Opinião
- 23 de janeiro de 2020
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O que são sinais de Deus e para que servem?
Por Robert Liang Koo
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus” (Jo 1.1). “E a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
Ele não é apenas a Palavra que criou todas as coisas, ele entrou na própria criação e viveu entre nós. Isso foi apenas um fato histórico do passado? Qual é o seu significado hoje?
Eugene Peterson colocou o versículo 14 do primeiro capítulo do Evangelho de João da seguinte maneira: “A Palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós. Nós vimos a glória com nossos olhos, uma glória única: o Filho é como o Pai, sempre generoso, autêntico do início ao fim”.
Na sociedade individualista de hoje talvez isso não signifique muito. Não conhecemos o nosso vizinho, mesmo que ele more há mais de 10 anos na nossa vizinhança. Talvez o tenhamos visto, mas não podemos dizer que o conhecemos.
Para dizer que o conhecemos de fato, teríamos que ter tido muitas conversas, ele teria que mostrar quem ele é, faríamos algumas perguntas e ele daria indicações e sinais de como ele pensa e age.
Foi justamente isso que João mostrou: O evangelho é repleto de conversas: Jesus com sua mãe, com Nicodemos, com a mulher samaritana, com os fariseus, com Pilatos e principalmente com seus discípulos; algumas perguntas curtas, mas as respostas são longas e o evangelho é quase feito de discursos de Jesus.
Nesse evangelho, João descreveu com ricos detalhes sete milagres de Jesus que chamou de sinais. Isso nos remete ao princípio, quando Deus criou o mundo em sete dias. Será que os sete dias não seriam somente milagres de criação, mas também sinais de Deus?
O que são sinais? Sinais são indicações, os mais conhecidos são de trânsito: curva à esquerda, pista escorregadiça, proibido ultrapassagem, limite de velocidade, 80 km/h. Você não é obrigado a obedecer, mas se não obedecer vai sofrer consequências: acidentes, risco de vida, multas etc.
É importante entender que Jesus faz milagres não para mostrar que ele é Deus. Milagres são indicativos, são sinais. Deus não precisa de milagre para provar que é Deus. Muitas vezes pedimos para Deus fazer um milagre e a justificativa que damos é para poder testemunhar que ele é verdadeiro e poderoso. Deus não precisa disso, ele é Deus poderoso mesmo que não faça milagres. Quando pediram para Jesus fazer um milagre para provar que ele vem de Deus, ele recusou. Ele respondeu: "Uma geração perversa e adúltera pede um sinal milagroso! Mas nenhum sinal será dado, exceto o sinal do profeta Jonas” (Mt 12.39). Ao contrário, Jesus disse que os milagres não são provas de nada: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos” (Mt 24.24).
É claro que existem milagres, porque vivemos num mundo no qual atua um Deus sobrenatural. Ele não precisa seguir as regras da natureza, porque ele é quem estabeleceu as regras. Mas se os milagres não trouxerem nenhuma revelação, nenhum ensino, eles são apenas milagres, vão passar e não deixarão nenhum rastro. Depois de algum tempo é como se nunca tivessem existido.
Nas bodas de Caná, quando Jesus transformou água em vinho, foi como na criação, transformando trevas em luz, criando tudo do nada. Mas de todos os que estavam presentes, quase ninguém percebeu o incidente. O encarregado da festa aproveitou a ocasião para mostrar o seu conhecimento de vinho. Os convidados aproveitaram o bom vinho e o noivo não entendeu nada, mas também não houve curiosidade em saber o que aconteceu. Por que Jesus não fez esse milagre notório para todos? Porque é um sinal, claro para quem quiser ver, mas irrelevante para quem não tem coração. Esse sinal em Caná da Galileia foi o primeiro milagre que Jesus fez (Jo 2.11).
Outro milagre foi quando Jesus multiplicou os pães e alimentou cinco mil. Por que Jesus fez esse milagre? Para resolver um problema urgente de fome do povo? Não, porque isso não resolve nada, dentro de algumas horas, todos voltarão ter fome. Era um sinal, Jesus mesmo explicou esse sinal: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se algúem comer desse pão viverá para sempre" (Jo 6.51). O milagre era um sinal, quase como uma parábola em movimento, mas para o povo não foi um sinal, mas a solução dos seus problemas e queriam fazer Jesus rei à força. Como não conseguiram, esse milagre depois de algum tempo foi apenas uma nebulosa lembrança.
A Bíblia diz que muitas pessoas, por terem ouvido falar que Jesus realizaria tal sinal miraculoso, foram ao seu encontro. (Jo 12.18). E, mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele. (Jo 12.37). As pessoas não se convertem não é por falta de milagre, é por falta de fé. Quem não crê, mesmo que o mar Vermelho se abra de novo, continuará não crendo.
Somos muito ruins para enxergar os sinais milaculosos de Deus. Quando pedimos milagre, é para resolver nossos problemas e dificuldades, não nos interessam os sinais de Deus.
Em outras palavras, os sete sinais miraculosos de João, fazem parte dos discursos de Jesus. Ele não faz milagre para resolver o nosso problema, mas para ensinar, instruir e alertar, exatamente como são os sinais de trânsito. É a sua maneira de nos falar, de chamar a nossa atenção e ter comunhão conosco.
E até hoje Jesus faz o mesmo, mostrando os sinais miraculosos para nós todos os dias. Quando ele mostra sinais? Nos momentos que mais precisamos. Quando aparece um sinal, é proibido ultrapassagem? Quando a ultrapassagem é extremamente perigosa. Quando aparece o sinal de pista escorregadia? Quando logo à frente, por causa da chuva ou do declive, há perigo de sair da pista e de capotamento.
A mesma coisa pode acontecer conosco, quando algo inesperado acontece. Pode ser um milagre de cura, um acidente, um livramento, uma doença grave, uma morte inesperada na família, normalmente é sinal de Deus, indicando novo caminho, mudança de direção, exatamente como sinais de trânsito: PARE, RETORNO, VIRAR a DIREITA, etc. Quando reconhecemos os sinais de Deus, ouviremos também ele dizer: “Sou eu! Não tenham medo” (Jo 6.20).
A Palavra tornou-se carne e viveu entre nós, significa que ele continua a nos falar todos os dias, através de suas palavras e dos sinais na nossa vida. Todos sinais são miraculosos, mesmo que não sejam tão espetaculares ou sobrenaturais, porque Deus está no controle, por isso João diz: “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (Jo 20.31).
Para ter vida pelo poder do seu nome é preciso crer, se deixar de crer não terá vida, muito menos viver pelo poder do seu nome. Crer é andar com os olhos atentos nos sinais, esses sinais são as indicações da sua presença. Não desperdice os milagres na sua vida, eles são indicativos da vontade de Deus.
• Robert Liang Koo foi empresário e pastor em São Paulo por mais de 30 anos. Atuou na ABU nas décadas de 60 e 70. É engenheiro pelo ITA e PhD pela Carnegie-Mellon University, nos Estados Unidos.
>> Conheça o livro O Caminho – Meditações Diárias, de Stanley Jones
Leia mais
» Como saber a vontade de Deus?
“No princípio era aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus” (Jo 1.1). “E a Palavra tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito vindo do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
Ele não é apenas a Palavra que criou todas as coisas, ele entrou na própria criação e viveu entre nós. Isso foi apenas um fato histórico do passado? Qual é o seu significado hoje?
Eugene Peterson colocou o versículo 14 do primeiro capítulo do Evangelho de João da seguinte maneira: “A Palavra tornou-se carne e sangue, e veio viver perto de nós. Nós vimos a glória com nossos olhos, uma glória única: o Filho é como o Pai, sempre generoso, autêntico do início ao fim”.
Na sociedade individualista de hoje talvez isso não signifique muito. Não conhecemos o nosso vizinho, mesmo que ele more há mais de 10 anos na nossa vizinhança. Talvez o tenhamos visto, mas não podemos dizer que o conhecemos.
Para dizer que o conhecemos de fato, teríamos que ter tido muitas conversas, ele teria que mostrar quem ele é, faríamos algumas perguntas e ele daria indicações e sinais de como ele pensa e age.
Foi justamente isso que João mostrou: O evangelho é repleto de conversas: Jesus com sua mãe, com Nicodemos, com a mulher samaritana, com os fariseus, com Pilatos e principalmente com seus discípulos; algumas perguntas curtas, mas as respostas são longas e o evangelho é quase feito de discursos de Jesus.
Nesse evangelho, João descreveu com ricos detalhes sete milagres de Jesus que chamou de sinais. Isso nos remete ao princípio, quando Deus criou o mundo em sete dias. Será que os sete dias não seriam somente milagres de criação, mas também sinais de Deus?
O que são sinais? Sinais são indicações, os mais conhecidos são de trânsito: curva à esquerda, pista escorregadiça, proibido ultrapassagem, limite de velocidade, 80 km/h. Você não é obrigado a obedecer, mas se não obedecer vai sofrer consequências: acidentes, risco de vida, multas etc.
É importante entender que Jesus faz milagres não para mostrar que ele é Deus. Milagres são indicativos, são sinais. Deus não precisa de milagre para provar que é Deus. Muitas vezes pedimos para Deus fazer um milagre e a justificativa que damos é para poder testemunhar que ele é verdadeiro e poderoso. Deus não precisa disso, ele é Deus poderoso mesmo que não faça milagres. Quando pediram para Jesus fazer um milagre para provar que ele vem de Deus, ele recusou. Ele respondeu: "Uma geração perversa e adúltera pede um sinal milagroso! Mas nenhum sinal será dado, exceto o sinal do profeta Jonas” (Mt 12.39). Ao contrário, Jesus disse que os milagres não são provas de nada: “Pois aparecerão falsos cristos e falsos profetas que realizarão grandes sinais e maravilhas para, se possível, enganar até os eleitos” (Mt 24.24).
É claro que existem milagres, porque vivemos num mundo no qual atua um Deus sobrenatural. Ele não precisa seguir as regras da natureza, porque ele é quem estabeleceu as regras. Mas se os milagres não trouxerem nenhuma revelação, nenhum ensino, eles são apenas milagres, vão passar e não deixarão nenhum rastro. Depois de algum tempo é como se nunca tivessem existido.
Nas bodas de Caná, quando Jesus transformou água em vinho, foi como na criação, transformando trevas em luz, criando tudo do nada. Mas de todos os que estavam presentes, quase ninguém percebeu o incidente. O encarregado da festa aproveitou a ocasião para mostrar o seu conhecimento de vinho. Os convidados aproveitaram o bom vinho e o noivo não entendeu nada, mas também não houve curiosidade em saber o que aconteceu. Por que Jesus não fez esse milagre notório para todos? Porque é um sinal, claro para quem quiser ver, mas irrelevante para quem não tem coração. Esse sinal em Caná da Galileia foi o primeiro milagre que Jesus fez (Jo 2.11).
Outro milagre foi quando Jesus multiplicou os pães e alimentou cinco mil. Por que Jesus fez esse milagre? Para resolver um problema urgente de fome do povo? Não, porque isso não resolve nada, dentro de algumas horas, todos voltarão ter fome. Era um sinal, Jesus mesmo explicou esse sinal: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se algúem comer desse pão viverá para sempre" (Jo 6.51). O milagre era um sinal, quase como uma parábola em movimento, mas para o povo não foi um sinal, mas a solução dos seus problemas e queriam fazer Jesus rei à força. Como não conseguiram, esse milagre depois de algum tempo foi apenas uma nebulosa lembrança.
A Bíblia diz que muitas pessoas, por terem ouvido falar que Jesus realizaria tal sinal miraculoso, foram ao seu encontro. (Jo 12.18). E, mesmo depois que Jesus fez todos aqueles sinais miraculosos, não creram nele. (Jo 12.37). As pessoas não se convertem não é por falta de milagre, é por falta de fé. Quem não crê, mesmo que o mar Vermelho se abra de novo, continuará não crendo.
Somos muito ruins para enxergar os sinais milaculosos de Deus. Quando pedimos milagre, é para resolver nossos problemas e dificuldades, não nos interessam os sinais de Deus.
Em outras palavras, os sete sinais miraculosos de João, fazem parte dos discursos de Jesus. Ele não faz milagre para resolver o nosso problema, mas para ensinar, instruir e alertar, exatamente como são os sinais de trânsito. É a sua maneira de nos falar, de chamar a nossa atenção e ter comunhão conosco.
E até hoje Jesus faz o mesmo, mostrando os sinais miraculosos para nós todos os dias. Quando ele mostra sinais? Nos momentos que mais precisamos. Quando aparece um sinal, é proibido ultrapassagem? Quando a ultrapassagem é extremamente perigosa. Quando aparece o sinal de pista escorregadia? Quando logo à frente, por causa da chuva ou do declive, há perigo de sair da pista e de capotamento.
A mesma coisa pode acontecer conosco, quando algo inesperado acontece. Pode ser um milagre de cura, um acidente, um livramento, uma doença grave, uma morte inesperada na família, normalmente é sinal de Deus, indicando novo caminho, mudança de direção, exatamente como sinais de trânsito: PARE, RETORNO, VIRAR a DIREITA, etc. Quando reconhecemos os sinais de Deus, ouviremos também ele dizer: “Sou eu! Não tenham medo” (Jo 6.20).
A Palavra tornou-se carne e viveu entre nós, significa que ele continua a nos falar todos os dias, através de suas palavras e dos sinais na nossa vida. Todos sinais são miraculosos, mesmo que não sejam tão espetaculares ou sobrenaturais, porque Deus está no controle, por isso João diz: “Mas estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, tenham vida em seu nome” (Jo 20.31).
Para ter vida pelo poder do seu nome é preciso crer, se deixar de crer não terá vida, muito menos viver pelo poder do seu nome. Crer é andar com os olhos atentos nos sinais, esses sinais são as indicações da sua presença. Não desperdice os milagres na sua vida, eles são indicativos da vontade de Deus.
• Robert Liang Koo foi empresário e pastor em São Paulo por mais de 30 anos. Atuou na ABU nas décadas de 60 e 70. É engenheiro pelo ITA e PhD pela Carnegie-Mellon University, nos Estados Unidos.
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