Opinião
- 29 de maio de 2015
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Igreja: liberdade e perseguição
No próximo domingo, dia 31, acontece o DIP, Domingo da Igreja Perseguida – uma campanha de oração e conscientização sobre a realidade de perseguição que a igreja de Cristo enfrenta no mundo hoje. Aqui no Brasil, a Missão Portas Abertas preparou material de apoio para a mobilização em igrejas locais, grupos pequenos, ministérios. Segundo as últimas informações, quase 7 mil igrejas já se cadastraram para participar do DIP.
Conversamos com Marco Cruz (na foto abaixo), secretário-geral da Missão Portas Abertas no Brasil. Ele falou sobre o DIP, sobre os desafios atuais da igreja e contou histórias concretas de como as orações dos cristãos auxiliam outros cristãos oprimidos pela perseguição religiosa.
O que é o DIP (Domingo da Igreja Perseguida)?
Marco Cruz - É um evento com foco na oração idealizado pelo Irmão André (fundador da Portas Abertas) em 1987. O objetivo é lembrar anualmente da “fundação” da Igreja Perseguida. A escolha da data tem base em Atos 4, que relata o início da perseguição aos cristãos com a prisão de Pedro e João, logo após a descida do Espírito Santo (domingo de Pentecostes, celebrado 50 dias após a Páscoa).
A Portas Abertas trabalha para conscientizar a igreja brasileira acerca da realidade da perseguição, mobilizando os cristãos a orar, apoiar e agir em favor de seus irmãos na fé. Essa mobilização gera edificação mútua, pois à medida que a Igreja Livre ajuda a Igreja Perseguida, também é edificada pelos testemunhos de resistência e fidelidade ao Senhor Jesus diante das situações mais extremas.
O evangelho tem uma dimensão contracultural. Por conta disso, invariavelmente a igreja enfrenta oposições quando decide viver esse evangelho. Quando posso afirmar que uma oposição se torna, de fato, perseguição?
Marco Cruz - Segundo a definição que adotamos, “perseguição não se refere a casos individuais ou isolados, mas a quando um sistema político ou religioso tira a liberdade de um cristão ou seu acesso à Bíblia, restringe ou proíbe o evangelismo de jovens e crianças, atividades da igreja e de missões”. É um termo que deve ser reservado para comunidades inteiras que enfrentam campanhas organizadas de repressão e discriminação, como em muitos países do Oriente Médio e Sudeste Asiático. Veja mais informações em https://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/
Você poderia descrever o atual momento que a igreja de Cristo vive quanto à perseguição religiosa? Você considera o pior momento?
Marco Cruz - Vivemos um momento muito crítico em relação à perseguição aos cristãos. O radicalismo e a violência dos perseguidores têm se espalhado pelo mundo com exemplos recentes no Egito (Irmandade Muçulmana), Síria e Iraque (Estado Islâmico), Quênia e Somália (Al Shabaab) e em outros países e regiões.
É muito difícil avaliar se este é o pior momento na história da igreja, mas, certamente, o grau de brutalidade contra os cristãos por parte do extremismo chama nossa atenção, se pensarmos em séculos recentes.
De acordo com a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos nos Estados Unidos, em 2014, cerca de 80% dos atos de discriminação religiosa no mundo foram direcionados contra os cristãos.
Podemos dizer que as crianças são as que mais sofrem com a perseguição religiosa?
Marco Cruz - Toda a família sofre com a perseguição: adultos, jovens e crianças.
Um elemento central do DIP é a oração, correto? Como a oração pode interferir na realidade de perseguição contra cristãos? Pode nos contar algumas histórias?
Marco Cruz - A oração é o elemento central de todo o ministério da Missão Portas Abertas, porque consideramos que “nossa luta não é contra pessoas, mas contra as forças espirituais nas regiões celestiais”. Por isso, sempre vemos, em inúmeros testemunhos, que “muito vale em sua eficácia a oração do justo”.
Recentemente estive com o Pr. Edward na fronteira do Líbano com a Síria. Ele e sua esposa, Hannah, são parceiros da Portas Abertas em Damasco e resolveram permanecer no país, apesar do caos da guerra civil e do radicalismo do Estado Islâmico. Tive a oportunidade de conversar com ele e de mencionar que existem milhares de irmãos no Brasil que oram por ele e por sua esposa, para que perseverem na fé. Com os olhos marejados, ele compartilhou que em muitos momentos sente suas forças se esgotarem, mas, ao saber que há irmãos que oram por ele, é encorajado a prosseguir em sua obra. Ele também compartilhou que algo sobrenatural acontecia em outros momentos de angústia: era como se as orações dos irmãos estivessem chegando até ele.
Testemunhos parecidos com esse, eu ouvi do irmão Amir, no Egito, de James, no Sudão do Sul e de irmãos em outros países.
A igreja brasileira sofre perseguição religiosa?
Marco Cruz - De acordo com a definição que seguimos, o Brasil é um país livre em que há apenas casos isolados de perseguição. Entretanto, como observamos em outros países, essa realidade poderá mudar radicalmente no futuro, por isso devemos estar sempre preparados.
Como as igrejas brasileiras podem participar do DIP?
Marco Cruz - Basta entrar no site https://domingodaigrejaperseguida.org.br/voce-ja-tem-cadastro e seguir as orientações para ver os materiais que preparamos para ajudá-los a mobilizar a igreja local a realizar o DIP. Qualquer irmão ou irmã pode participar.
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A Portas Abertas trabalha para conscientizar a igreja brasileira acerca da realidade da perseguição, mobilizando os cristãos a orar, apoiar e agir em favor de seus irmãos na fé. Essa mobilização gera edificação mútua, pois à medida que a Igreja Livre ajuda a Igreja Perseguida, também é edificada pelos testemunhos de resistência e fidelidade ao Senhor Jesus diante das situações mais extremas.
O evangelho tem uma dimensão contracultural. Por conta disso, invariavelmente a igreja enfrenta oposições quando decide viver esse evangelho. Quando posso afirmar que uma oposição se torna, de fato, perseguição?
Marco Cruz - Segundo a definição que adotamos, “perseguição não se refere a casos individuais ou isolados, mas a quando um sistema político ou religioso tira a liberdade de um cristão ou seu acesso à Bíblia, restringe ou proíbe o evangelismo de jovens e crianças, atividades da igreja e de missões”. É um termo que deve ser reservado para comunidades inteiras que enfrentam campanhas organizadas de repressão e discriminação, como em muitos países do Oriente Médio e Sudeste Asiático. Veja mais informações em https://www.portasabertas.org.br/cristaosperseguidos/
Você poderia descrever o atual momento que a igreja de Cristo vive quanto à perseguição religiosa? Você considera o pior momento?
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É muito difícil avaliar se este é o pior momento na história da igreja, mas, certamente, o grau de brutalidade contra os cristãos por parte do extremismo chama nossa atenção, se pensarmos em séculos recentes.
De acordo com a Sociedade Internacional para os Direitos Humanos nos Estados Unidos, em 2014, cerca de 80% dos atos de discriminação religiosa no mundo foram direcionados contra os cristãos.
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Recentemente estive com o Pr. Edward na fronteira do Líbano com a Síria. Ele e sua esposa, Hannah, são parceiros da Portas Abertas em Damasco e resolveram permanecer no país, apesar do caos da guerra civil e do radicalismo do Estado Islâmico. Tive a oportunidade de conversar com ele e de mencionar que existem milhares de irmãos no Brasil que oram por ele e por sua esposa, para que perseverem na fé. Com os olhos marejados, ele compartilhou que em muitos momentos sente suas forças se esgotarem, mas, ao saber que há irmãos que oram por ele, é encorajado a prosseguir em sua obra. Ele também compartilhou que algo sobrenatural acontecia em outros momentos de angústia: era como se as orações dos irmãos estivessem chegando até ele.
Testemunhos parecidos com esse, eu ouvi do irmão Amir, no Egito, de James, no Sudão do Sul e de irmãos em outros países.
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Marco Cruz - Basta entrar no site https://domingodaigrejaperseguida.org.br/voce-ja-tem-cadastro e seguir as orientações para ver os materiais que preparamos para ajudá-los a mobilizar a igreja local a realizar o DIP. Qualquer irmão ou irmã pode participar.
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