Prateleira
- 19 de agosto de 2009
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"Mais tempo e mais dinheiro", a fórmula
“Mais tempo e mais dinheiro”, equilibre os dois e prospere na carreira”. Onde li essa promessa auspiciosa? Na Folha Universal, na VocêS/A ou nos anúncios das Casas Bahia? Tanto faz. O que “me” interessa é perguntar: funciona? Se sim, estamos combinados. Se não, preciso escolher a quem processar: o bispo, a Editora Abril ou a família Klein...
Nunca foi tão fácil prosperar. Pelo menos é o que dizem os pregoeiros de plantão. Sejam eles gurus da administração, especialistas em finanças ou pastores engomados. Todos vendem uma só coisa. E, pior, usam a mesma isca.
A isca é conhecida e tem vários sabores: cobiça, ganância, insaciabilidade. Para o filósofo Walter Benjamim, o que se vê seria uma espécie de religião (o capitalismo), “puramente cultural, sem dogmas, nem teologia”, cujas práticas lembram um culto religioso. Agora, cito Fé Cristã e Cultura Contemporânea, nosso lançamento de agosto: “O capitalismo é, provavelmente, o primeiro exemplo de culto não expiatório, mas culpabilizador. [...] Não há esperança de expiação para o problema da culpa, expresso no contínuo endividamento...”. Mais: “É a celebração de um culto sem trégua e sem piedade. Nenhum dia é comum, não há dia que não seja de festa, de pompa sagrada, de extrema tensão para o adorador”.
Volto à promessa do início. Para alcançá-la, é simples. Basta o “dízimo” ou uma “oferta de amor”. Nesse caso, o passe para a prosperidade é a compra do livro cujo título não deixa dúvida: “Mais Tempo, Mais Dinheiro”, de Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa — em breve, na lista dos mais vendidos, o que fará com que um e outro tenham mais tempo e mais dinheiro. Claro, se por acaso você não alcançar essa “graça”, provavelmente a sua “fé” não foi suficiente ou você ainda não “deu” tudo o que deveria ter dado. Quem sabe adquirindo os livros “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, “Dinheiro: os Segredos de Quem Tem” e “Filhos Inteligentes Enriquecem Sozinhos”, entre muitos outros, você consiga a grande libertação...
Enfim, promessas “extravagantes”, “irrealizáveis”, de “enriquecimento”, mencionadas à exaustão pela mídia nos últimos dias não são originais nem privilégio de pastores evangélicos. E, se somos ateus, nem o céu é o limite.
Nunca foi tão fácil prosperar. Pelo menos é o que dizem os pregoeiros de plantão. Sejam eles gurus da administração, especialistas em finanças ou pastores engomados. Todos vendem uma só coisa. E, pior, usam a mesma isca.
A isca é conhecida e tem vários sabores: cobiça, ganância, insaciabilidade. Para o filósofo Walter Benjamim, o que se vê seria uma espécie de religião (o capitalismo), “puramente cultural, sem dogmas, nem teologia”, cujas práticas lembram um culto religioso. Agora, cito Fé Cristã e Cultura Contemporânea, nosso lançamento de agosto: “O capitalismo é, provavelmente, o primeiro exemplo de culto não expiatório, mas culpabilizador. [...] Não há esperança de expiação para o problema da culpa, expresso no contínuo endividamento...”. Mais: “É a celebração de um culto sem trégua e sem piedade. Nenhum dia é comum, não há dia que não seja de festa, de pompa sagrada, de extrema tensão para o adorador”.
Volto à promessa do início. Para alcançá-la, é simples. Basta o “dízimo” ou uma “oferta de amor”. Nesse caso, o passe para a prosperidade é a compra do livro cujo título não deixa dúvida: “Mais Tempo, Mais Dinheiro”, de Gustavo Cerbasi e Christian Barbosa — em breve, na lista dos mais vendidos, o que fará com que um e outro tenham mais tempo e mais dinheiro. Claro, se por acaso você não alcançar essa “graça”, provavelmente a sua “fé” não foi suficiente ou você ainda não “deu” tudo o que deveria ter dado. Quem sabe adquirindo os livros “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos”, “Dinheiro: os Segredos de Quem Tem” e “Filhos Inteligentes Enriquecem Sozinhos”, entre muitos outros, você consiga a grande libertação...
Enfim, promessas “extravagantes”, “irrealizáveis”, de “enriquecimento”, mencionadas à exaustão pela mídia nos últimos dias não são originais nem privilégio de pastores evangélicos. E, se somos ateus, nem o céu é o limite.
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