Opinião
- 09 de dezembro de 2015
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Lendo os Salmos
RESENHA
Lendo os Salmos é uma obra estimulante que aborda salmos selecionados de forma esclarecedora, bem-humorada, e com a característica marcante da humildade, honestidade e submissão com que C. S. Lewis examina as Escrituras, com a finalidade de levar o leitor a ver a verdade, a glória e a beleza da Lei do Senhor.
Neste livro, C.S. Lewis examina, reflete e faz perguntas difíceis sobre os Salmos e diz que o mesmo não é uma obra acadêmica, mas um livro escrito por um amador em teologia, não faz nenhuma reivindicação de autoridade sobre o tema, e que quer apenas compartilhar observações sobre as dificuldades e o deleite ele tem experimentado lendo os Salmos. É importante lembrar que Lewis não era teólogo, mas um expert em crítica literária inglesa do período medieval.
Lewis acreditava que os Salmos devem ser visto e lidos como poemas para louvor e não como afirmações teológicas. O principal padrão é a repetição, fazendo a mesma afirmação de formas paralelas e clarificadoras.
Lewis começa com as partes difíceis ligadas ao Julgamento e ao ódio; este expresso (e erradamente) em alguns salmos. O ódio tem a finalidade de mostrar o resultado de ferir o próximo, mas a correção é apresentada quando os Provérbios admoestam ao perdão dos inimigos.
Após estas dificuldades, ele discute o significado e o deleite na Lei do Senhor. No Salmo 119, o mais elaborado deles, Lewis chama atenção para a realidade da Lei como verdadeira e guia fiel de como podemos viver no universo fundamentado na própria natureza do Criador. A Lei do Senhor brilhou com esplendor no contexto das religiões pagãs que circundavam o povo judeu.
Em seguida, Lewis mostra como os salmistas regozijam-se na Natureza, crendo, como fazendeiros, que a Criação é obra de um Deus único, um conceito revolucionário naquele tempo.
Finalmente, Lewis faz a conexão dos Salmos com o calendário da Igreja e entre a humanidade de Cristo no Natal e sua divindade na Pascoa.
Lewis mostra, de forma admirável, sua apreciação aos Salmos quando diz:
“A coisa mais valiosa que os salmos me trazem é a expressão desse mesmo prazer em Deus que fez Davi dançar”. (p 53)
Lewis vai além quando fala como o louvor e o deleite do Senhor estão conectados quando escreve:
Penso que temos prazer em louvar o que apreciamos porque o louvor não somente expressa como também complementa a apreciação; ele é a própria consumação dessa apreciação. Quando amantes continuamente dizem um ao outro o quão belo ele (ou ela) é, não o fazem apenas por dever; o prazer e incompleto até que seja expresso. É frustrante descobrir um novo autor e não poder dizer a ninguém quão bom ele é”. (p 102)
“O catecismo escocês diz que o fim supremo do homem é ‘glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre’. Mas então saberemos que essas coisas são a mesma coisa. Desfrutar plenamente é glorificar. Ao ordenar que o glorifiquemos, Deus está nos convidando a desfrutarmos dele”. (p 103)
Lewis também é muito contundente quando fala sobre a hipocrisia religiosa:
“Se o chamado divino não nos tornar melhores, nos tornará muito piores. De todos os homens maus, os homens maus religiosos são os piores. De todos os seres criados, o mais maldoso é aquele que originalmente ficava na presença do próprio Deus”. (p 38)
Em Lendo os Salmos Lewis toca em questões de importância para a caminhada de cada cristão de forma a trazê-los para a nova vida que há em Cristo.
Muito mais se poderia dizer sobre este pequeno livro de reflexões sobre os Salmos que o Lewis escreveu despretensiosamente, mas acredito que o leitor que busca sabedoria não demorará muito a descobrir as preciosidades e renovará seu deleite de continuar a meditar na Palavra, “lendo os Salmos”.
• Paulo F. Ribeiro, PhD, é professor de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Itajubá (MG). Vem do Vale do Pajeú e é torcedor do Santa Cruz.
Leia também
C. S. Lewis e os salmos
Refeições Diárias com os Salmos (e-book)
Salmos -- para buscar a Deus e encontrá-lo (revista Ultimato 351)
Lendo os Salmos é uma obra estimulante que aborda salmos selecionados de forma esclarecedora, bem-humorada, e com a característica marcante da humildade, honestidade e submissão com que C. S. Lewis examina as Escrituras, com a finalidade de levar o leitor a ver a verdade, a glória e a beleza da Lei do Senhor.
Neste livro, C.S. Lewis examina, reflete e faz perguntas difíceis sobre os Salmos e diz que o mesmo não é uma obra acadêmica, mas um livro escrito por um amador em teologia, não faz nenhuma reivindicação de autoridade sobre o tema, e que quer apenas compartilhar observações sobre as dificuldades e o deleite ele tem experimentado lendo os Salmos. É importante lembrar que Lewis não era teólogo, mas um expert em crítica literária inglesa do período medieval.
Lewis acreditava que os Salmos devem ser visto e lidos como poemas para louvor e não como afirmações teológicas. O principal padrão é a repetição, fazendo a mesma afirmação de formas paralelas e clarificadoras.
Lewis começa com as partes difíceis ligadas ao Julgamento e ao ódio; este expresso (e erradamente) em alguns salmos. O ódio tem a finalidade de mostrar o resultado de ferir o próximo, mas a correção é apresentada quando os Provérbios admoestam ao perdão dos inimigos.
Após estas dificuldades, ele discute o significado e o deleite na Lei do Senhor. No Salmo 119, o mais elaborado deles, Lewis chama atenção para a realidade da Lei como verdadeira e guia fiel de como podemos viver no universo fundamentado na própria natureza do Criador. A Lei do Senhor brilhou com esplendor no contexto das religiões pagãs que circundavam o povo judeu.
Em seguida, Lewis mostra como os salmistas regozijam-se na Natureza, crendo, como fazendeiros, que a Criação é obra de um Deus único, um conceito revolucionário naquele tempo.
Finalmente, Lewis faz a conexão dos Salmos com o calendário da Igreja e entre a humanidade de Cristo no Natal e sua divindade na Pascoa.
Lewis mostra, de forma admirável, sua apreciação aos Salmos quando diz:
“A coisa mais valiosa que os salmos me trazem é a expressão desse mesmo prazer em Deus que fez Davi dançar”. (p 53)
Lewis vai além quando fala como o louvor e o deleite do Senhor estão conectados quando escreve:
Penso que temos prazer em louvar o que apreciamos porque o louvor não somente expressa como também complementa a apreciação; ele é a própria consumação dessa apreciação. Quando amantes continuamente dizem um ao outro o quão belo ele (ou ela) é, não o fazem apenas por dever; o prazer e incompleto até que seja expresso. É frustrante descobrir um novo autor e não poder dizer a ninguém quão bom ele é”. (p 102)
“O catecismo escocês diz que o fim supremo do homem é ‘glorificar a Deus e desfrutá-lo para sempre’. Mas então saberemos que essas coisas são a mesma coisa. Desfrutar plenamente é glorificar. Ao ordenar que o glorifiquemos, Deus está nos convidando a desfrutarmos dele”. (p 103)
Lewis também é muito contundente quando fala sobre a hipocrisia religiosa:
“Se o chamado divino não nos tornar melhores, nos tornará muito piores. De todos os homens maus, os homens maus religiosos são os piores. De todos os seres criados, o mais maldoso é aquele que originalmente ficava na presença do próprio Deus”. (p 38)
Em Lendo os Salmos Lewis toca em questões de importância para a caminhada de cada cristão de forma a trazê-los para a nova vida que há em Cristo.
Muito mais se poderia dizer sobre este pequeno livro de reflexões sobre os Salmos que o Lewis escreveu despretensiosamente, mas acredito que o leitor que busca sabedoria não demorará muito a descobrir as preciosidades e renovará seu deleite de continuar a meditar na Palavra, “lendo os Salmos”.
• Paulo F. Ribeiro, PhD, é professor de Engenharia Elétrica na Universidade Federal de Itajubá (MG). Vem do Vale do Pajeú e é torcedor do Santa Cruz.
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