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- 20 de março de 2019
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Físico brasileiro recebe o Prêmio Templeton 2019, o “Nobel da Religião”
Por Marcos Bontempo
O anúncio foi feito ontem, 19 de março, pela John Templeton Foundation, com sede nos Estados Unidos. O Prêmio Templeton, no valor de 1,1 milhão de libras esterlinas, valor que supera o Nobel, homenageia personalidades com contribuição excepcional para afirmação da dimensão espiritual da vida e o diálogo entre ciência e fé.
O físico teórico e cosmólogo brasileiro, Marcelo Gleiser, conhecido no Brasil especialmente pelas suas aparições na TV e livros publicados, é o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio – criado em 1972 –, e agora se junta a outros 48 recebedores da honraria, como Madre Teresa (1973), Dalai Lama (2012) e o Arcebispo Desmond Tutu (2013).
Você pode não acreditar em Deus, mas afirmar sua inexistência com certeza não é cientificamente consistente
Em menos de 24 horas, como não poderia deixar de ser, as redes sociais entraram em parafuso. Cheiro de conspiração, confusão, palavras pouco generosas e o habitual nonsense tomou conta dos comentários: “Harmonia entre Ciência e espiritualidade?????”; “Ele foi homenageado apenas porque deu brecha para fanáticos argumentarem seus dogmas”; “Muito folclore na bíblia: casal único (...),arca de noé (...),torre de babel (...), baleia que engole jonas (...), sem condições. Para pessoas ignorantes....”; “Tenho provas de que pelo menos o Deus bíblico não existe”; “Impossível alguém acreditar em Deus com esse nível de conhecimento sobre ciência, está claro que ele inventou essa ideia de espiritualidade para ganhar esses 5 milhões”.
Para o coordenador da série Ciência e Fé Cristã e vice-presidente da ABC², Guilherme de Carvalho, em entrevista para a revista norte-americana Christianity Today, “Gleiser não compartilha, neste momento, quaisquer crenças religiosas específicas que possam formar um terreno comum com a fé cristã; ele é confessadamente agnóstico". E, acrescenta: “Sua visão de que ciência e religião podem ser complementares, que a ciência não cobre todo o conhecimento válido e que a ciência teria até raízes espirituais é algo incomum entre os cientistas influentes no Brasil; e o fato de ser franco sobre eles o torna singular”.
Nas palavras do próprio Marcelo Gleiser, “Você pode não acreditar em Deus, mas afirmar sua inexistência com certeza não é cientificamente consistente”, disse em entrevista à Scientific American, em fevereiro de 2018. Aliás, é no mínimo curioso a história contada pelo físico brasileiro, em seu blog Orbiter, por ocasião de uma entrevista a uma rádio de Brasília, realizada no terminal rodoviário da capital. No meio da entrevista, conta Gleiser: “Um homem, com roupas surradas, disse: "Então, o doutor quer tirar Deus de nós?". Eu congelei...”. Gleiser continua e responde no texto à pergunta inesperada: "A ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo que alguns cientistas o façam".
A ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo que alguns cientistas o façam
O presidente da ABC² e também físico, Roberto Covolan, celebrou o Prêmio: "É uma fonte de alegria que importantes cientistas como Marcelo Gleiser, através de seus trabalhos e iniciativas, estejam reconhecendo a existência de aspectos do universo, revelados pela ciência, cuja compreensão desafia ou até ultrapassa o alcance da própria ciência”, disse à Christianity Today.
Para saber mais e sobre a trajetória do físico Marcelo Gleiser e também sobre o Prêmio, leia a notícia publicada pela Associação Brasileira Cristãos na Ciência e o site Templetonprize. Para conhecer alguns dos livros da Editora Ultimato sobre o tema, acesse a série Ciência e Fé Cristã.
O anúncio foi feito ontem, 19 de março, pela John Templeton Foundation, com sede nos Estados Unidos. O Prêmio Templeton, no valor de 1,1 milhão de libras esterlinas, valor que supera o Nobel, homenageia personalidades com contribuição excepcional para afirmação da dimensão espiritual da vida e o diálogo entre ciência e fé.
O físico teórico e cosmólogo brasileiro, Marcelo Gleiser, conhecido no Brasil especialmente pelas suas aparições na TV e livros publicados, é o primeiro latino-americano a ganhar o prêmio – criado em 1972 –, e agora se junta a outros 48 recebedores da honraria, como Madre Teresa (1973), Dalai Lama (2012) e o Arcebispo Desmond Tutu (2013).
Você pode não acreditar em Deus, mas afirmar sua inexistência com certeza não é cientificamente consistente
Em menos de 24 horas, como não poderia deixar de ser, as redes sociais entraram em parafuso. Cheiro de conspiração, confusão, palavras pouco generosas e o habitual nonsense tomou conta dos comentários: “Harmonia entre Ciência e espiritualidade?????”; “Ele foi homenageado apenas porque deu brecha para fanáticos argumentarem seus dogmas”; “Muito folclore na bíblia: casal único (...),arca de noé (...),torre de babel (...), baleia que engole jonas (...), sem condições. Para pessoas ignorantes....”; “Tenho provas de que pelo menos o Deus bíblico não existe”; “Impossível alguém acreditar em Deus com esse nível de conhecimento sobre ciência, está claro que ele inventou essa ideia de espiritualidade para ganhar esses 5 milhões”.
Para o coordenador da série Ciência e Fé Cristã e vice-presidente da ABC², Guilherme de Carvalho, em entrevista para a revista norte-americana Christianity Today, “Gleiser não compartilha, neste momento, quaisquer crenças religiosas específicas que possam formar um terreno comum com a fé cristã; ele é confessadamente agnóstico". E, acrescenta: “Sua visão de que ciência e religião podem ser complementares, que a ciência não cobre todo o conhecimento válido e que a ciência teria até raízes espirituais é algo incomum entre os cientistas influentes no Brasil; e o fato de ser franco sobre eles o torna singular”.
Nas palavras do próprio Marcelo Gleiser, “Você pode não acreditar em Deus, mas afirmar sua inexistência com certeza não é cientificamente consistente”, disse em entrevista à Scientific American, em fevereiro de 2018. Aliás, é no mínimo curioso a história contada pelo físico brasileiro, em seu blog Orbiter, por ocasião de uma entrevista a uma rádio de Brasília, realizada no terminal rodoviário da capital. No meio da entrevista, conta Gleiser: “Um homem, com roupas surradas, disse: "Então, o doutor quer tirar Deus de nós?". Eu congelei...”. Gleiser continua e responde no texto à pergunta inesperada: "A ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo que alguns cientistas o façam".
A ciência não quer tirar Deus das pessoas, mesmo que alguns cientistas o façam
O presidente da ABC² e também físico, Roberto Covolan, celebrou o Prêmio: "É uma fonte de alegria que importantes cientistas como Marcelo Gleiser, através de seus trabalhos e iniciativas, estejam reconhecendo a existência de aspectos do universo, revelados pela ciência, cuja compreensão desafia ou até ultrapassa o alcance da própria ciência”, disse à Christianity Today.
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