Opinião
- 26 de junho de 2024
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O divino no guarda-roupa: revelando a beleza da Providência em nossas vestes
Você já parou para analisar como a sua mente teológica pensa o vestuário?
Por Ana K. Ortega
Em algum momento da história, passamos a reconhecer o vestuário como um possível veículo de comunicação. As roupas falam, sem usar palavras, a respeito do indivíduo que as carrega expressando, até mesmo, suas próprias crenças. A moda é uma manifestação do eu que pensa e do coletivo que o cerca, porém pouco se fala sobre o surpreendente fato delas serem também uma expressão da mente de Deus.
Em uma primeira vista, a ideia geral que a grande maioria dos cristãos – e não cristãos – tem é que o mundo da moda e da teologia são distantes e até mesmo opostos. A moda está sempre equiparada à frivolidade e à efemeridade, enquanto a teologia é retratada como preocupada com os assuntos eternos e profundos. Porém, você já parou para analisar como a sua mente teológica pensa o vestuário? Afinal, é essa teologia dinâmica que é vista e expressa nas ruas e nas esquinas das cidades todos os dias, em nossa maneira de se vestir.
Diante dessa verdade, acho interessante a maneira como Jesus relaciona no Sermão do Monte o cuidado de Deus para com o homem. No mesmo lugar onde ele aponta para a provisão divina, ele também demonstra a profundidade do pensamento de Deus a respeito da nossa imagem. Jesus usa duas metáforas para exemplificar o que ele está querendo dizer, de modo que os discípulos conseguissem visualizar aquilo em sua realidade. Ele apresenta dois aspectos cruciais da realidade humana que são para a própria sobrevivência: uma delas é o alimento, mas a outra, são as vestes.
Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?
[…] Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.
Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?
Jesus ensina que Deus veste os lírios do campo. Mas não apenas isso, ele indica que o Pai pensa em como vesti-los, e a Bíblia aponta que esse ato é feito da melhor maneira. Ele os veste de beleza, e usa disso para comunicar que também nos veste, de igual modo. O Senhor não apenas providencia aquilo de que temos necessidade, mas a sua provisão é carregada de formosura. Portanto, é notório aqui que as vestimentas são parte importante da comunicação de Deus para o mundo. E o que Ele quer comunicar? Assim como ele veste os lírios do campo de beleza e providência, Ele veste a sua igreja. As nossas roupas e o ato diário de nos vestirmos, carregam a responsabilidade de ser uma expressão materializada disso. Essas verdades devem nos levar a refletir como temos pensado a moda e comunicado o Evangelho por meio dela.
Assim, se torna possível enxergar que existe uma urgência em compreender a importância de expressar a beleza de Deus na maneira de se vestir. Não qualquer beleza, mas a beleza que vem do próprio Deus. Pensar em como nos vestimos, traz o cristão para um lugar de responsabilidade em entender que aquilo que é usado, comunica algo sobre mim, sobre minha própria cultura, mas, especialmente, sobre a minha fé. Que Deus nos dê graça para expressar diariamente a perfeição da providência divina por meio das nossas vestes.
REVISTA ULTIMATO | OS DESAFIOS ÉTICOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
O avanço da tecnologia nas últimas décadas é maior do que em qualquer outra época da história. Tal aumento se dá em muitas frentes e, mais significativo, confere um caráter tecnológico à vida contemporânea.
Quais são os desafios trazidos por esse avanço? A ética cristã é suficiente para responder aos aspectos relacionados às novas tecnologias? Como a igreja pode atuar nesse cenário tão desafiador?
É disso que trata a matéria de capa da edição 407 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» Engolidos pela Cultura Pop – Arte, mídia e consumo - uma abordagem cristã, Steve Turner
» Calvinismo para uma Era Secular – Uma leitura contemporânea de Abraham Kuyper, Jessica R. e Robert J. Joustra
» Lendo o Sermão do Monte com John Stott, John Stott
» A beleza e a moda da época medieval, por Rute Salviano
» A arte de criar vestidos de noiva há quatro gerações, por Cássia Fernandes
Por Ana K. Ortega
Em algum momento da história, passamos a reconhecer o vestuário como um possível veículo de comunicação. As roupas falam, sem usar palavras, a respeito do indivíduo que as carrega expressando, até mesmo, suas próprias crenças. A moda é uma manifestação do eu que pensa e do coletivo que o cerca, porém pouco se fala sobre o surpreendente fato delas serem também uma expressão da mente de Deus.
Em uma primeira vista, a ideia geral que a grande maioria dos cristãos – e não cristãos – tem é que o mundo da moda e da teologia são distantes e até mesmo opostos. A moda está sempre equiparada à frivolidade e à efemeridade, enquanto a teologia é retratada como preocupada com os assuntos eternos e profundos. Porém, você já parou para analisar como a sua mente teológica pensa o vestuário? Afinal, é essa teologia dinâmica que é vista e expressa nas ruas e nas esquinas das cidades todos os dias, em nossa maneira de se vestir.
Diante dessa verdade, acho interessante a maneira como Jesus relaciona no Sermão do Monte o cuidado de Deus para com o homem. No mesmo lugar onde ele aponta para a provisão divina, ele também demonstra a profundidade do pensamento de Deus a respeito da nossa imagem. Jesus usa duas metáforas para exemplificar o que ele está querendo dizer, de modo que os discípulos conseguissem visualizar aquilo em sua realidade. Ele apresenta dois aspectos cruciais da realidade humana que são para a própria sobrevivência: uma delas é o alimento, mas a outra, são as vestes.
Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa?
Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas?
[…] Por que vocês se preocupam com roupas? Vejam como crescem os lírios do campo. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles.
Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, não vestirá muito mais a vocês, homens de pequena fé?
Jesus ensina que Deus veste os lírios do campo. Mas não apenas isso, ele indica que o Pai pensa em como vesti-los, e a Bíblia aponta que esse ato é feito da melhor maneira. Ele os veste de beleza, e usa disso para comunicar que também nos veste, de igual modo. O Senhor não apenas providencia aquilo de que temos necessidade, mas a sua provisão é carregada de formosura. Portanto, é notório aqui que as vestimentas são parte importante da comunicação de Deus para o mundo. E o que Ele quer comunicar? Assim como ele veste os lírios do campo de beleza e providência, Ele veste a sua igreja. As nossas roupas e o ato diário de nos vestirmos, carregam a responsabilidade de ser uma expressão materializada disso. Essas verdades devem nos levar a refletir como temos pensado a moda e comunicado o Evangelho por meio dela.
Assim, se torna possível enxergar que existe uma urgência em compreender a importância de expressar a beleza de Deus na maneira de se vestir. Não qualquer beleza, mas a beleza que vem do próprio Deus. Pensar em como nos vestimos, traz o cristão para um lugar de responsabilidade em entender que aquilo que é usado, comunica algo sobre mim, sobre minha própria cultura, mas, especialmente, sobre a minha fé. Que Deus nos dê graça para expressar diariamente a perfeição da providência divina por meio das nossas vestes.
- Ana K. Ortega é fashion nerd. Levando o conhecimento da moda para além da Academia onde pessoas comuns possam trazer glória e beleza pro mundo através das suas roupas. Parte do movimento Fashion Revolution, professora e pesquisadora de teologia e teoria da moda, se graduando em ciências sociais. Cursou filosofia e teologia pelo Invisible College também. Membra da Igreja Presbiteriana de Curitiba. @anakarolinacomk
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