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- 26 de dezembro de 2018
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Não se faz missão sozinho: entrevista com Juliano Son
O amor do Senhor pelas crianças locais em situação de vulnerabilidade foi o que levou Juliano Son (foto), vocalista da banda Livres, e sua equipe a começarem o Impacto Sertão Livre, um projeto que mobiliza voluntários em prol de comunidades sertanejas do polígono das secas, com o apoio de organizações parceiras que atuam na região.
O projeto teve início em 2013 e acontece durante dez dias duas vezes ao ano, em janeiro e julho, reunindo centenas de pessoas de todo o Brasil. Cada cidade atendida tem, em média, 5.000 habitantes e recebe em torno de 260 voluntários.
Na 13ª edição, o Impacto chega à cidade de Picos, no Piauí, no que será o maior desafio do projeto até agora, segundo Juliano. Uma das certezas que ele tem é a de que não é possível realizar um projeto assim sozinho: é preciso contar com a ajuda de amigos, da comunidade eclesiástica local, da administração do município atendido. E quanto mais parcerias firmadas, melhor.
Confira nossa conversa com Juliano Son sobre os desafios enfrentados e a história do Sertão Livres:
Ultimato: Como começou o projeto Impacto Sertão Livre?
Juliano: Duas experiências inquietaram o meu coração antes de tudo. A primeira aconteceu em Moçambique, onde vivi por 3 meses entre missionários que faziam ações evangelísticas de curta duração em aldeias rurais em Pemba, cidade portuária ao norte do país. Ali, a principal ferramenta usada era uma tela branca onde passava-se um filme sobre a narrativa de Jesus e, da caçamba de um pequeno caminhão por onde éramos transportados e que servia de palanque, o Evangelho era anunciado. De aldeia em aldeia, de comunidade em comunidade, o mesmo trabalho era realizado e o que ouvíamos, na época, era que esses missionários haviam gerado mais de seis mil igrejas.
A segunda experiência foi vivida em uma das nossas viagens com a banda [Livres]. No interior do Mato Grosso do Sul conhecemos um pastor que realizava ações por meio de um festival que rodava as cidades do interior do estado. De cidade em cidade, por meio do festival, as boas novas eram anunciadas e ficamos sabendo de inúmeros testemunhos que acabaram gerando alegria e grande inquietação.
Muitos sabem que o que nos trouxe ao estado do Piauí, em janeiro de 2013, foi o amor do Senhor pelas crianças locais em situação de vulnerabilidade. Mas, logo que chegamos, ao andarmos pelos interiores (sertão) para conhecer a realidade na qual muitas dessas crianças estão, nos deparamos com a escassez da presença da Igreja neste confim da nossa terra brasileira.
Enfim, as inquietações encontraram um lugar para se aquietarem e, junto com amigos, começamos a sonhar com um sertão alcançado. Assim, nasceu o Impacto Sertão Livre.
Quais eram os maiores desafios no início do trabalho?
Creio que os mesmos que levaram o próprio Senhor a rogar ao Pai para que os trabalhadores fossem enviados. Os trabalhadores são poucos apesar dos campos estarem brancos e prontos para a colheita. Mobilizar cooperadores para as regiões onde temos atuado é um grande desafio que requer algumas ações; uma delas é trazer despertamento quanto à relevância do IDE como expressão do ser da Igreja, assunto que a cada dia parece estar caindo no esquecimento.
Fazer alguém que está convencido de que o seu bem-estar é o objetivo do Evangelho se arrepender e se voltar para o próximo é um desafio do tamanho de Deus. Só o Senhor é capaz de tal façanha, mas compreendemos que o nosso papel é proclamar que formosos são os pés dos que anunciam as boas novas de Jesus e mobilizar o máximo de amigos possíveis para a causa.
Como é feita a escolha das cidades atendidas pelo projeto?
Uma vez que, de forma generalizada, entendemos que a região sertaneja tem uma grande carência do Evangelho, a escolha de uma cidade é especialmente feita através dos relacionamentos. Ela é feita por meio de pastores e missionários locais que trazem as necessidades do campo e que irão, posteriormente, dar continuidade ao trabalho. A garantia de que existirão aqueles que darão continuidade ao trabalho é um fator determinante.
Uma vez estabelecida a parceria eclesiástica, outra parceria importante é a dos municípios. Sem a parceria deles, seria muito mais difícil realizar as ações. Os municípios nos cedem as dependências escolares da cidade para nos alojarmos e desenvolvermos atividades. Cedem também as praças centrais onde realizamos celebrações diárias. Cedem os postos de saúde para a realização dos atendimentos da equipe voluntária da saúde. Cedem espaços públicos para realizarmos ações com as crianças. Cedem os ônibus escolares para o deslocamento dos impactantes. Cooperam na logística e inteligência necessária para atendermos quem precisa ser atendido e alcançado. Enfim, a escolha é uma ação comunitária.
Quais avanços e resultados você considera que foram os mais importantes nesses anos?
Pergunta difícil de se responder. Mas vou citar alguns avanços e resultados que, na minha percepção, são muito importantes:
1. O despertamento da parte de amigos e de igrejas para a realidade do sertão nordestino;
2. O aumento da presença missionária na região (mas ainda falta muito para ser satisfatória);
3. As parcerias de dimensão pública como com a Defensoria da União e do Estado que nos acompanham trazendo soluções e empoderamento para uma população refém da falta de informação;
4. A implantação direta de 10 comunidades eclesiásticas;
5. As parcerias com importantes comunidades e organizações do Sudeste para a realização de ações conjuntas;
6. O entendimento do que o apóstolo João quis dizer em sua versão do Evangelho, no capítulo 21, quando escreveu que não seria possível registrar em todos os livros todas as maravilhas que o Senhor havia realizado no meio deles. São graciosamente numerosos os relatos de conversão, numerosos os sinais e maravilhas manifestos, as curas, as intervenções climáticas, as reconciliações. Da conversão de assassinos de aluguel a cura de paralíticos. Da multiplicação de cestas básicas a pessoas curadas na alma por terem recebido um abraço, algo que nunca haviam recebido;
7. A desconstrução do entendimento regional quanto ao significado do ser crente em Jesus Cristo, facilitando o avanço do Evangelho;
8. A edificação pessoal dos mais de 3 mil voluntários que participaram do Impacto;
9. E, no âmbito pessoal, a sensação do quanto tem valido a pena!
Após os dias de Impacto, qual é o relato dos voluntários que participam?
De forma geral, a impressão que se tem é que eles parecem relatar o mesmo júbilo dos 70 que haviam sido enviados pelo Senhor e retornavam após terem visto a glória de Deus. Muitos passam a reconhecer as necessidades missionárias e acabam se tornando parceiros de missionários locais. Alguns se tornam missionários. Mas um relato que ouvimos de forma repetitiva, para a nossa alegria e glória do Pai, é: “O Impacto mudou a minha vida. Foi um divisor de águas!”
E qual é o relato da população sobre as ações realizadas?
No início, a população nos recebia desconfiada. Nos confundiam com agentes públicos. Mas, hoje, o que vemos acontecendo é um engajamento local por parte dos moradores onde o Impacto passou. Ao ficarem sabendo onde será a próxima cidade, ligam avisando parentes e amigos para nos receberem de braços abertos, o que de fato acontece. Não é raro sermos recebidos nas casas com uma mesa feita, um café pronto para acompanhar a “prosa”, momento ideal para compartilharmos da vida, onde habita o Evangelho.
Voltando para uma das cidades, ouvi de alguns moradores dizendo que não havia um dia em que alguém não estivessem falando dos acontecimentos durante os dias do Impacto. E em outra, moradores diziam que o assunto de todos os grupos do Whatsapp eram os acontecimentos e o que estava sendo dito e feito pelos “amarelinhos”.
Algo que fala muito é o choro e o lamento generalizado que toma a praça central na celebração de despedida. Amarelinhos, crianças, adultos e idosos se abraçando e lamentando o final daqueles dias. Chegamos a presenciar, nesse contexto de homem “cabra macho”, homens adultos soluçando ao lamentar a partida dos amarelinhos, o que nos faz compreender as carências desse bravo e sofrido povo.
Existe algum tipo de acompanhamento depois que os dias de impacto acabam?
Sim. Como dito antes, as cidades são escolhidas mediante o entendimento de que haverá uma continuidade por parceiros locais. Hoje, temos uma pequena equipe que presta serviço e apoio para esses parceiros, mas queremos poder fazer muito mais. Queremos mobilizar comunidades para esses cuidados e acompanhamentos. Queremos realizar mais retiros e conferências para fortalecer esses obreiros locais, além de outras ações que promovam o fortalecimento de tudo o que plantamos por meio do Impacto.
Qual é o tipo de auxílio mais necessário - em recurso humano e material - para a realização dos impactos?
Quanto aos recursos humanos, atuamos em 5 principais áreas: saúde, crianças, visitas, construção e celebração.
A região é muito carente de auxílio na área da saúde e sabemos que o bem-estar físico era algo não ignorado pelo Senhor em seu ministério terreno. Ao evangelizar não deixava de dar atenção aos enfermos. Por isso, agentes da saúde são carecidos e muito bem-vindos nas ações do Impacto.
As crianças são as primeiras a corresponderem ao nosso chamado para juntos estarmos. Voluntários com chamado para trabalhar com estes a quem o Senhor disse pertencer o Reino dos céus são muito bem-vindos, também.
As visitas aos lares é a ação que gera mais testemunhos de salvação, curas e sinais. Os “amarelinhos” são incentivados a criarem relacionamentos e por meio deles compartilharem a vida em Cristo. Nesse compartilhar da vida em Cristo tudo se torna possível.
Espaços comunitários são construídos por voluntários da construção e doados aos missionários e pastores locais para facilitar o serviço à população local.
E todas as noites, na praça central, acontecem as celebrações onde muitos da cidade participam e são ministrados pela música, dança, por uma peça teatral, pela pirofagia, pela Palavra e pela interação que acontece simultaneamente com os “amarelinhos” de Cristo.
Certamente cabem outras áreas de atuação além dessas cinco, mas elas dependem dos dons e talentos dos voluntários que vem de todas as partes do Brasil. Um procurador da república já treinou a rede pública local de ensino, médicos deram palestras, modelos falaram com a juventude, enfim, existe muito espaço para atuar e servir!
Quanto aos recursos matérias, remédios são muito importantes, Bíblias convencionais e em áudio, cestas básicas, material para as atividades com as crianças e adolescentes, material de construção, roupas etc.
O que a equipe organizadora espera para a próxima edição, em 2019?
Esperamos que muitos voluntários se engajem conosco para impactarmos a cidade de Picos! É o nosso maior desafio desde que começamos porque Picos é uma cidade estratégica para o sertão e é uma cidade grande, com características mais desafiadoras do que as comunidades que atendemos antes. Vamos precisar de muita gente reunida para espalhar o amor de Deus às famílias de Picos!
Por isso queremos convidar e reforçar a importância da igreja estar junta nessa missão! Pessoas com habilidades com crianças, com conhecimento pedagógico, cultural, de lazer, teatro, ministros de louvor, evangelistas, profissionais da saúde, pessoas com empatia por gente, com conhecimentos que possam ser transmitidos às famílias, mulheres, adolescentes... todos somos importantes para o cumprimento dessa missão!
O projeto teve início em 2013 e acontece durante dez dias duas vezes ao ano, em janeiro e julho, reunindo centenas de pessoas de todo o Brasil. Cada cidade atendida tem, em média, 5.000 habitantes e recebe em torno de 260 voluntários.
Na 13ª edição, o Impacto chega à cidade de Picos, no Piauí, no que será o maior desafio do projeto até agora, segundo Juliano. Uma das certezas que ele tem é a de que não é possível realizar um projeto assim sozinho: é preciso contar com a ajuda de amigos, da comunidade eclesiástica local, da administração do município atendido. E quanto mais parcerias firmadas, melhor.
Confira nossa conversa com Juliano Son sobre os desafios enfrentados e a história do Sertão Livres:
Ultimato: Como começou o projeto Impacto Sertão Livre?
Juliano: Duas experiências inquietaram o meu coração antes de tudo. A primeira aconteceu em Moçambique, onde vivi por 3 meses entre missionários que faziam ações evangelísticas de curta duração em aldeias rurais em Pemba, cidade portuária ao norte do país. Ali, a principal ferramenta usada era uma tela branca onde passava-se um filme sobre a narrativa de Jesus e, da caçamba de um pequeno caminhão por onde éramos transportados e que servia de palanque, o Evangelho era anunciado. De aldeia em aldeia, de comunidade em comunidade, o mesmo trabalho era realizado e o que ouvíamos, na época, era que esses missionários haviam gerado mais de seis mil igrejas.
A segunda experiência foi vivida em uma das nossas viagens com a banda [Livres]. No interior do Mato Grosso do Sul conhecemos um pastor que realizava ações por meio de um festival que rodava as cidades do interior do estado. De cidade em cidade, por meio do festival, as boas novas eram anunciadas e ficamos sabendo de inúmeros testemunhos que acabaram gerando alegria e grande inquietação.
Muitos sabem que o que nos trouxe ao estado do Piauí, em janeiro de 2013, foi o amor do Senhor pelas crianças locais em situação de vulnerabilidade. Mas, logo que chegamos, ao andarmos pelos interiores (sertão) para conhecer a realidade na qual muitas dessas crianças estão, nos deparamos com a escassez da presença da Igreja neste confim da nossa terra brasileira.
Enfim, as inquietações encontraram um lugar para se aquietarem e, junto com amigos, começamos a sonhar com um sertão alcançado. Assim, nasceu o Impacto Sertão Livre.
Quais eram os maiores desafios no início do trabalho?
Creio que os mesmos que levaram o próprio Senhor a rogar ao Pai para que os trabalhadores fossem enviados. Os trabalhadores são poucos apesar dos campos estarem brancos e prontos para a colheita. Mobilizar cooperadores para as regiões onde temos atuado é um grande desafio que requer algumas ações; uma delas é trazer despertamento quanto à relevância do IDE como expressão do ser da Igreja, assunto que a cada dia parece estar caindo no esquecimento.
Fazer alguém que está convencido de que o seu bem-estar é o objetivo do Evangelho se arrepender e se voltar para o próximo é um desafio do tamanho de Deus. Só o Senhor é capaz de tal façanha, mas compreendemos que o nosso papel é proclamar que formosos são os pés dos que anunciam as boas novas de Jesus e mobilizar o máximo de amigos possíveis para a causa.
Como é feita a escolha das cidades atendidas pelo projeto?
Uma vez que, de forma generalizada, entendemos que a região sertaneja tem uma grande carência do Evangelho, a escolha de uma cidade é especialmente feita através dos relacionamentos. Ela é feita por meio de pastores e missionários locais que trazem as necessidades do campo e que irão, posteriormente, dar continuidade ao trabalho. A garantia de que existirão aqueles que darão continuidade ao trabalho é um fator determinante.
Uma vez estabelecida a parceria eclesiástica, outra parceria importante é a dos municípios. Sem a parceria deles, seria muito mais difícil realizar as ações. Os municípios nos cedem as dependências escolares da cidade para nos alojarmos e desenvolvermos atividades. Cedem também as praças centrais onde realizamos celebrações diárias. Cedem os postos de saúde para a realização dos atendimentos da equipe voluntária da saúde. Cedem espaços públicos para realizarmos ações com as crianças. Cedem os ônibus escolares para o deslocamento dos impactantes. Cooperam na logística e inteligência necessária para atendermos quem precisa ser atendido e alcançado. Enfim, a escolha é uma ação comunitária.
Quais avanços e resultados você considera que foram os mais importantes nesses anos?
Pergunta difícil de se responder. Mas vou citar alguns avanços e resultados que, na minha percepção, são muito importantes:
1. O despertamento da parte de amigos e de igrejas para a realidade do sertão nordestino;
2. O aumento da presença missionária na região (mas ainda falta muito para ser satisfatória);
3. As parcerias de dimensão pública como com a Defensoria da União e do Estado que nos acompanham trazendo soluções e empoderamento para uma população refém da falta de informação;
4. A implantação direta de 10 comunidades eclesiásticas;
5. As parcerias com importantes comunidades e organizações do Sudeste para a realização de ações conjuntas;
6. O entendimento do que o apóstolo João quis dizer em sua versão do Evangelho, no capítulo 21, quando escreveu que não seria possível registrar em todos os livros todas as maravilhas que o Senhor havia realizado no meio deles. São graciosamente numerosos os relatos de conversão, numerosos os sinais e maravilhas manifestos, as curas, as intervenções climáticas, as reconciliações. Da conversão de assassinos de aluguel a cura de paralíticos. Da multiplicação de cestas básicas a pessoas curadas na alma por terem recebido um abraço, algo que nunca haviam recebido;
7. A desconstrução do entendimento regional quanto ao significado do ser crente em Jesus Cristo, facilitando o avanço do Evangelho;
8. A edificação pessoal dos mais de 3 mil voluntários que participaram do Impacto;
9. E, no âmbito pessoal, a sensação do quanto tem valido a pena!
Após os dias de Impacto, qual é o relato dos voluntários que participam?
De forma geral, a impressão que se tem é que eles parecem relatar o mesmo júbilo dos 70 que haviam sido enviados pelo Senhor e retornavam após terem visto a glória de Deus. Muitos passam a reconhecer as necessidades missionárias e acabam se tornando parceiros de missionários locais. Alguns se tornam missionários. Mas um relato que ouvimos de forma repetitiva, para a nossa alegria e glória do Pai, é: “O Impacto mudou a minha vida. Foi um divisor de águas!”
E qual é o relato da população sobre as ações realizadas?
No início, a população nos recebia desconfiada. Nos confundiam com agentes públicos. Mas, hoje, o que vemos acontecendo é um engajamento local por parte dos moradores onde o Impacto passou. Ao ficarem sabendo onde será a próxima cidade, ligam avisando parentes e amigos para nos receberem de braços abertos, o que de fato acontece. Não é raro sermos recebidos nas casas com uma mesa feita, um café pronto para acompanhar a “prosa”, momento ideal para compartilharmos da vida, onde habita o Evangelho.
Voltando para uma das cidades, ouvi de alguns moradores dizendo que não havia um dia em que alguém não estivessem falando dos acontecimentos durante os dias do Impacto. E em outra, moradores diziam que o assunto de todos os grupos do Whatsapp eram os acontecimentos e o que estava sendo dito e feito pelos “amarelinhos”.
Algo que fala muito é o choro e o lamento generalizado que toma a praça central na celebração de despedida. Amarelinhos, crianças, adultos e idosos se abraçando e lamentando o final daqueles dias. Chegamos a presenciar, nesse contexto de homem “cabra macho”, homens adultos soluçando ao lamentar a partida dos amarelinhos, o que nos faz compreender as carências desse bravo e sofrido povo.
Existe algum tipo de acompanhamento depois que os dias de impacto acabam?
Sim. Como dito antes, as cidades são escolhidas mediante o entendimento de que haverá uma continuidade por parceiros locais. Hoje, temos uma pequena equipe que presta serviço e apoio para esses parceiros, mas queremos poder fazer muito mais. Queremos mobilizar comunidades para esses cuidados e acompanhamentos. Queremos realizar mais retiros e conferências para fortalecer esses obreiros locais, além de outras ações que promovam o fortalecimento de tudo o que plantamos por meio do Impacto.
Qual é o tipo de auxílio mais necessário - em recurso humano e material - para a realização dos impactos?
Quanto aos recursos humanos, atuamos em 5 principais áreas: saúde, crianças, visitas, construção e celebração.
A região é muito carente de auxílio na área da saúde e sabemos que o bem-estar físico era algo não ignorado pelo Senhor em seu ministério terreno. Ao evangelizar não deixava de dar atenção aos enfermos. Por isso, agentes da saúde são carecidos e muito bem-vindos nas ações do Impacto.
As crianças são as primeiras a corresponderem ao nosso chamado para juntos estarmos. Voluntários com chamado para trabalhar com estes a quem o Senhor disse pertencer o Reino dos céus são muito bem-vindos, também.
As visitas aos lares é a ação que gera mais testemunhos de salvação, curas e sinais. Os “amarelinhos” são incentivados a criarem relacionamentos e por meio deles compartilharem a vida em Cristo. Nesse compartilhar da vida em Cristo tudo se torna possível.
Espaços comunitários são construídos por voluntários da construção e doados aos missionários e pastores locais para facilitar o serviço à população local.
E todas as noites, na praça central, acontecem as celebrações onde muitos da cidade participam e são ministrados pela música, dança, por uma peça teatral, pela pirofagia, pela Palavra e pela interação que acontece simultaneamente com os “amarelinhos” de Cristo.
Certamente cabem outras áreas de atuação além dessas cinco, mas elas dependem dos dons e talentos dos voluntários que vem de todas as partes do Brasil. Um procurador da república já treinou a rede pública local de ensino, médicos deram palestras, modelos falaram com a juventude, enfim, existe muito espaço para atuar e servir!
Quanto aos recursos matérias, remédios são muito importantes, Bíblias convencionais e em áudio, cestas básicas, material para as atividades com as crianças e adolescentes, material de construção, roupas etc.
O que a equipe organizadora espera para a próxima edição, em 2019?
Esperamos que muitos voluntários se engajem conosco para impactarmos a cidade de Picos! É o nosso maior desafio desde que começamos porque Picos é uma cidade estratégica para o sertão e é uma cidade grande, com características mais desafiadoras do que as comunidades que atendemos antes. Vamos precisar de muita gente reunida para espalhar o amor de Deus às famílias de Picos!
Por isso queremos convidar e reforçar a importância da igreja estar junta nessa missão! Pessoas com habilidades com crianças, com conhecimento pedagógico, cultural, de lazer, teatro, ministros de louvor, evangelistas, profissionais da saúde, pessoas com empatia por gente, com conhecimentos que possam ser transmitidos às famílias, mulheres, adolescentes... todos somos importantes para o cumprimento dessa missão!
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