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Opinião

Mudanças climáticas, o sofrimento e a Bíblia

Estamos no tempo do “já” e do “ainda não”. E é neste tempo que somos chamados a cuidar da criação de Deus

Por Erní Walter Seibert

Um dos ensinamentos básicos da fé cristã é de que o mundo foi criado por Deus. O mundo e o universo são reconhecidos como a criação, e Deus é o Criador. O mundo não é Deus. Não há um panteísmo. Distinguir entre a criação e o Criador livrou o ser humano de uma série de tabus e superstições. O mundo pode ser investigado e com isso não se viola a intimidade de Deus. A ciência pode se desenvolver. Não há áreas ocultas ou áreas que não podem ser pesquisadas.

Além disso, a Bíblia Sagrada é o livro no qual a criação tem enorme importância. O primeiro capítulo da Bíblia fala do mundo criado por Deus. É a base, o princípio de tudo. E os últimos capítulos da Bíblia falam da nova criação, dos novos céus e da nova terra. Entre o começo e o final da Bíblia, há uma história de queda e restauração. A queda é chamada, entre outros termos, de pecado. A queda afetou toda a criação. Não vivemos mais no primeiro paraíso. Houve desrespeito à vontade divina, aos planos do Deus Pai todo-poderoso, Criador dos céus e da terra. Por isso foi necessário restaurar. A restauração se deu em Cristo, o Filho de Deus.

A vida humana se dá neste ínterim e neste cenário: dentro da criação de Deus, antes dos novos céus e da nova terra. Não é uma vida perfeita, mas uma vida em que há esperança. É uma nova vida que “já” começou, mas “ainda não” é plena. Ou seja, estamos no tempo do “já” e do “ainda não”. E é neste tempo que somos chamados a cuidar da criação de Deus. Estamos sob limites, mas isso não nos isenta da responsabilidade.
A Bíblia Sagrada nos estimula a colocar a esperança de um futuro melhor (os novos céus e a nova terra) em prática na vida que estamos vivendo. Ler a Bíblia sob estes olhos é um exercício desafiador que nos desperta para novas práticas, de responsabilidade para com o próximo, com o mundo em que vivemos, e de paz com Deus.



Essa visão de mundo, ou cosmovisão, é muito preciosa para os dias atuais. Vivemos em tempos que são reconhecidos como de mudança climática e de sofrimento para milhões de pessoas. Todos estão preocupados com o tema e perguntam: o que poderia ser feito? Teria a Bíblia uma palavra sobre isso? É claro que, num breve artigo como este, não podemos trazer tudo o que a Bíblia diz. Além disso, a brevidade pode fazer com que sejamos mal-entendidos. Mas, mesmo assim, vamos trazer alguns tópicos.
  1. Em Romanos 8.18-25, o apóstolo Paulo fala sobre o tema “Os sofrimentos do presente e a glória do futuro”. Nesse texto, ele lembra que a natureza está sofrendo, gemendo, no tempo presente. Os versículos 22 e 23 dizem: “Porque sabemos que toda a criação a um só tempo geme e suporta angústias até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo.” Há um reconhecimento de que a própria natureza sofre por consequência de um erro humano. No entanto, o texto aponta para o futuro falando em esperança. Não é preciso desesperar-se.
  2. Mesmo com todas as dificuldades, há um mandamento que aponta para que o ser humano cuide da criação de Deus. O texto não indica o caminho do abandono do cuidado para com a natureza. As palavras de Gênesis 2.15: “O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar”, em nenhum momento foram abolidas. Cuidar da criação é um dos deveres do ser humano. Pelo cuidado com a criação temos alimento e condições melhores de vida.
  3.  No livro de Joel 1.1-12, é descrito um verdadeiro desastre ambiental. O versículo 12 resume os anteriores dizendo: “As videiras secaram, as figueiras murcharam, as romãzeiras, as palmeiras e as macieiras também. Todas as árvores do campo secaram, e já não há alegria entre os filhos dos homens.” E o restante do livro é um chamado do povo ao arrependimento e uma reafirmação das promessas de Deus de um tempo infinitamente melhor no futuro. Ou seja, o que se quer não é que a terra seja destruída. Ao contrário, o chamamento é para continuar firme nas palavras e promessas de Deus, inclusive cuidando da natureza.
O equilíbrio está presente na mensagem bíblica. As dificuldades existem, mas há esperança. Há responsabilidade humana no sofrimento da natureza. Mas Deus promete um futuro melhor no agora, já, mesmo que ainda não estejamos na glória eterna.

Por isso, a convocação é para que cuidemos da natureza, não a abandonemos. Confiemos em Deus. Ele não nos abandona nem em meio à mudanças climáticas. Deus é bom e nos convoca a termos o mesmo espírito.
  • Erní Walter Seibert, diretor executivo da Sociedade Bíblica do Brasil e Vice-Presidente das Sociedades Bíblicas Unidas.

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