Opinião
13 de janeiro de 2009
- Visualizações: 4907
4 comentário(s)
- +A
- -A
-
compartilhar
O ateísmo e nós

A história mostra que cultura nunca existiu sem religião. A presença desta em todas as culturas é um testemunho da capacidade humana de reconhecer algo acima de si, de forma espontânea e natural. Paulo refere-se a esta capacidade em Romanos 1.20: “Desde que Deus criou o mundo, as suas qualidades invisíveis, isto é, o seu poder eterno e a sua natureza divina, têm sido vistas claramente”. O entendimento da divindade assim percebida toma formas variadas nas diversas religiões ou culturas.
O ateísmo moderno e contemporâneo surgiu dentro da cultura cristã, mas não como um desenvolvimento espontâneo. Teve uma série de causas, dentre as quais uma reação crítica contra a fé cristã. Assim, ao menos uma parte dos cristãos foi co-responsável pelo seu surgimento. Quando negligenciamos nosso crescimento espiritual, ensinamos doutrinas erradas ou com fraco embasamento bíblico, somos deficientes na nossa vida religiosa, moral e social, acabamos escondendo a verdadeira face de Deus. Sempre nos lembremos de que somos “carta escrita pelo próprio Cristo” sendo lida por todos.
Sistemas que pressupõem o ateísmo absoluto mostraram que os valores colapsam com a negação de Deus, enquanto relativismo, e, finalmente niilismo tomam seu lugar. O mito do homem capaz de tornar-se um deus não se verificou no marxismo prático nem no “super-homem” de certas nações. Os diversos absolutos que o homem imaginou -- o próprio homem, a humanidade, a natureza, a ciência, a história -- não são suficientes e no final levam à “morte do homem” como conseqüência da “morte de Deus”. Como conseqüência deste aspecto o ateísmo contribuiu significativamente para o sofrimento humano em várias partes do mundo. Pode-se citar como exemplos a Cortina de Ferro, China, Camboja, Laos, Albânia e diversos países africanos. Assim, uma lição valiosa é que toda noção incorreta sobre absolutos precisa tornar-se uma motivação para desenvolver uma exposição mais clara e divulgação mais eficiente das verdades sobre Deus.
A experiência do ateísmo nos desafia ainda a nos desfazermos dos falsos deuses e da deificação do homem e a buscarmos um entendimento mais profundo da verdade sobre o homem que encontrará verdadeira dignidade e liberdade em Deus e no seu amor criativo e sacrifical.
Finalmente, o homem não é Deus, mas foi criado por Ele à sua imagem e semelhança. Por isto o homem pode desenvolver sua semelhança com Deus por participação. Ele pode tornar-se o co-criador da sua realidade e da história da humanidade, numa forma que sirva ao seu pleno desenvolvimento, sua salvação e felicidade, conforme a vontade de Deus.
- Textos publicados: 32 [ver]
-
Site: http://www.freewebs.com/kienitz/
13 de janeiro de 2009
- Visualizações: 4907
4 comentário(s)
- +A
- -A
-
compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.

Leia mais em Opinião

Opinião do leitor
Adauto Da Costa Santos
Brasília - DFOportuna a abordagem do tipo "mea culpa". Embora pertinente em face das nossas muitas deficiências evangelísticas, missiológicas e, especialmente, de testemunho, essa abordagem está longe de justificar os que se dizem ATEUS. O mesmo apóstolo Paulo, mais adiante no livro citado (Romanos) diz que ninguém pode se escusar diante da revelação divina. Assim sendo, os maiores responsáveis são aqueles que Jesus comparou aos que podendo ver, não querem ver. Saramago que o diga!

Ricardo De Oliveira Pinto
São José Dos Campos - SPExcelente abordagem. Lembramos que as posições ateístas são fundamentalmente postuladas pelos que são insubmissos às regras e parâmetros cristãos, muito comuns num mundo permissivo e relativista como hoje (e assim sempre foi, por sinal). Obediência voluntária, e não por ação coercitiva da autoridade, não é inerente à condição humana, como o próprio apóstolo Paulo declara. Como obedecer tira o homem da "zona de conforto", aquela onde os desvios são justificáveis, torna-se, na visão mundana, mais pragmático repelir DEUS. As conseqüências disto possivelmente serão conhecidas em época oportuna.

Nilson
Bristol - SPPrezado Prof. Dr. e Irmao Kienitz,
Excelente artigo. Acredito que as mensagens dos teus artigos atingem diretamente o entendimento e o coracao de pessoas intelectuais. O trabalho que voce esta fazendo eh muito bom. Prossiga firmemente, nao desanime. Eu acredito que a caminhada crista consiste em uma luta diaria contra nos mesmos e todas as circunstancias para mantermos a fe, a esperanca e o respeito e consideracao com nossos pares. O Senhor Nosso Deus esta ao teu lado te dando graca para transmitir corretamente o desejo Dele para conosco. O Senhor Jesus Crito Nosso Salvador te abencoe.
Nilson

Selênio
Recife - PE"(...) a afirmação de que é impossível conhecer algo sobre Deus ou sua existência" (parte do texto). Esta afirmação reflete o "critério da indemonstrabilidade" de Deus do sistema agnóstico, o que não corresponde ao ateísmo filosófico. É certo que Nietzsche, posteriormente, embasado na leiutra que fazia de Kant, usou-o como fundamento para legitimar seu sistema ateístico. Mas temos que ter cuidado de não misturar as coisas ou sistemas. Isso pode fragilizar toda a construção lógica do argumento proposto na reflexão.

Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
- + vendidos
- + vistos