Opinião
- 20 de novembro de 2015
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Muita lama hoje e muita água ontem
Pessoas mortas e desaparecidas, prejuízos ambientais e econômicos incalculáveis, traumas emocionais para crianças e adultos sem suas casas e pertences, falta de água para dar descarga nos vasos sanitários e para tomar banho, sonhos desmoronados – essa é a tragédia que veio de surpresa para muitas cidades de Minas Gerais e Espírito Santo na tarde do dia 5 de novembro, há exatamente 15 dias.
Mas milhares de vezes pior que aquilo que aconteceu em Mariana foi o dilúvio de que fala o primeiro livro da Bíblia. Não temos a menor justificativa para classificar o dilúvio como lenda, não só por causa da autoridade das Escrituras que fazem pelo menos oito referências a ele, mas também porque “a história do dilúvio é compartilhada entre os vizinhos de Israel na antiguidade e é comum entre outras culturas ao redor do mundo”. Inundações destruidoras marcaram a memória de muitos povos e originaram várias narrativas desse evento.
O dilúvio bíblico ocorreu na época de Noé. Choveu ininterruptamente durante quarenta dias e quarenta noites. As águas cobriram tudo, até as mais altas montanhas. Todos os seres vivos morreram, exceto a família de Noé e os animais que ele introduziu no grande barco de madeira, por ordem de Deus. As águas do dilúvio permaneceram por 150 dias (cinco meses).
Detalhes como os problemas de alimentação daqueles muitos casais de animais e a convivência entre eles, dentro do barco (entre lobo e ovelha, por exemplo), não são mencionados, o que não deve desacreditar a história. Os detalhes foram usados mais para explicar a causa do dilúvio.
Jesus deixou bem claro que nem toda desgraça é causada pela depravação humana (Lucas 13.2-4). Mas, no caso do dilúvio, ele aconteceu porque a humanidade de então passava por uma crise tal que exigia uma intervenção extraordinária e drástica.
Havia violência, maldade, perversidade, corrupção e depravação, de forma generalizada, contínua e crescente. O freio moral desapareceu por completo. As exceções eram pouquíssimas: quatro homens e quatro mulheres, oito pessoas ao todo (Gn 7.7; 1Pe 3.20). Na paráfrase de Eugene Peterson a história é mais contundente:
“O Eterno viu que a maldade humana estava fora de controle. De manhã até a noite, as pessoas só pensavam no mal e só maquinavam a maldade”.
“No que dizia respeito a Deus, a terra havia se tornado um esgoto, a violência estava por toda parte, Deus observava tudo e viu que a situação era muito ruim, todos estavam afundados em corrupção – a própria vida havia se corrompido”.
“Então, Deus disse a Noé: ‘Chega! É o fim da raça humana. A violência está por toda parte. Vou dar um fim a isso’” (Gênesis 6.5-13).
O futuro próximo ou distante não é muito promissor. É o que se encontra no último capítulo da segunda epístola de Pedro: “O céu entrará em colapso, com um estrondo ensurdecedor, e tudo desaparecerá num incêndio imenso. Neste dia, a terra e todas as suas obras serão expostas ao escrutínio do julgamento” (verso 10, AM).
No mundo antigo, muita água; em Sodoma e Gomorra, muito enxofre; em Mariana, muita lama; no futuro, muito fogo! Que horror!
Foto: Rio Carmo, Barra Longa (MG) | Dan Bianchin
Mas milhares de vezes pior que aquilo que aconteceu em Mariana foi o dilúvio de que fala o primeiro livro da Bíblia. Não temos a menor justificativa para classificar o dilúvio como lenda, não só por causa da autoridade das Escrituras que fazem pelo menos oito referências a ele, mas também porque “a história do dilúvio é compartilhada entre os vizinhos de Israel na antiguidade e é comum entre outras culturas ao redor do mundo”. Inundações destruidoras marcaram a memória de muitos povos e originaram várias narrativas desse evento.
O dilúvio bíblico ocorreu na época de Noé. Choveu ininterruptamente durante quarenta dias e quarenta noites. As águas cobriram tudo, até as mais altas montanhas. Todos os seres vivos morreram, exceto a família de Noé e os animais que ele introduziu no grande barco de madeira, por ordem de Deus. As águas do dilúvio permaneceram por 150 dias (cinco meses).
Detalhes como os problemas de alimentação daqueles muitos casais de animais e a convivência entre eles, dentro do barco (entre lobo e ovelha, por exemplo), não são mencionados, o que não deve desacreditar a história. Os detalhes foram usados mais para explicar a causa do dilúvio.
Jesus deixou bem claro que nem toda desgraça é causada pela depravação humana (Lucas 13.2-4). Mas, no caso do dilúvio, ele aconteceu porque a humanidade de então passava por uma crise tal que exigia uma intervenção extraordinária e drástica.
Havia violência, maldade, perversidade, corrupção e depravação, de forma generalizada, contínua e crescente. O freio moral desapareceu por completo. As exceções eram pouquíssimas: quatro homens e quatro mulheres, oito pessoas ao todo (Gn 7.7; 1Pe 3.20). Na paráfrase de Eugene Peterson a história é mais contundente:
“O Eterno viu que a maldade humana estava fora de controle. De manhã até a noite, as pessoas só pensavam no mal e só maquinavam a maldade”.
“No que dizia respeito a Deus, a terra havia se tornado um esgoto, a violência estava por toda parte, Deus observava tudo e viu que a situação era muito ruim, todos estavam afundados em corrupção – a própria vida havia se corrompido”.
“Então, Deus disse a Noé: ‘Chega! É o fim da raça humana. A violência está por toda parte. Vou dar um fim a isso’” (Gênesis 6.5-13).
O futuro próximo ou distante não é muito promissor. É o que se encontra no último capítulo da segunda epístola de Pedro: “O céu entrará em colapso, com um estrondo ensurdecedor, e tudo desaparecerá num incêndio imenso. Neste dia, a terra e todas as suas obras serão expostas ao escrutínio do julgamento” (verso 10, AM).
No mundo antigo, muita água; em Sodoma e Gomorra, muito enxofre; em Mariana, muita lama; no futuro, muito fogo! Que horror!
Foto: Rio Carmo, Barra Longa (MG) | Dan Bianchin
Elben Magalhães Lenz César foi o fundador da Editora Ultimato e redator da revista Ultimato até a sua morte, em outubro de 2016. Fundador do Centro Evangélico de Missões e pastor emérito da Igreja Presbiteriana de Viçosa (IPV), é autor de, entre outros, Por Que (Sempre) Faço o Que Não Quero?, Refeições Diárias com Jesus, Mochila nas Costas e Diário na Mão, Para (Melhor) Enfrentar o Sofrimento, Conversas com Lutero, Refeições Diárias com os Profetas Menores, A Pessoa Mais Importante do Mundo, História da Evangelização do Brasil e Práticas Devocionais. Foi casado por sessenta anos com Djanira Momesso César, com quem teve cinco filhas, dez netos e quatro bisnetos.
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