Opinião
- 27 de abril de 2023
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O que os cristãos têm a ver com as prisões
Por Antonio Carlos da Rosa Silva Junior
Vez por outra nossa sociedade é levada a pensar sobre os presídios. Isso ocorre, geralmente, quando existe algum grande massacre ou rebelião; mas, depois de poucos dias (quando não apenas minutos ou segundos), já voltamos à nossa vida normal. O que passa dentro daqueles muros já não nos incomoda, não nos preocupa. Afinal de contas, “bandido bom é bandido morto”, não é mesmo!? Depende! Depende se o preso é seu filho, seu pai... mas não deveria ser assim.
Sabemos que o sistema prisional está falido. Ele mais se parece com uma “universidade do crime”: o sujeito entra por ter furtado uma galinha e sai conhecedor das mais tristes estratégias da criminalidade. E todos nós somos, pelo menos em potencial, as próximas vítimas. Se o delinquente não mudar sua percepção do mundo, não mudar de vida, é nossa família que corre grande perigo.
E como alcançar essa tão sonhada mudança de vida? Educação e trabalho ajudam, mas não alcançam a solução plena. Estes são capazes de alterar, quando muito, as ações dos presos, mas precisamos de uma transformação nos corações! Corações que já não estejam inclinados para o mal, para prejudicar o próximo, para levar vantagem a qualquer custo. Corações transformados, redimidos, convertidos a Deus, que pensam nas coisas do alto (Cl 3.2). Corações advertidos de que são necessárias prudência e vigilância constantes para que não tornem a cair (1Co 10.12).
Ao longo da história muitos cristãos se envolveram com esse sistema corrompido. Para ficar num exemplo recente, lembramos de Charles Colson. Após ser preso por obstrução de justiça no escândalo de Watergate (que levou à renúncia de Richard Nixon, então Presidente dos EUA, em 1974), converteu-se a Cristo na prisão e teve sua vida transformada. Após ser liberto, passou a se dedicar à promoção da assistência social e espiritual a presidiários, fundando a Prison Fellowship International, hoje atuante em mais de 110 países.
A imensa maioria dos cristãos que visitam o sistema prisional não são assessores de presidentes, não possuem qualquer letramento extraordinário. São cristãos comuns, como eu e você, que entenderam o real significado de “lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus-tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13.3).
São cristãos inconformados com a destruição de vidas, com a escalada da violência, com os problemas que afetam toda a sociedade. São cristãos sedentos por anunciar a mensagem que liberta, por levar dignidade ao sistema prisional, por reconectar famílias destruídas pelo crime. São cristãos que cuidam das vítimas e que se importam com os policiais penais.
Para nós resta o legado: não podemos fingir que os presídios não existem, nem deixar que os detentos fiquem largados à própria sorte. Conhecemos um Deus que liberta, restaura, redime. E não precisamos esperar a próxima rebelião para agir.
Saiba mais:
» Como Anunciar o Evangelho Entre os Presos - Teologia e Prática da Capelania Prisional, Antonio Carlos Júnior, Cristiano Rezende Franco e Elben Magalhães Lenz César
» Discipulado e Transformação – desafios de um novo tempo, Vários autores.
» Raízes de um Evangelho Integral – Missão em Perspectiva Histórica, C. René Padilla e Valdir Steuernagel
» Bandido bom é bandido morto
» Mais do mesmo: o problema da crise penitenciária
» O desafio da igreja frente à crise carcerária
Vez por outra nossa sociedade é levada a pensar sobre os presídios. Isso ocorre, geralmente, quando existe algum grande massacre ou rebelião; mas, depois de poucos dias (quando não apenas minutos ou segundos), já voltamos à nossa vida normal. O que passa dentro daqueles muros já não nos incomoda, não nos preocupa. Afinal de contas, “bandido bom é bandido morto”, não é mesmo!? Depende! Depende se o preso é seu filho, seu pai... mas não deveria ser assim.
Sabemos que o sistema prisional está falido. Ele mais se parece com uma “universidade do crime”: o sujeito entra por ter furtado uma galinha e sai conhecedor das mais tristes estratégias da criminalidade. E todos nós somos, pelo menos em potencial, as próximas vítimas. Se o delinquente não mudar sua percepção do mundo, não mudar de vida, é nossa família que corre grande perigo.
E como alcançar essa tão sonhada mudança de vida? Educação e trabalho ajudam, mas não alcançam a solução plena. Estes são capazes de alterar, quando muito, as ações dos presos, mas precisamos de uma transformação nos corações! Corações que já não estejam inclinados para o mal, para prejudicar o próximo, para levar vantagem a qualquer custo. Corações transformados, redimidos, convertidos a Deus, que pensam nas coisas do alto (Cl 3.2). Corações advertidos de que são necessárias prudência e vigilância constantes para que não tornem a cair (1Co 10.12).
Ao longo da história muitos cristãos se envolveram com esse sistema corrompido. Para ficar num exemplo recente, lembramos de Charles Colson. Após ser preso por obstrução de justiça no escândalo de Watergate (que levou à renúncia de Richard Nixon, então Presidente dos EUA, em 1974), converteu-se a Cristo na prisão e teve sua vida transformada. Após ser liberto, passou a se dedicar à promoção da assistência social e espiritual a presidiários, fundando a Prison Fellowship International, hoje atuante em mais de 110 países.
A imensa maioria dos cristãos que visitam o sistema prisional não são assessores de presidentes, não possuem qualquer letramento extraordinário. São cristãos comuns, como eu e você, que entenderam o real significado de “lembrai-vos dos encarcerados, como se presos com eles; dos que sofrem maus-tratos, como se, com efeito, vós mesmos em pessoa fôsseis os maltratados” (Hebreus 13.3).
São cristãos inconformados com a destruição de vidas, com a escalada da violência, com os problemas que afetam toda a sociedade. São cristãos sedentos por anunciar a mensagem que liberta, por levar dignidade ao sistema prisional, por reconectar famílias destruídas pelo crime. São cristãos que cuidam das vítimas e que se importam com os policiais penais.
Para nós resta o legado: não podemos fingir que os presídios não existem, nem deixar que os detentos fiquem largados à própria sorte. Conhecemos um Deus que liberta, restaura, redime. E não precisamos esperar a próxima rebelião para agir.
- Antonio Carlos da Rosa Silva Junior, doutor e Mestre em Ciência da Religião (UFJF). Bacharel em Direito (UFJF) e em Teologia (CESUMAR). Coautor do livro Como anunciar o evangelho entre os presos (Ultimato). Coordenador do Curso de Capelania Direito e Religião (www.direitoereligiao.com.br/capelania).
Saiba mais:
» Como Anunciar o Evangelho Entre os Presos - Teologia e Prática da Capelania Prisional, Antonio Carlos Júnior, Cristiano Rezende Franco e Elben Magalhães Lenz César
» Discipulado e Transformação – desafios de um novo tempo, Vários autores.
» Raízes de um Evangelho Integral – Missão em Perspectiva Histórica, C. René Padilla e Valdir Steuernagel
» Bandido bom é bandido morto
» Mais do mesmo: o problema da crise penitenciária
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