Opinião
- 11 de dezembro de 2024
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Jesus [não] tem mais graça
Desnudar o Natal do sentido religioso e espiritual em nome de relevância cultural parece perda do sentido e da alegria da graça de Jesus
Por William Lane
Uns dias atrás, dirigindo pela cidade, vi uma faixa anunciando e convidando o público para um festival de Natal. Listava alguns atrativos como uma boa gastronomia, diversos entretenimentos etc, e prometia um tempo muito especial para toda a família.
A divulgação não teria me chamado a atenção não fosse o fato de estar na entrada de um lugar que eu sei que funciona uma church – apesar de não ter nenhuma indicação na faixada que ali se reúne uma igreja. Se estivesse na entrada de uma escola, um clube, um shopping entenderia que era o jeito secular de comemorar o Natal, sem vestígios nenhum de religiosidade ou de identidade cristã.
É verdade que o Natal não é uma data bíblica e o modo como é celebrado secularmente está muito distante do acontecimento que pretende comemorar. Mas pelo menos a igreja cristã procura, nessa época, fazer o contraponto ao efêmero materialismo, consumismo e hedonismo modernos com a boa mensagem singela, verdadeira e perene do nascimento de Jesus e da graça salvadora.
Entendo o esforço de muitas comunidades de procurar ser relevante para alcançar pessoas que do contrário, supostamente, não iriam para uma igreja tradicional. Mas isso é realmente uma questão de estratégia evangelística ou uma acomodação à visão e valores seculares? Muitas vezes, fico com a impressão de que os cristãos estão entediados com Jesus. Jesus por si só não é suficiente para despertar nos próprios cristãos a alegria da salvação. É preciso haver estímulos, uma materialização sensorial da boa notícia do Natal. Somente Jesus não tem mais graça. A suposta motivação de alcançar a pessoa não religiosa transparece mais um jeito do cristão festejar o Natal do modo secular sem constrangimentos.
É certo que já há algum tempo que as igrejas criam nessa época diversos atrativos para proclamar o nascimento de Jesus como apresentações artísticas e musicais, e confraternizações. E é também visível que o comércio explora a figura do pequeno menino Jesus como um símbolo da generosidade para motivar as pessoas a comprarem presentes. Mas quando os próprios cristãos procuram desnudar o Natal do sentido religioso e espiritual em nome de relevância cultural me parece que perdemos o sentido e a alegria da graça de Jesus. Há uma linha muito tênue entre a proclamação da mensagem do nascimento de Jesus por meios artísticos contemporâneos e o entretenimento religioso.
Deus em sua infinita misericórdia, com certeza, poderá usar meios como esses para que pessoas sejam alcançadas pela graça de Jesus. Mas quando a mensagem do evangelho fica de tal modo embrulhada em formas seculares, a graça é pulverizada e fica quase indistinguível. Talvez por isso alguns grupos cristãos não comemoram o Natal. Pois além de não ser uma prescrição bíblica, está muito contaminada pelos valores seculares.
A realidade da graça de Jesus deve ser a força suficiente e motivadora da alegria humana. Sem a graça de Jesus, o Natal perde graça, e ficamos sem graça! Mas com Jesus o Natal tem muito mais graça.
REVISTA ULTIMATO – BÍBLIA: REVELAÇÃO E LITERATURA
Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Pessoa Mais Importante do Mundo, Elben César
» Conhecendo a Deus ao Longo do Ano – Meditações diárias, J. I. Packer
» O Natal em lugar incerto, por Lídice Meyer
» Exalte o Altíssimo, por Ronaldo Lidório
Por William Lane
Uns dias atrás, dirigindo pela cidade, vi uma faixa anunciando e convidando o público para um festival de Natal. Listava alguns atrativos como uma boa gastronomia, diversos entretenimentos etc, e prometia um tempo muito especial para toda a família.
A divulgação não teria me chamado a atenção não fosse o fato de estar na entrada de um lugar que eu sei que funciona uma church – apesar de não ter nenhuma indicação na faixada que ali se reúne uma igreja. Se estivesse na entrada de uma escola, um clube, um shopping entenderia que era o jeito secular de comemorar o Natal, sem vestígios nenhum de religiosidade ou de identidade cristã.
É verdade que o Natal não é uma data bíblica e o modo como é celebrado secularmente está muito distante do acontecimento que pretende comemorar. Mas pelo menos a igreja cristã procura, nessa época, fazer o contraponto ao efêmero materialismo, consumismo e hedonismo modernos com a boa mensagem singela, verdadeira e perene do nascimento de Jesus e da graça salvadora.
Entendo o esforço de muitas comunidades de procurar ser relevante para alcançar pessoas que do contrário, supostamente, não iriam para uma igreja tradicional. Mas isso é realmente uma questão de estratégia evangelística ou uma acomodação à visão e valores seculares? Muitas vezes, fico com a impressão de que os cristãos estão entediados com Jesus. Jesus por si só não é suficiente para despertar nos próprios cristãos a alegria da salvação. É preciso haver estímulos, uma materialização sensorial da boa notícia do Natal. Somente Jesus não tem mais graça. A suposta motivação de alcançar a pessoa não religiosa transparece mais um jeito do cristão festejar o Natal do modo secular sem constrangimentos.
É certo que já há algum tempo que as igrejas criam nessa época diversos atrativos para proclamar o nascimento de Jesus como apresentações artísticas e musicais, e confraternizações. E é também visível que o comércio explora a figura do pequeno menino Jesus como um símbolo da generosidade para motivar as pessoas a comprarem presentes. Mas quando os próprios cristãos procuram desnudar o Natal do sentido religioso e espiritual em nome de relevância cultural me parece que perdemos o sentido e a alegria da graça de Jesus. Há uma linha muito tênue entre a proclamação da mensagem do nascimento de Jesus por meios artísticos contemporâneos e o entretenimento religioso.
Deus em sua infinita misericórdia, com certeza, poderá usar meios como esses para que pessoas sejam alcançadas pela graça de Jesus. Mas quando a mensagem do evangelho fica de tal modo embrulhada em formas seculares, a graça é pulverizada e fica quase indistinguível. Talvez por isso alguns grupos cristãos não comemoram o Natal. Pois além de não ser uma prescrição bíblica, está muito contaminada pelos valores seculares.
A realidade da graça de Jesus deve ser a força suficiente e motivadora da alegria humana. Sem a graça de Jesus, o Natal perde graça, e ficamos sem graça! Mas com Jesus o Natal tem muito mais graça.
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Ultimato mostra, entre outras coisas, a riqueza das Escrituras quando lidas como literatura, sem diminuir o seu caráter sagrado — a sua inspiração divina.
E reafirmamos o que publicamos em outra edição recente: A Bíblia Ainda Fala — “As Escrituras contêm a narrativa que dá sentido, esclarece e comunica a soberania e sabedoria de Deus. A lealdade ao que está exposto no Livro deve ser a marca dos cristãos”.
É disso que trata a matéria de capa da edição 410 da revista Ultimato. Para assinar, clique aqui.
Saiba mais:
» A Pessoa Mais Importante do Mundo, Elben César
» Conhecendo a Deus ao Longo do Ano – Meditações diárias, J. I. Packer
» O Natal em lugar incerto, por Lídice Meyer
» Exalte o Altíssimo, por Ronaldo Lidório
Pastor presbiteriano e doutor em Antigo Testamento, é professor e capelão no Seminário Presbiteriano do Sul, e tradutor de obras teológicas. É autor do livro O propósito bíblico da missão.
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Ricardo Barbosa