Opinião
- 05 de maio de 2017
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Não precisamos desembarcar do bonde da brasilidade para entrar no evangelho de Cristo
Por Cristiano Machado
Desde o início do blog Dos Crentassos, talvez uma das primeiras postagens, temos uma categoria de postagens conhecida como “Músicas do mundo que me edificam” a qual, obviamente pelo nome, você já percebeu que é uma brincadeira com o conceito de “música do mundo”, algo criado por evangélicos muito bem intencionados, mas com pouca condição de analisar o quão grande Deus é para se importar com a religião dos compositores e intérpretes dessa ou daquela música. O “Músicas do mundo que me edificam” trazem músicas que não são compostas por cristãos (não ao menos notadamente cristãos) e que assim mesmo carregam valores eternos que apenas poderiam fluir do trono de Deus e esse livro tocou muito o meu coração por tratar dessa questão (entre outras) que é muito cara pra mim, a saber, a questão da graça comum.
Sem o “teologuês” clássico que distingue o povo do clero, em Ser Evangélico Sem Deixar de Ser Brasileiro, Gerson Borges fala da cultura brasileira e como a cultura é algo bom (mas também tem seus problemas) e que nós não precisamos desembarcar do bonde da Brasilidade para entrar no evangelho de Cristo, como propõem alguns teólogos que acreditam que a fé cristã é uma fé europeia, e que todos os costumes não europeus não são dignos do sacrossanto templo da ortodoxia.
Numa dança linda entre teologia e cultura brasileira, as inúmeras citações que o Gerson Borges faz, acrescentaram alguns volumes na minha lista de autores que desejo ler dentro da teologia, assim como uma série de autores que desejo ouvir na MPB.
Recomendo muitíssimo essa singela obra de pouco mais de 100 páginas a todos que estão sedentos por mais do que a lista de regras vazias que os adoradores da ortodoxia nos propõem…
Observação: Eu sei que a ortodoxia não se limita a determinar regras de comportamento como alguns podem imaginar que eu sugeri ao longo desse texto, no entanto é inegável verificar que muitos cristãos dos altos círculos teológicos (se isso não for apenas uma invenção da mente megalomaníaca desses teólogos) tratam da ortodoxia com tamanha sacralidade e diligência, que apontar problemas nela seria tão agressivo quanto duvidar da pureza perpétua de Maria para um católico fervoroso…
Ah… Esse post NÃO É PATROCINADO! Li e gostei, realmente.
Recebi de presente da Editora Ultimato, aqueles lindos e lindas, de Viçosa (MG).
Publicado originalmente em crentassos.com.br.
• Cristiano Machado é o criador do Coletivo Crentassos Produções Subversivas.
Leia mais
Dizem que samba é pecado
Perfurando a cultura para não esquecer quem somos
A redenção da cultura
A cultura, esta nossa inimiga
Ser Evangélico Sem Deixar de Ser Brasileiro
Foto: Pixabay.com.
Desde o início do blog Dos Crentassos, talvez uma das primeiras postagens, temos uma categoria de postagens conhecida como “Músicas do mundo que me edificam” a qual, obviamente pelo nome, você já percebeu que é uma brincadeira com o conceito de “música do mundo”, algo criado por evangélicos muito bem intencionados, mas com pouca condição de analisar o quão grande Deus é para se importar com a religião dos compositores e intérpretes dessa ou daquela música. O “Músicas do mundo que me edificam” trazem músicas que não são compostas por cristãos (não ao menos notadamente cristãos) e que assim mesmo carregam valores eternos que apenas poderiam fluir do trono de Deus e esse livro tocou muito o meu coração por tratar dessa questão (entre outras) que é muito cara pra mim, a saber, a questão da graça comum.
Sem o “teologuês” clássico que distingue o povo do clero, em Ser Evangélico Sem Deixar de Ser Brasileiro, Gerson Borges fala da cultura brasileira e como a cultura é algo bom (mas também tem seus problemas) e que nós não precisamos desembarcar do bonde da Brasilidade para entrar no evangelho de Cristo, como propõem alguns teólogos que acreditam que a fé cristã é uma fé europeia, e que todos os costumes não europeus não são dignos do sacrossanto templo da ortodoxia.
Numa dança linda entre teologia e cultura brasileira, as inúmeras citações que o Gerson Borges faz, acrescentaram alguns volumes na minha lista de autores que desejo ler dentro da teologia, assim como uma série de autores que desejo ouvir na MPB.
Recomendo muitíssimo essa singela obra de pouco mais de 100 páginas a todos que estão sedentos por mais do que a lista de regras vazias que os adoradores da ortodoxia nos propõem…
Observação: Eu sei que a ortodoxia não se limita a determinar regras de comportamento como alguns podem imaginar que eu sugeri ao longo desse texto, no entanto é inegável verificar que muitos cristãos dos altos círculos teológicos (se isso não for apenas uma invenção da mente megalomaníaca desses teólogos) tratam da ortodoxia com tamanha sacralidade e diligência, que apontar problemas nela seria tão agressivo quanto duvidar da pureza perpétua de Maria para um católico fervoroso…
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