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- 30 de dezembro de 2022
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Grandioso és tu!
“Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento a obra de suas mãos”
Parceria Ultimato e Igreja Cristã Maranata
História dos hinos
Por Henriqueta Rosa F. Braga
Em outubro de 1974, voltou ao Rio de Janeiro o consagrado evangelista Billy Graham para uma campanha de evangelização que congregou num mesmo ideal todos os evangélicos do estado e adjacências. Cuidadosa preparação foi sendo empreendida no sentido de que essa gigantesca cruzada pudesse, nas mãos de Deus, contribuir para revelar Cristo a muitas almas e conduzi-las, contritas, aos pés de Cristo.
Fazia precisamente quatorze anos que Billy Graham esteve no Rio ao ensejo do X Congresso da Aliança Batista Mundial, quando pregou no Estádio do Maracanã a milhares de pessoas que lotaram completamente o maior estádio do mundo. Jamais poderão esquecer aqueles momentos de intensa vibração espiritual os que ouviram a poderosa mensagem do pregador e os expressivos hinos entoados pela multidão. Entre estes contava-se “Grandioso és tu!”, produzido pelo escritor sueco Carlos Boberg, em 1886, logo aprendido por todos e cantado convictamente.
Carlos Boberg nasceu em 1859. Vocacionado para o santo ministério, estudou teologia, exerceu atividades missionárias, dirigiu um periódico religioso e serviu ao seu país como membro do Parlamento durante vinte anos, de 1911 a 1931. Manejando com facilidade a língua materna, foi autor de numerosa produção em prosa e verso, na qual se destacam vários hinos religiosos hoje integrando coletâneas eclesiásticas do seu país. Viveu 81 anos, vindo a falecer em 1940.
Foi aos 27 anos de idade, numa tarde de verão, na pequena aldeia de Kroneback, que escreveu o hino “Grandioso és tu!”. Realizava-se ali uma reunião em favor da obra missionária. Fora convidado e comparecera com o entusiasmo que lhe era peculiar em se tratando de missões. O dia, muito claro e ensolarado, transcorreu agradável e alegremente. Súbito, porém, apontaram no horizonte nuvens ameaçadoras que se avolumaram prenunciando forte temporal. Este não tardou a desabar com o seu implacável cortejo de relâmpagos e trovões. A chuva caiu copiosa. Mas a tormenta durou pouco. Desanuviada a atmosfera, a natureza retomou seu ritmo natural. Voltou a canora passarada a trinar na ramaria e, no céu, se tornou lindamente visível o arco-íris, relembrando a promessa de Deus a Noé.
Tão rápida transformação maravilhou os circunstantes. Empolgado pela beleza que contemplava, recordou o rev. Carlos Boberg as palavras do salmista: “Os céus declaram a glória de Deus, e o firmamento a obra de suas mãos”. Vibraram-lhe na alma as cordas poéticas e, em profunda adoração ao Criador de todas as coisas, externou suas emoções num poema em nove estâncias intitulado “O poderoso Deus!”.
Apesar de publicada em dois jornais, essa inspirada produção permaneceu no olvido durante algum tempo. Certo dia, percorrendo a província de Varmland em suas atividades missionárias, assistiu o rev. Boberg a um culto numa igrejinha campestre no decorrer do qual, surpreso, ouviu cantar a letra que escrevera anos antes, em Kroneback, com a melodia de uma velha canção sueca à qual muito bem se ajustava. Vinculada a essa música foi publicada em Chicago em 1890, mas sua divulgação maior teve início em 1925.
O doutor João Gomes da Rocha, filho adotivo do casal Kalley e, como seus pais, muito dedicado à hinologia, sempre atualizado com o repertório musical evangélico, traduziu este hino para o português em 1910. Em 1938 esta tradução foi publicada pelo presbítero José Luiz Fernandes Braga Júnior na coleção Louvores, onde ficou meio esquecida até que a presença de Billy Graham no Rio, em 1960, colocou este hino em evidência. De então para cá se tornou muito conhecido, contando-se atualmente em português em dezoito diferentes traduções, inclusive a que o rev. Porto Filho preparou especialmente para figurar em Salmos e Hinos, sob o número 65.
Ei-la:
Senhor meu Deus, quando eu, maravilhado,
Contemplo a tua imensa criação,
A terra e o mar e o céu estrelado
Me vêm falar da tua perfeição.
Então minha alma canta a ti, Senhor:
“Grandioso és tu! Grandioso és tu!”.
Então minha alma canta a Ti, Senhor:
“Grandioso és Tu! Grandioso és Tu!”.
Quando as estrelas, tão de mim distantes,
Vejo a brilhar com vívido esplendor,
Relembro, ó Deus, as glórias cintilantes
Que meu Jesus deixou, por meu amor.
Olho as florestas murmurando ao vento
E, ao ver que tu plantaste cada pé,
Recordo a cruz, o lenho tão cruento.
E no teu Filho afirmo a minha fé.
E quando penso que tu não poupaste
Teu Filho amado por amor de mim,
Meu coração, que nele tu ganhaste,
Transborda, ó Pai, de amor que não tem fim.
E quando Cristo, o amado meu, voltando,
Vier dos céus o povo seu buscar,
No lar eterno quero, jubilando,
A tua santa face contemplar.
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