Opinião
- 18 de julho de 2013
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O que esperar de um líder?
Escrevo da Inglaterra, da linda casa que pertenceu à família Buxton. Junto com William Willberforce, ele trabalhou arduamente pela abolição do tráfico de escravos no século 19. Aqui é a sede do All Nations Christian College, onde tenho tido o privilégio de encontrar-me uma vez por ano com colegas de várias partes do mundo em um programa de formação.
Estamos terminando mais um módulo, dessa vez sobre o tema da Liderança. É uma experiência única dialogar com colegas que trabalham em contextos culturais bem variados. Já discutimos nesses dias por aqui as características da liderança cristã, diferentes teorias sobre estilos, formação de líderes, culturas organizacionais, equipes, manejo de mudanças e transições em organizações, a dimensão transcultural, temas de visão, estratégia, etc.
Quando pesquisamos sobre as características esperadas de um líder, as listas parecem intermináveis. É como se todos esperassem que um super-homem ou uma mulher-maravilha fossem nossos líderes. Confesso que também sou um desses que têm expectativas altas quanto aqueles que me lideram. O difícil é estar do outro lado, quando somos chamados a assumir funções de liderança e experimentamos todo o peso das expectativas que depositam sobre nós.
Entre os vários exercícios e criativas dinâmicas de grupo, um deles em especial me chamou a atenção. Entre a lista infindável de aspectos esperados em um líder, cada um de nós foi desafiado a criar nossa própria lista das quatro características indispensáveis em um líder. Não vinte, nem dez; tínhamos que cortá-la e reduzi-la a apenas quatro. Fiz a minha e animo você a, em algum momento, fazer a sua. Compartilho a seguir as quatro características que espero de um líder:
1. Integridade. Talvez ela seja autoexplicativa, não demande muita justificativa. Se um líder não é coerente, se sua vida não é congruente com o que diz ou com os valores que defende entre aqueles a quem lidera, então para mim não será líder. Na verdade, ele será líder de quem? Ninguém desejará como líder alguém que não põe a integridade no topo de suas metas pessoais. A integridade me levará a respeitar e a honrar essa liderança. Oro por líderes íntegros para minha vida, igreja, organização, onde quer que o Senhor me chame para trabalhar. Eles me inspirarão com seu exemplo a que eu aspire com paixão essa mesma integridade.
2. Entusiasmo. Eu sei que há pessoas extrovertidas e introvertidas, mas não é esse o ponto aqui. Se alguém não tem ou não demonstra entusiasmo pela missão da organização onde serve, então na melhor das hipóteses é um mau líder. Entusiasmo gera iniciativa, provoca positivamente, inspira, multiplica a paixão, leva uma equipe ou todo um grupo de pessoas a um nível mais elevado de compromisso, fidelidade e perseverança. Se você é um daqueles líderes resignados em sua área de trabalho, ore por uma renovação; busque ajuda ou então busque algo diferente para fazer. Creio que há poucas coisas mais nocivas para um grupo do que um líder desanimado. E para contagiar, inspirar confiança e perseverança é difícil encontrar algo mais positivo do que um entusiasmo, seja ele expansivo ou sereno.
3. Sabedoria. Conscientemente escolho essa palavra e não inteligência ou conhecimento. Porque não é só uma questão de “saber muito”. Um líder sábio sabe ouvir, examina com cuidado todas as variáveis, os possíveis caminhos, tem esse discernimento especial do que está acontecendo, sabe construir e valorizar boas equipes de trabalho. A sabedoria é esse dom que vem do alto. Claro, compete a nós buscá-lo e preservá-lo. Também devemos desenvolvê-lo em um contexto de equipe, junto com outros, porque o sábio reconhece que não pode cair na armadilha de pensar que terá todas as respostas, alimentando um messianismo pouco saudável para sua vida e área de serviço. A sabedoria nos leva a ter uma visão mais clara de onde se quer chegar (ou aonde é preciso chegar) e é capaz de discernir as melhores estratégias para alcançar as metas que acompanham essa visão.
4. Humildade. Não consigo ver coragem, paixão, ousadia ou firmeza sem a necessária dose de humildade para acompanhar qualquer outra dessas características fortes na vida de um líder. Ela não pode faltar na lista. É indispensável. Torna o líder mais humano, mais vulnerável, mais real. Permite que eu me relacione de maneira mais autêntica com meu líder, e relacionamento tem tudo a ver com liderança. Um líder distante, carregando o peso de uma hierarquia que endeusa aquele que está no topo, não me atrai nem me lidera com o mesmo poder daquele que me conduz pela mão. Quando muito se fala no mundo corporativo sobre eficiência, seria bom resgatar a efetividade da liderança humilde, próxima, que inspira e transforma seus liderados com seu próprio exemplo.
Integridade, entusiasmo, sabedoria e humildade. Essas são minhas quatro características indispensáveis para o exercício da liderança. Claro, há muitas outras mais que também são importantes. Você pode compartilhar as da sua lista. Mas faça isso demonstrando as quatro qualidades descritas acima. Aí eu poderei ser levado a revisar minha própria lista. Nesse caso, eu aceitaria de bom grado sua liderança em minha vida.
Leia mais
Orgulho: o caminho mais curto para o tombo (revista Ultimato 333)
A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja (Ricardo Barbosa)
Eu Creio. E Agora? (N. T. Wright)
Estamos terminando mais um módulo, dessa vez sobre o tema da Liderança. É uma experiência única dialogar com colegas que trabalham em contextos culturais bem variados. Já discutimos nesses dias por aqui as características da liderança cristã, diferentes teorias sobre estilos, formação de líderes, culturas organizacionais, equipes, manejo de mudanças e transições em organizações, a dimensão transcultural, temas de visão, estratégia, etc.
Quando pesquisamos sobre as características esperadas de um líder, as listas parecem intermináveis. É como se todos esperassem que um super-homem ou uma mulher-maravilha fossem nossos líderes. Confesso que também sou um desses que têm expectativas altas quanto aqueles que me lideram. O difícil é estar do outro lado, quando somos chamados a assumir funções de liderança e experimentamos todo o peso das expectativas que depositam sobre nós.
Entre os vários exercícios e criativas dinâmicas de grupo, um deles em especial me chamou a atenção. Entre a lista infindável de aspectos esperados em um líder, cada um de nós foi desafiado a criar nossa própria lista das quatro características indispensáveis em um líder. Não vinte, nem dez; tínhamos que cortá-la e reduzi-la a apenas quatro. Fiz a minha e animo você a, em algum momento, fazer a sua. Compartilho a seguir as quatro características que espero de um líder:
1. Integridade. Talvez ela seja autoexplicativa, não demande muita justificativa. Se um líder não é coerente, se sua vida não é congruente com o que diz ou com os valores que defende entre aqueles a quem lidera, então para mim não será líder. Na verdade, ele será líder de quem? Ninguém desejará como líder alguém que não põe a integridade no topo de suas metas pessoais. A integridade me levará a respeitar e a honrar essa liderança. Oro por líderes íntegros para minha vida, igreja, organização, onde quer que o Senhor me chame para trabalhar. Eles me inspirarão com seu exemplo a que eu aspire com paixão essa mesma integridade.
2. Entusiasmo. Eu sei que há pessoas extrovertidas e introvertidas, mas não é esse o ponto aqui. Se alguém não tem ou não demonstra entusiasmo pela missão da organização onde serve, então na melhor das hipóteses é um mau líder. Entusiasmo gera iniciativa, provoca positivamente, inspira, multiplica a paixão, leva uma equipe ou todo um grupo de pessoas a um nível mais elevado de compromisso, fidelidade e perseverança. Se você é um daqueles líderes resignados em sua área de trabalho, ore por uma renovação; busque ajuda ou então busque algo diferente para fazer. Creio que há poucas coisas mais nocivas para um grupo do que um líder desanimado. E para contagiar, inspirar confiança e perseverança é difícil encontrar algo mais positivo do que um entusiasmo, seja ele expansivo ou sereno.
3. Sabedoria. Conscientemente escolho essa palavra e não inteligência ou conhecimento. Porque não é só uma questão de “saber muito”. Um líder sábio sabe ouvir, examina com cuidado todas as variáveis, os possíveis caminhos, tem esse discernimento especial do que está acontecendo, sabe construir e valorizar boas equipes de trabalho. A sabedoria é esse dom que vem do alto. Claro, compete a nós buscá-lo e preservá-lo. Também devemos desenvolvê-lo em um contexto de equipe, junto com outros, porque o sábio reconhece que não pode cair na armadilha de pensar que terá todas as respostas, alimentando um messianismo pouco saudável para sua vida e área de serviço. A sabedoria nos leva a ter uma visão mais clara de onde se quer chegar (ou aonde é preciso chegar) e é capaz de discernir as melhores estratégias para alcançar as metas que acompanham essa visão.
4. Humildade. Não consigo ver coragem, paixão, ousadia ou firmeza sem a necessária dose de humildade para acompanhar qualquer outra dessas características fortes na vida de um líder. Ela não pode faltar na lista. É indispensável. Torna o líder mais humano, mais vulnerável, mais real. Permite que eu me relacione de maneira mais autêntica com meu líder, e relacionamento tem tudo a ver com liderança. Um líder distante, carregando o peso de uma hierarquia que endeusa aquele que está no topo, não me atrai nem me lidera com o mesmo poder daquele que me conduz pela mão. Quando muito se fala no mundo corporativo sobre eficiência, seria bom resgatar a efetividade da liderança humilde, próxima, que inspira e transforma seus liderados com seu próprio exemplo.
Integridade, entusiasmo, sabedoria e humildade. Essas são minhas quatro características indispensáveis para o exercício da liderança. Claro, há muitas outras mais que também são importantes. Você pode compartilhar as da sua lista. Mas faça isso demonstrando as quatro qualidades descritas acima. Aí eu poderei ser levado a revisar minha própria lista. Nesse caso, eu aceitaria de bom grado sua liderança em minha vida.
Leia mais
Orgulho: o caminho mais curto para o tombo (revista Ultimato 333)
A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja (Ricardo Barbosa)
Eu Creio. E Agora? (N. T. Wright)
É casado com Ruth e pai de Ana Júlia e Carolina. Integra o corpo pastoral da Igreja Metodista Livre da Saúde, em São Paulo (SP), serve globalmente como secretário adjunto para o engajamento com as Escrituras na IFES (International Fellowship of Evangelical Students) e também apoia a equipe da IFES América Latina.
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