Opinião
- 14 de abril de 2023
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“Meu filho não quer ir à igreja”
O melhor que os pais podem oferecer a seus filhos é a coerência, não a perfeição
Por Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski
Essa é uma queixa que ouço com alguma frequência de pais cristãos. Isso acontece geralmente quando os filhos iniciam alguma autonomia com a entrada na adolescência.
Essa fase é marcada pelo questionamento dos valores para a aquisição da identidade. É também a etapa do ciclo vital na qual os adolescentes atingem um nível de cognição mais abstrato e conseguem fazer perguntas teleológicas, ou seja, sobre o sentido último da vida.
Então passarão a checar se os valores familiares, inclusive os da fé que os pais professam, têm consistência. De igual modo questionarão os valores propostos pela igreja, e em todos esses questionamentos o que eles mais buscam é a coerência.
Muitos pais acreditam que precisam apresentar aos filhos um modelo perfeito de “ser no mundo”, entretanto esse esforço é vão, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Alguns pais impõem aos filhos modelos de perfeição impraticáveis, cheios de regras e normas, muitas delas estabelecidas somente para manter uma boa aparência diante dos demais membros da comunidade, e não por convicção pessoal. Nem percebem que tais regras tornam-se fardos pesados para os filhos.
Outras vezes os pais tentam estabelecer um controle rígido sobre o comportamento dos filhos, por medo que outros comentem algo a respeito da conduta dos seus filhos que os faça se sentir desqualificados como educadores. O melhor que os pais podem oferecer a seus filhos é a coerência, não a perfeição.
Nossas comunidades de fé também têm afastado os adolescentes por serem, muitas vezes, elas mesmas incoerentes. Líderes que têm um discurso de unidade, mas que acabam incentivando a cisma por meio de comentários maldosos sobre a vida dos irmãos; as fofocas e até a “fofocaoração” (em que “pedimos” aos irmãos para orarem por um membro da comunidade que está em pecado e informamos todos os detalhes sórdidos de tal pecado); discursos de incentivo ao amor e ao mesmo tempo uma omissão diante de atitudes de desamor da própria comunidade, como o preconceito racial, social ou de gênero.
Adolescentes podem ser imaturos, mas não são ignorantes. Facilmente captam as contradições entre o discurso e a prática, seja de sua família, seja de sua comunidade de fé. Isso lhes causa muita frustração e ao mesmo tempo os “empurra” para o engajamento em grupos que se mostram mais “coerentes” entre o discurso e a prática – ainda que esses grupos apresentem padrões totalmente disfuncionais.
Portanto, é muito importante que os pais procurem ser coerentes diante dos filhos, não querendo aparentar uma mescla de super-heróis e santarrões, mas sim mostrando que, mesmo com suas falhas, seguem em busca de um contínuo aperfeiçoamento baseado no modelo que Cristo nos deixou e que a cada dia somos alcançados pela graça e misericórdia renovada de Deus. Para isso é importante um convívio próximo com os filhos e aproveitar as oportunidades para transmitir os valores centrais do evangelho. Por exemplo: tirar um tempo para jogar videogame com o filho e, ao perder, sorrir e falar com ele que algumas vezes ganhamos e outras, perdemos, e que a ideia de nunca perder pertence ao padrão do mundo, não de Deus.
Finalmente, as nossas comunidades de fé também precisam incrementar discursos mais coerentes com o evangelho: valorizando a unidade entre os irmãos (1Co 12.25); acolhendo os mais frágeis socialmente (Sl 82.3); e orando e amando até mesmo os inimigos da fé (Mt 6.44). Tornando-se comunidades cheias de vida (não barulho) e vivenciando de modo autêntico os valores centrais do evangelho – fé, esperança e amor –, atrairão jovens como as moscas são atraídas pelo açúcar!
Saiba mais:
» Acontece Nas Melhores Famílias, Famílias da Bíblia a Luz da Terapia Familiar, Carlos “Catito” Grzybowski e Jorge E. Maldonado
» Pais Santos, Filhos Nem Tanto, A trajetória de um pai segundo o coração de Deus, Carlos “Catito” Grzybowski
» Cuidemos de nossos adolescentes
» Socorro, sou mãe de adolescente
» O que a Bíblia diz sobre juventude?
Por Carlos “Catito” e Dagmar Grzybowski
Essa é uma queixa que ouço com alguma frequência de pais cristãos. Isso acontece geralmente quando os filhos iniciam alguma autonomia com a entrada na adolescência.
Essa fase é marcada pelo questionamento dos valores para a aquisição da identidade. É também a etapa do ciclo vital na qual os adolescentes atingem um nível de cognição mais abstrato e conseguem fazer perguntas teleológicas, ou seja, sobre o sentido último da vida.
Então passarão a checar se os valores familiares, inclusive os da fé que os pais professam, têm consistência. De igual modo questionarão os valores propostos pela igreja, e em todos esses questionamentos o que eles mais buscam é a coerência.
Muitos pais acreditam que precisam apresentar aos filhos um modelo perfeito de “ser no mundo”, entretanto esse esforço é vão, pois “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23).
Alguns pais impõem aos filhos modelos de perfeição impraticáveis, cheios de regras e normas, muitas delas estabelecidas somente para manter uma boa aparência diante dos demais membros da comunidade, e não por convicção pessoal. Nem percebem que tais regras tornam-se fardos pesados para os filhos.
Outras vezes os pais tentam estabelecer um controle rígido sobre o comportamento dos filhos, por medo que outros comentem algo a respeito da conduta dos seus filhos que os faça se sentir desqualificados como educadores. O melhor que os pais podem oferecer a seus filhos é a coerência, não a perfeição.
Nossas comunidades de fé também têm afastado os adolescentes por serem, muitas vezes, elas mesmas incoerentes. Líderes que têm um discurso de unidade, mas que acabam incentivando a cisma por meio de comentários maldosos sobre a vida dos irmãos; as fofocas e até a “fofocaoração” (em que “pedimos” aos irmãos para orarem por um membro da comunidade que está em pecado e informamos todos os detalhes sórdidos de tal pecado); discursos de incentivo ao amor e ao mesmo tempo uma omissão diante de atitudes de desamor da própria comunidade, como o preconceito racial, social ou de gênero.
Adolescentes podem ser imaturos, mas não são ignorantes. Facilmente captam as contradições entre o discurso e a prática, seja de sua família, seja de sua comunidade de fé. Isso lhes causa muita frustração e ao mesmo tempo os “empurra” para o engajamento em grupos que se mostram mais “coerentes” entre o discurso e a prática – ainda que esses grupos apresentem padrões totalmente disfuncionais.
Portanto, é muito importante que os pais procurem ser coerentes diante dos filhos, não querendo aparentar uma mescla de super-heróis e santarrões, mas sim mostrando que, mesmo com suas falhas, seguem em busca de um contínuo aperfeiçoamento baseado no modelo que Cristo nos deixou e que a cada dia somos alcançados pela graça e misericórdia renovada de Deus. Para isso é importante um convívio próximo com os filhos e aproveitar as oportunidades para transmitir os valores centrais do evangelho. Por exemplo: tirar um tempo para jogar videogame com o filho e, ao perder, sorrir e falar com ele que algumas vezes ganhamos e outras, perdemos, e que a ideia de nunca perder pertence ao padrão do mundo, não de Deus.
Finalmente, as nossas comunidades de fé também precisam incrementar discursos mais coerentes com o evangelho: valorizando a unidade entre os irmãos (1Co 12.25); acolhendo os mais frágeis socialmente (Sl 82.3); e orando e amando até mesmo os inimigos da fé (Mt 6.44). Tornando-se comunidades cheias de vida (não barulho) e vivenciando de modo autêntico os valores centrais do evangelho – fé, esperança e amor –, atrairão jovens como as moscas são atraídas pelo açúcar!
- Carlos “Catito” e Dagmar são casados, ambos psicólogos e terapeutas de casais e de família, e membros da Igreja Luterana. São autores de Pais Santos, Filhos Nem Tanto. Acompanhe o blog: ultimato.com.br/sites/casamentoefamilia/
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A esperança cristã possibilita alegria hoje, guia os nossos afetos e o modo como vivemos, nos relembra da nossa condição de peregrinos, nos anima na evangelização e na missão, nos dá a perspectiva correta com relação ao sofrimento atual, alinha os nossos planos aos de Deus, não permite que nos acomodemos às facilidades do mundo.
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