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12 de setembro de 2022
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Jornalismo, Espiritualidade e Esperança

Por Lissânder Dias

O Jornalismo, às vezes tão duramente criticado, pode ser um instrumento de Deus para o cultivo da esperança cristã. Essa é uma das conclusões na live realizada no último dia 06 de setembro pelo projeto “Diálogos de Esperança” (uma parceria entre Editora Ultimato, Aliança Evangélica, Tearfund e Visão Mundial), que completa 2 anos de existência e 60 edições.

Onze jornalistas compartilharam (ao vivo ou por meio de vídeos gravados) palavras específicas de Deus que os ajudam a cultivar esperança em sua profissão, apesar de problemas sérios que o país enfrenta. Dentre eles, Susana Berbert e Lissânder Dias conversaram, ao vivo, com Claudia Moreira num bate-papo que durou cerca de 1 hora e 15 minutos. A live também teve a participação de Cézar Feitoza (em vídeo gravado) que falou sobre o mandato cultural para os cristãos que exercem essa profissão.

Jornalismo e Espiritualidade

A primeira pergunta na live foi como desenvolver a espiritualidade em uma profissão que lida todos os dias com notícias difíceis. Susana disse que “a minha espiritualidade não é simplesmente uma coisa que me ajuda. Ela é a única coisa que faz com que eu acorde e me mantenha de pé todos os dias e saia para trabalhar. Se não fosse essa convicção na existência de Jesus Cristo de Nazaré, eu não o faria e não acharia que valeria a pena existir”. Para Lissânder, “a espiritualidade não é um departamento da vida, ela é a vida toda porque perpassa tudo que vivemos. A espiritualidade também é confrontadora. Ela tem o papel de nos confrontar diante do que deveria ser e que não é. O Espírito Santo trabalha junto com o jornalismo nesse sentido. O jornalista que leva a sério a espiritualidade se torna um jornalista mais completo porque ele consegue perceber mais dimensões da realidade”.

Jornalismo e Esperança

Como cultivar a esperança quando a realidade “arromba a porta”? Susana disse que “há anos essa palavra tem sido cultivada no meu coração: a esperança e o ato de ‘esperançar’. Confesso que muitas vezes eu me peguei perguntando por que continuar. A angústia desses tempos afeta a nossa saúde emocional e física. Mas sempre me vem à mente o versículo de Lamentações 3.21 (‘quero trazer à memória o que me dá esperança, e as misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos’). A expressão máxima da misericórdia de Deus é Jesus. Então, exercitar a minha fé e a minha espiritualidade em Jesus Cristo de Nazaré é o que me faz permanecer”. Susana acrescenta que desenvolve sua espiritualidade em três frentes: a leitura da Palavra, conversa com Deus e comunhão entre os irmãos. Esse é o caminho, segundo ela, para desenvolver a cidadania da fé.

“A nossa esperança como jornalistas cristãos e a minha esperança está, evidentemente, em Jesus Cristo, em sua obra redentora e na expectativa pela sua volta”, diz Cézar.

Jornalismo, caos e polarização

Mas o que o Jornalismo pode fazer diante de um mundo polarizado e caótico? Para Cézar, faz parte da natureza da vocação do jornalista trazer ordem ao caos. “Como jornalista, eu acredito que um dos nossos principais papéis é continuar o mandato cultural que Deus deu a Adão e Eva. Eu acredito que no Jornalismo (e na minha área especificamente, que é a política) devemos lançar luz sobre assuntos delicados, sobre casos de corrupção, sobre a forma como os governos lidam com as questões sociais. Essa é uma forma de colocar ordem no caos. Por outro lado, as fakenews são a instalação do caos. Então lançar luz sobre o que está escuro é um dos principais papéis dos jornalistas”.

Para Lissânder, “muitas vezes essa polarização julga de maneira injusta as pessoas e não colabora para a construção de uma sociedade mais democrática e de acordo com os valores do Reino de Deus.” Susana acrescenta que “diante de um país tão polarizado, temos que tentar ser vozes de conciliação. Um reflexo da sociedade polarizada foi a própria perda do papel que o Jornalismo tinha na vida das pessoas. No Jornalismo a gente vê o leitor como cidadão. Perante um cidadão você tem o dever de informar esse cidadão. A rede social vê o público como consumidor. Quando você só vê o que quer, você cria um viés, um padrão de realidade que não engloba o todo. Tendo acesso à pluralidade é que você vai se construindo e crescendo como pessoa”, afirma ela.

Assista à live na íntegra aqui.

Saiba mais:
» Polarização: os opostos se repelem
» A sagrada responsabilidade do jornalismo
» "Jornalismo nunca foi tão necessário”, afirma conselheiro da Unesco

Lissânder Dias Do Amaral

Lissânder Dias do Amaral é jornalista, blogueiro, poeta e editor de livros. Integra o Conselho Nacional da Interserve Brasil e o Conselho da Unimissional. É autor de “O Cotidiano Extraordinário – a vida em pequenas crônicas” e responsável pelo blog Fatos e Correlatos do Portal Ultimato. É um dos fundadores do Movimento Vocare e ajudou a criar as organizações cristãs de cooperação Rede Mãos Dadas e Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS).

Textos publicados: 125 [ver]
Site: http://www.fatosecorrelatos.com.br

+Ética e Comportamento +Igreja e Liderança +Vida Cristã

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