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- 01 de abril de 2019
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Igreja 2030: Aliança Evangélica debate as tendências e os desafios da igreja
Por Tábata Mori
Evento da Aliança Evangélica, Igreja 2030, aborda questões novas, e outras nem tanto, para uma igreja histórica em um mundo novo. O evento se dividiu em três blocos: a verdade como absoluto; engajamento em um mundo em transformação e o 5 P’s da Sustentabilidade da ONU.
Evento da Aliança Evangélica, Igreja 2030, aborda questões novas, e outras nem tanto, para uma igreja histórica em um mundo novo. O evento se dividiu em três blocos: a verdade como absoluto; engajamento em um mundo em transformação e o 5 P’s da Sustentabilidade da ONU.
Verdade
Segundo Maurício Carvalho, presidente da Convenção Batista Nacional de São Paulo, a igreja já passou por transições em outros tempos, mas alguns desafios relacionados à verdade marcam a transição de hoje. Por exemplo, a pregação fiel da pessoa de Deus e do pecado em uma sociedade pós-verdade, ou o desafio de resgatar o diálogo em um mundo onde a verdade é usada apenas para vencer um debate nas redes sociais.
Segundo Valdinei Ferreira, doutor em sociologia e pastor da Catedral Evangélica de São Paulo, nosso maior desafio sempre foi definir nosso papel nessas mudanças e ele dá um norte: “A igreja só tem credenciais superiores na sociedade moderna, para falar do sagrado... Quando nós achamos que a existência da igreja se justifica pelo trabalho social, nós perdemos nossa identidade.” Ricardo Costa, pastor presbiteriano, diretor de treinamento da MPC e missiólogo, complementa nossa resposta é “pregar o evangelho do reino, com demonstração do poder do reino, no lugar de apenas ficar argumentando conceitos... O poder do evangelho está à nossa disposição e ele não é só discurso, ele se manifesta.”
Engajamento
Leandro Silva, presidente da Missão ALEF, desafiou os líderes a estarem atentos aos seus contextos a fim de se engajarem no serviço e na pregação do evangelho e assim causar real transformação. Jorge Barro, diretor acadêmico da FTSA, ressaltou a responsabilidade dos líderes em promover oportunidades de envolvimento para a membresia. E Gilciane Abreu, teóloga e pedagoga, afirma que o líder que se estaciona no tempo e não se atualiza, é incapaz de dialogar com as novas gerações. O conselho: tenha um Timóteo por perto para dar um F5 na sua vida ministerial!
Volney Faustini, futurista social e evangelista, abordou o engajamento com pessoas secularizadas e citou o exemplo de Jordan Peterson, que invadiu o mundo virtual e conseguiu dialogar com as pessoas, abordando questões importante para elas. Harold Schultz Neto, arquiteto de inovação, afirma que haverá “cada vez mais mudanças, em menos tempo”. O virtual é onde as pessoas conhecem e demonstram interesse, o Evangelho tem que ocupar esse espaço, não há caminho de volta.
Olgálvaro Bastos Júnior, pastor, comunicador e 2º vice-presidente da Aliança, fechou o dia com a seguinte mensagem: precisamos olhar para 2030 com uma perspectiva mais ampla... focar em apenas um tema, uma área de atuação, um problema, pode nos cegar.
Sustentabilidade
Cada um dos cinco preletores do segundo dia apresentaram um “P” entre os 5 P’s da Sustentabilidade da ONU: pessoas, prosperidade, paz, planeta e parcerias.
Jairton Melo, consultor em preparo de lideranças, resgata a vocação do trabalho enquanto cocriação humana em cima de todas as coisas criadas a fim de promover qualidade de vida para todas as pessoas. Gehard Fuchs, presidente da ACRIDAS, resgatou a questão da verdade para a construção de um país justo e próspero, pois pressuposto equivocados e o desconhecimento nos impedem de trazer respostas para a questão da pobreza.
Tiago Crucciti, fundador da Máquina do Bem, aponta a Igreja como a única que pode combater a onda de ódio e intolerância, potencializada pela tecnologia, afinal, a Bíblia nos dá respaldo para reações de respeito e amor diante de opiniões contrárias. Marcos Custódio, diretor da A Rocha Brasil, chama a Igreja para entender amplitude da missio dei, pois “nunca fomos tantos, mas não temos construído respostas para os problemas do mundo. Nem no campo teológico, nem no da aplicação dessa teologia.” Davi Lago, advogado e pesquisador, complementa afirmando que nossas alianças são tão frágeis e específicas, que “quando temos que discutir questões importantes, como a ambiental, a gente não tem voz. A igreja está rouca!”
O evento terminou com um fruto em mãos, o relançamento do livro “Porque Deus amou o mundo: Igreja &ODS - agenda 2030 e os objetivos de desenvolvimento sustentável”, que foi entregue em mãos para a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, na cidade de Genebra.
Os desafios foram lançados, o evento Igreja 2030 é apenas o começo da conversa. E como disse Jorge Barros, “a agenda de Deus está acima da agenda da ONU e acima da igreja local”, que nossa esperança esteja nele antes de qualquer coisa.
***
Leia mais
» Cartilha "O Reino de Deus e a Agenda 2030"
» Seis razões para as igrejas adotarem os ODS
Tábata Mori é jornalista, mestre em Missiologia (CEM) e missionária transcultural da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB/APMT
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