Opinião
- 23 de agosto de 2023
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Michael Faraday: cientista brilhante ou fanático religioso?
Por Paulo Ribeiro
Nas descrições populares, a ciência é descrita como distinta, se não totalmente oposta, à religião. Isso certamente não se aplica a Faraday, para quem a ciência era permeada de visão moral e religiosa.
Geoffrey Cantor diz em seu excelente livro “Michael Faraday: Sandemanian and Scientist”: “Faraday exemplifica como nossa compreensão do mundo externo e nossos eus espirituais e morais internos podem estar inter-relacionados. Dois séculos após o nascimento de Faraday, não podemos esperar adotar indiscriminadamente nem sua abordagem da ciência (que era idiossincrática mesmo em sua época) nem sua religião como soluções prontas para os problemas do final do século 20”.
Michael Faraday, um dos pais da engenharia elétrica e considerado o maior experimentalista que já existiu, foi um cientista e químico inglês, que fez inúmeras descobertas e contribuições significativas para os campos da física, química e engenharia durante o século 19. Algumas de suas principais descobertas incluem:
Indução Eletromagnética (1831), Leis da Eletrólise (1833), Lei da Rotação Eletromagnética (1821), Diamagnetismo e Paramagnetismo (1845), Gaiola de Faraday, Estrutura do Benzeno (1825-1834), Pesquisa sobre Cloro (1810-1823), Linhas de Força e Teoria de Campo. Essas descobertas não apenas avançaram nossa compreensão da eletricidade, do magnetismo e da química, mas também lançaram as bases para muitos avanços tecnológicos nas décadas seguintes.
Faraday tinha sua ciência profundamente enraizada em um entendimento que enfatizava a inteligibilidade, beleza e simetria de um universo divinamente construído, mas raramente ligava ciência e religião em público. Ele concebeu sua vocação como lendo e desdobrando o livro da natureza e as leis que mantêm toda a criação. Ele pensava que a natureza era consistente e todo fenômeno natural era o resultado da lei. Ele criticou aqueles que viam a eletricidade como um poder misterioso, afirmando que a "beleza da eletricidade... [é] que está sob a lei".
Acima de tudo, Faraday repudiou o espírito empreendedor do sistema científico de recompensas e patrocínios que, a seu ver, estava minando a pureza da ciência. Em vez disso, ele lutou contra essas tendências e procurou definir o cientista como um agente moral.
Michael Faraday não era um fanático religioso, e nem apenas um cientista brilhante, mas era conhecido por sua personalidade gentil e humilde. Seus traços de caráter frequentemente se destacavam tanto quanto suas realizações científicas. A gentileza, humildade, orientação de jovens cientistas e amor pela natureza de Faraday deram um exemplo que o tempo não apagará.
Pode-se não dar valor à religião, mas não se pode descartar o impacto positivo da religião na visão de Faraday sobre a natureza, a humanidade, a sociedade e a ciência.
Saúde.
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Doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de Manchester, na Inglaterra, foi Professor em Universidades nos Estados Unidos, Nova Zelândia e Holanda, e Pesquisador em Centros de Pesquisa (EPRI, NASA). Atualmente é Professor Titular Livre na Universidade Federal de Itajubá, MG. É originário do Vale do Pajeú e torcedor do Santa Cruz.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
>> http://lattes.cnpq.br/2049448948386214
>> https://scholar.google.com/citations?user=38c88BoAAAAJ&hl=en&oi=ao
Pesquisa publicada recentemente aponta os cientistas destacados entre o “top” 2% dos pesquisadores de maior influência no mundo, nas diversas áreas do conhecimento. Destes, 600 cientistas são de Instituições Brasileiras. O Professor Paulo F. Ribeiro foi incluído nesta lista relacionado a área de Engenharia Elétrica.
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