (1 Timóteo 6:4), um catalisador para conflitos (Tiago 3.16), e uma marca dos incrédulos (Romanos 1.29). Que Provérbios 16.18-20 seja nosso guia:
O orgulho precede a destruição, e o espírito altivo antes da queda. Melhor é ser humilde de espírito com os humildes, do que repartir o despojo com os orgulhosos. Aquele que trata sabiamente de um assunto achará o bem; e aquele que confia no Senhor será feliz.
Orgulho e ciúme são emoções complexas, mas diferem em suas motivações e manifestações. O orgulho normalmente surge de um sentimento de satisfação ou realização pelas próprias realizações. Muitas vezes envolve sentimentos de convicção, autoestima e respeito próprio baseados em realizações pessoais.
O orgulho pode ser uma emoção positiva quando reflete uma autoestima saudável. Motiva o indivíduo a lutar pela excelência e a se orgulhar de seu trabalho. No entanto, o orgulho pode tornar-se negativo quando desemboca na arrogância ou na autossuficiência, levando ao desrespeito pela visão dos outros. O orgulho é competitivo por sua própria natureza. E não sente prazer em ter algo, mas apenas em ter mais do que outra pessoa.
Por outro lado, o ciúme deriva do medo da perda ou de uma sensação de insegurança em reação às ameaças percebidas nos relacionamentos, posses ou realizações de alguém. Muitas vezes envolve sentimentos de inveja, ressentimento ou insegurança desencadeados pelo sucesso ou pelas vantagens dos outros. O ciúme pode ser uma emoção destrutiva, levando a comportamentos negativos como competitividade e até sabotagem. Eu experimentei isso algumas vezes no local de trabalho.
O orgulho e o ciúme podem se manifestar na academia de diversas maneiras, muitas vezes interligados com a busca por conhecimento, reconhecimento e sucesso. A arrogância acadêmica, o status, o elitismo e a resistência à crítica estão entre as principais causas do orgulho.
O orgulho e o ciúme na academia não são surpreendentes. A competição pelo maior reconhecimento pode fomentar sentimentos de inveja entre os colegas. A redução de recursos, a luta por oportunidades, a propriedade intelectual, a política institucional ou apenas relações tensas estão entre as fontes destes maus comportamentos.
Além disso, o favoritismo, as panelinhas e as lutas pelo poder podem agravar as reações de ciúme quando os indivíduos percebem que os outros recebem tratamento privilegiado ou avançam nas suas carreiras por meios não baseados na excelência.
Lembro-me de quando voltei ao Brasil, um de meus amigos, que já havia trabalhado no Canadá por vários anos, me deu o seguinte conselho: “mantenha-se discreto, para não atrair atenção desnecessária e, consequentemente, problemas na forma de ciúmes desnecessários dos outros em seu departamento.”
C. S. Lewis, que trabalhou em Oxford por 30 anos, nunca foi promovido a professor titular devido à inveja de seus colegas de departamento (ele ficou famoso demais com a publicação de muitos livros). A familiaridade produz desprezo. Cambridge, no entanto, viu suas fantásticas contribuições acadêmicas criarem uma cátedra e torná-lo professor de inglês medieval e renascentista.
Numa carta privada a um estudioso iniciante, ele (que também lutava contra o orgulho) escreveu: “Sim, eu sei que ninguém quer nem mesmo ser curado do orgulho porque dá prazer. Mas o prazer do orgulho é como o prazer de coçar. Se há coceira, a pessoa quer coçar: mas é muito melhor não ter nem coceira nem arranhão. Enquanto tivermos a coceira da autoestima, desejaremos o prazer da auto-aprovação: mas os momentos mais felizes são aqueles em que esquecemos o nosso precioso eu e não temos nenhum dos dois, mas em vez disso temos todo o resto.
Reconhecer as diferenças entre orgulho e ciúme pode nos ajudar a navegar de forma mais eficaz pelas nossas emoções e relações interpessoais.
A colaboração na academia serve como um poderoso antídoto, tanto para o orgulho quanto para o ciúme, promovendo uma cultura de respeito comunitário, aprendizagem compartilhada e realização coletiva, para alcançar o ideal de que quando podemos desfrutar do nosso trabalho como se fosse o de outra pessoa: sem orgulho ou modéstia. E se for de outra pessoa, devemos aproveitá-lo como se fosse nosso.
A Bíblia nos diz que o ciúme é fruto da carne (Gálatas 5.21), um antônimo de amor (1 Coríntios 13.4), um sintoma de orgulho (1 Timóteo 6:4), um catalisador para conflitos (Tiago 3.16), e uma marca dos incrédulos (Romanos 1.29). Que Provérbios 16.18-20 seja nosso guia:
O orgulho precede a destruição, e o espírito altivo antes da queda. Melhor é ser humilde de espírito com os humildes, do que repartir o despojo com os orgulhosos. Aquele que trata sabiamente de um assunto achará o bem; e aquele que confia no Senhor será feliz.
Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
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