Opinião
- 13 de outubro de 2020
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O fenômeno dos filósofos pop
Por Pedro Dulci
Do ponto de vista da análise cultural, não é sem motivo que as pessoas estejam cada vez mais dispostas a conversar sobre o significado do casamento, o significado do trabalho ou até mesmo a respeito de pecado com filósofos ateus, mas não tem mais paciência para ouvir um sermão no domingo de um pastor local. Quais transformações na nossa cultura esse fenômeno sinaliza?!
Não podemos desprezar o aspecto espiritual da questão. Por mais erudito e intelectualmente estimulante que possa ser a abordagem sobre os pecados de um filósofo como, por exemplos, Luiz Felipe Pondé, ele não questiona a incredulidade do coração humano. Não há confronto com as idolatrias do nosso coração. Isso torna muito mais agradável ouvi-lo do que o expositor bíblico.
Entretanto, também existe algo da ordem cultural que não pode ser desprezado. O sucesso de tais pensadores, que os transforma em best sellers e faz com que suas palestras lotem auditórios é a capacidade que eles tiveram de discernir um código cultural. Eles compreenderam como alcançar o coração do habitante do mundo moderno, discutindo seus problemas mais atávico com referências bibliográficas estoicas e epicurista.
O escritor Alain de Botton diz com todas as palavras que, depois da morte de Deus, é na filosofia e na literatura que o ser humano moderno procura consolações. Essa é a razão de ser da sua instituição educacional The School of Life.
Será que a igreja está atenta para isso, ou está consumindo os filósofos pop acriticamente? Estamos percebendo o que esse sintoma social sinaliza, ou gostamos tanto de ouvir esses filósofos que só achamos que "só faltou Jesus no final da palestra dele para ficar perfeito!"?
Perguntaram-me sobre a importância de estudar Filosofia para um pastor e líder cristão. Esse é o motivo: identificar, aprender e conversar em uma linguagem corrente em nossas sociedades contemporâneas que se habituaram a ler Bauman, Chul Han, Pondé e Cortella.
Autor de Fé Cristã e Ação Política, Pedro Lucas Dulci, é filósofo e pastor presbiteriano. Casado com Carolinne e pai de Benjamin, desenvolve pesquisa em ética e filosofia política contemporânea e estudos sobre o diálogo entre ciência e religião, com estágio na Vrije Universiteit Amsterdam. É teólogo e coordenador pedagógico no Invisible College.
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