Opinião
- 23 de setembro de 2022
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Jovens, precisamos conhecer o mundo muçulmano!
Por Débora Blair Marucci
Ei, jovens! Gostaria de conversar com vocês sobre um assunto muito importante que, em muitos dos nossos ambientes, recebe pouca ou nenhuma atenção: o mundo muçulmano. Vivemos em um mundo globalizado, onde as nações, povos e culturas estão completamente conectados de todas as formas possíveis, e tudo que acontece em qualquer parte do mundo interfere no mundo todo - ainda que não percebamos. Conhecer melhor o contexto global nos ajuda a construir, como sociedade, novos caminhos para o futuro.
Para começar, vamos fazer uma breve contextualização histórica sobre o início do Islã: a terceira religião monoteísta do mundo surgiu na Península Arábica, onde hoje localizam-se a Arábia Saudita, Iêmen e Omã, a partir do ano de 570 d.C. com o nascimento de Maomé.
Embora vivesse circundado por tribos e religiões politeístas, Maomé tinha muito contato com cristãos de Damasco e judeus de Jerusalém por conta de suas viagens como comerciante, e tinha profundas conversas com os devotos dessas duas religiões monoteístas. E nesse ambiente religioso multi-facetal, Maomé tinha o hábito de retirar-se por longos períodos para meditar e orar em cavernas.
Até que, em um desses retiros espirituais, no ano de 610 d.C., Maomé recebeu pela primeira vez a visita do anjo Gabriel, o qual informou-lhe que começaria a fazer revelações sobre Alá. E foi assim que Maomé tornou-se o profeta de Alá e deu origem ao Islã, uma religião que cresceu exponencialmente ao longo dos séculos e segue em constante ascensão no mundo inteiro.
Podemos, então, iniciar uma primeira reflexão sobre o Islã e seus seguidores. A partir da perspectiva histórica que vimos aqui, na qual entendemos que a religião islâmica teve muita influência do Cristianismo e do Judaísmo, vamos pensar: será que existe intersecção entre essas três crenças? Se existe, por que, então, há tanto atrito entre a fé cristã e a fé muçulmana? E o que nós, jovens cristãos aqui no Brasil, temos a ver com isso?
Vamos levantar outro ponto, que é um estereótipo que nós, nas culturas ocidentais, insistimos em criar: a associação entre o Islã e o terrorismo. Você sabia que o extremismo na fé muçulmana está presente apenas em aproximadamente 15% dos devotos da religião ao redor do mundo? Por que, então, persistimos em generalizar e alimentar preconceitos e barreiras contra os fiéis desta religião, como se todos fossem potenciais terroristas? E por que, muitas vezes, ignoramos o fato de que extremismos existem em quaisquer religiões, inclusive no próprio Cristianismo?
Muitas reflexões a serem feitas, e muitas perguntas sem resposta. Mas podemos fazer algumas afirmações a partir dos questionamentos que levantei. A primeira é: sim, existem muitas intersecções entre o Islã e o Cristianismo. Ao invés de repugnar e afastar os muçulmanos de nós, por que não usamos esses pontos em comum entre as duas crenças para apresentarmos um pouco mais da nossa fé a eles?
A segunda afirmação, e com ela fecho este texto, diz respeito ao nosso papel enquanto juventude cristã. Sabemos que, ao longo dos séculos, os conflitos entre Islã e Cristianismo têm sido destruidores. Mas as gerações dos nossos pais, avós e bisavós não tinham alguns entendimentos sobre esse tema como temos hoje. Portanto, cabe a nós, jovens desta geração, sermos portadores de uma mudança coletiva de pensamento e quebra de paradigmas entre cristãos e muçulmanos para, quem sabe, minimizarmos conflitos, ainda que de forma micro. Se as gerações anteriores não foram capazes de promover paz e conciliação, cabe a nós cumprirmos essa missão. Pois Jesus veio a este mundo para conciliar, e não separar: “Ou seja, que Deus em Cristo estava reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos homens, e nos confiou a mensagem da reconciliação”. (2 Coríntios 5:19).
- Débora Blair Marucci, 31 anos, mora em São Paulo e faz parte das equipes pastoral e de ensino da Igreja Metodista Livre da Saúde. Tem experiência profissional em turismo, ensino de línguas e terceiro setor (inclusão social de refugiados) e trabalha no Pacto Global da ONU Brasil. Cursou estudos orientais com foco no Islã no Seminário Teológico Servo de Cristo e estuda Resposta da Igreja à Crise Migratória no Fuller Theological Seminary.
PARA QUE TODOS SEJAM UM – A UNIDADE DA IGREJA É POSSÍVEL? | REVISTA ULTIMATO
Qual a melhor resposta para um mundo cada vez mais dividido e para uma igreja cada vez mais polarizada? Pode parecer estranho, mas a resposta bíblica é óbvia: a Unidade em Cristo. E a pergunta que se segue é: “Que unidade é essa?” Aquela pela qual Jesus orou (Jo 17.23).
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