Por Escrito
- 16 de setembro de 2021
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No caminho das lágrimas: o encontro com Jesus
Por Kedma Muniz
Cresci num lar evangélico, com mãe e pai dedicados ao Senhor e à minha igreja, Igreja Evangélica Missionária Pentecostal (IEMP), em Sabinópolis, MG. Me lembro de ouvir pregações sobre o evangelho, a necessidade de conversão e o poder de Jesus na vida dos cristãos desde bem pequena – e realmente acreditar nisso. Entretanto, por mais que eu entendesse a mensagem da Cruz intelectualmente, meu coração não deixava de se preocupar com a possibilidade de ser salva.
Cresci num lar evangélico, com mãe e pai dedicados ao Senhor e à minha igreja, Igreja Evangélica Missionária Pentecostal (IEMP), em Sabinópolis, MG. Me lembro de ouvir pregações sobre o evangelho, a necessidade de conversão e o poder de Jesus na vida dos cristãos desde bem pequena – e realmente acreditar nisso. Entretanto, por mais que eu entendesse a mensagem da Cruz intelectualmente, meu coração não deixava de se preocupar com a possibilidade de ser salva.
Minha igreja de origem é uma denominação que acredita na possibilidade da perda de salvação, o que me levou a muitas entregas e conversões, sempre que me sentia desviada, ainda que eu nunca tenha abandonado o congregar. Mas eu sentia, em todos os cultos, quando cantava e tentava louvar ao Senhor que estava distante, que não o conhecia. Uma certeza que se morresse naquele dia, naquele culto, eu provavelmente não me encontraria com Jesus de braços abertos me chamando de “serva fiel, entra no gozo do teu senhor”.
Foi assim até os meus 15 anos, depois de eu ter desistido de me “converter de novo” e apenas aceitar que aquela experiência de fé talvez nunca acontecesse comigo. Parei de participar da ceia, já que me sentia culpada todas as vezes de tomar indignamente; ir até o púlpito para receber orações já me parecia humilhante. Até que o adoecimento repentino do meu pai, pessoa mais querida da minha vida, me abalasse completamente.
Para entender o quão profundo foi para mim, tenho de contar que considerava meu pai meu maior amigo e o admirava profundamente. Éramos parecidos e ele era, para mim, o chão da minha vida. Ainda assim, quando ele teve um AVC e entrou em coma, eu passei a não me sentir mais sozinha. Jesus, pela primeira vez na minha vida, parecia estar realmente do meu lado e ele me salvou do desespero. Eu vinha lutando contra um estágio leve de depressão quando tudo isso começou a acontecer – e nunca me senti tão amada, acolhida e em paz como nesse processo. Uma paz diferente, em meio à profunda dor que eu estava vivendo.
Assim, depois do falecimento do meu pai, Jesus me chamou para que eu assumisse, em meu coração, que o pertencia. O chamado não aconteceu num culto público e eu não tive de levantar as mãos ou mesmo ir até o púlpito. Aconteceu por meio de um vídeo no YouTube do pregador americano Paul Washer, em que ele se dirigia a jovens que pensavam ser salvos por frequentarem a igreja sem uma experiência de fé. Quando entendi que nunca havia realmente pertencido a Jesus até aquele momento, me enchi de esperança. Havia uma fé viva e pulsante para além daquilo que eu havia vivido até então! Me converti sentada no chão do meu quarto, chorando alegre por Jesus me aceitar como sua. Me lembro de pedir para que eu não acordasse com uma vaga sensação de ter feito algo, mas com um espírito novo, renovado. E assim foi! Acordei com a certeza de que dessa vez, eu realmente havia conhecido meu Pai.
Os próximos meses foram de acolhimento e amor durante o duro processo do luto, e costumo dizer que a primeira coisa que Jesus me ensinou foi a chorar. Não apenas de dor, mas também maravilhada com a esperança da eterna morada celeste e do esperado encontro com o Rei e seus filhos, que o encontraram antes de nós.
• Kedma Muniz é estudante de comunicação social – jornalismo na Universidade Federal de Viçosa. Atualmente estagiária de marketing e comunicação na Editora Ultimato e fotógrafa nas horas vagas. Apaixonada por artes visuais, música, cinema e muitas (muitas) otras cositas más, acredita que a beleza da vida anda sempre aparecendo nas beiradas para nos dar um alô.
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